quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Tesouro critica Taxas pedidas pelo Mercado















O Estado de Sao Paulo.

Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou ontem que os juros pedidos pelos investidores para comprar títulos do governo estão ”acima do razoável”, levando em conta a perspectiva de inflação. Em tom mais elevado que o habitual, o secretário mandou um recado aos investidores: o Tesouro não vai sancionar taxa de juros elevadas nos leilões de vendas de títulos.

Nas últimas semanas, as taxas subiram com a expectativa do mercado de que o BC vai aumentar a taxa básica de juros (Selic) já no primeiro trimestre para conter a alta de preços decorrente da previsão de crescimento mais rápido da economia. O mercado avalia que a expansão acelerada pode provocar descompasso entre oferta e demanda e pressionar os preços de bens e serviços, o que levaria o BC a agir para evitar a alta da inflação.

Augustin frisou que o Tesouro tem dinheiro em caixa para não precisar vender os papéis com preços mais salgados. O caixa é suficiente para pagar os títulos que vencem nos próximos seis meses. Para Augustin, o cenário de inflação e de juros é melhor que o projetado pelo mercado.

”Nada justifica algumas avaliações do mercado. Portanto, não estamos sancionando as taxas, em alguns casos. As condições da economia, em termos de inflação, de necessidade de política monetária são bem melhores do que o mercado coloca em alguns pontos, principalmente no longo prazo”, disse Augustin.

A resistência do Tesouro é um dos instrumentos da equipe econômica para tentar evitar a elevação da Selic. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem trabalhado nos bastidores para conter essa alta dos juros. Um dos argumentos é de que o aumento dos investimentos vai aumentar a capacidade de produção e evitar o risco de demanda aquecida.

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