sábado, 23 de janeiro de 2010

Humanidade e Natureza: E possivel uma Conciliacao?

Em tempos de aquecimento global surjem teses das mais diversas, que vao das ambientalistas mais extremas ate os ceticistas mais empedernidos. A verdade e que os efeitos do desequilibrio ambiental se faz sentir com o aumento das temperaturas medias em todo o mundo e o degelo das calotas polares. Falar em conciliacao pressupoe a consciencia de que nossa intervencao na natureza e preponderantemente predatoria e de que e necessaria a possibilidade de uma exploracao de carater sustentavel, principalmente em vista de exemplos localizados em que a vida humana ficou impossivel, como na Ilha de Pascoa. Na entrevista a seguir, publicada no sitio da revista Veja, O paleontólogo americano Peter Ward diz que é inútil e perigoso para a humanidade, a esta altura da civilização, tentar se reconciliar com a natureza retornando ao estilo primitivo de vida. E interessante observar que o entrevistado foca sua opiniao em posicoes extremas de ambientalistas para justificar o perigo da conciliacao. Ate porque voltar a um estilo primitivo de vida nao e uma opcao valida. Nao se pensarmos em termos do estagio atual de nossa civilizacao. Sera que explorar sera sempre e necessariamente predar? Nao ha possibilidade de producao de alimentos ou ocupacao do solo, com a obtencao de lucro, sem que haja efeitos tao danosos para a humanidade e para a natureza? Tergiversar com exemplos de eventos de extincao em massa, de morte do nosso sol ou da possibilidade de exploracao de outros planetas e colocar escalas de tempo e tecnologia que hoje estao muito longe de nossa realidade. Quando diz que a chance de sobrevivencia da vida humana na Terra esta no aprimoramento da ciencia e da tecnologia, esta apenas confirmando aquilo que e o nosso destino: a expansao de nossos horizontes aqui e para alem da orbe terrestre. Coisas que os ambientalistas conscientes tambem concordam. Por hora ainda temos tempo para colocar nosso juizo em primeiro lugar e nao brigarmos com a natureza, porque com tecnologia ou nao, contra ela nos sempre vamos terminar perdendo.

Entrevista Peter Ward

A mãe natureza é cruel
O paleontólogo americano diz que é inútil e perigoso para
a humanidade, a esta altura da civilização, tentar se reconciliar
com a natureza retornando ao estilo primitivo de vida


Carlos Graieb

Na mitologia grega, Medeia é a rainha que mata os próprios filhos como forma de vingança contra o marido infiel, o herói Jasão. Segundo o paleontólogo americano Peter Ward, da Nasa e da Universidade de Washington, a natureza é dotada desse mesmo instinto assassino, condenando todos os seres vivos à extinção a longo prazo. A natureza conspira para tornar a Terra um planeta estéril. A tese central de Ward de que a vida é inimiga da própria vida colide frontalmente com algumas das ideias mais estabelecidas do movimento ambientalista. Em seu livro The Medea Hypothesis (A Hipótese Medeia), Ward desmonta a "hipótese Gaia", aventada pelo cientista inglês James Lovelock há cerca de quarenta anos, segundo a qual a natureza teria compromisso com a manutenção da vida sobre a Terra tendendo para a harmonia, situação que teria a ação humana como única ameaça séria de desequilíbrio. Diz Ward: "É falsa a ideia de que a natureza se salvará se nos conciliarmos com ela. A chance de manutenção da vida humana no planeta está no aprimoramento da ciência e da tecnologia".

De cientistas renomados ao filme Avatar, boa parte do discurso ambientalista insiste que o homem precisa "retornar à natureza". Essa ideia faz sentido?
Há muita coisa louvável no ambientalismo, da ênfase na economia de combustíveis e outros recursos à ideia de que é necessário preservar certas regiões do planeta. Mas a utopia do retorno a um mundo mais simples, mais primitivo, mais natural, aponta na direção errada, tanto por motivos práticos quanto por motivos teóricos. Se a população da Terra fosse de 1 bilhão de pessoas, vá lá. Mas, num mundo com 6 bilhões de habitantes, não poderemos abrir mão das conquistas de nossa civilização tecnológica se quisermos cuidar de doenças e produzir alimentos em larga escala, para ficar nas necessidades mais básicas. A civilização pré-industrial dos sonhos ambientalistas resultaria, muito rapidamente, em fome global. A fome acarretaria guerras e há poucas coisas feitas pelo homem mais devastadoras para o ambiente do que a guerra. Esse é um dos motivos por que os "verdes" deveriam deixar de lado sua aversão à tecnologia, e considerá-la uma aliada. Mas há outra razão para abandonarmos a tese do retorno ao primitivismo. A história do planeta mostra o contrário: a vida está sempre conspirando contra si própria, está sempre no caminho da autodestruição. Cabe a nós, humanos, refrear essa tendência, mais uma vez, por meio de nossa inteligência e da tecnologia. Estou falando na busca de soluções sem precedentes de "engenharia planetária", com efeito atenuador sobre a temperatura da Terra e regulador dos ciclos básicos da biosfera.

A natureza não é uma mãe bondosa?
Ao contrário do que propõe uma das teorias mais difundidas nos últimos quarenta anos, a famosa hipótese Gaia, a mãe natureza não cuidará de nós eternamente se apenas voltarmos ao seu seio. Gaia é uma referência à deusa Terra na mitologia grega, cujo nome também pode ser traduzido como "boa mãe". A hipótese tem duas versões. Uma diz que os seres vivos colaboram entre si para manter as condições ambientais dentro de parâmetros compatíveis com a manutenção da vida. A outra, mais radical, afirma que os organismos não apenas estão programados para manter os padrões de "habitabilidade" da Terra, como ainda conseguiriam melhorar a química da atmosfera e dos oceanos. Essas duas versões da hipótese Gaia estão totalmente erradas. Tomados em conjunto, os organismos existentes na Terra interagem com o ambiente de tal maneira que, a longo prazo, a vida tende a desaparecer. A natureza se comporta como Medeia, a mãe impiedosa que, na mitologia grega, mata os próprios filhos.
(...)

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Nova Pesquisa Nacional nao agrada Tucanos

PAINEL INTERNACIONAL





Obama endurece a relação com os bancos após derrota em Massachusetts

Em Washington (EUA)A posição mais dura na regulamentação financeira, apresentada pelo presidente Barack Obama na quinta-feira, refletia a mudança no clima político, a recuperação das fortunas dos grandes bancos após serem resgatados pelos contribuintes e uma mudança no poder dentro do governo, com um distanciamento daqueles que eram vistos como mais solidários com Wall Street.

Ao pedir por novos limites ao tamanho dos grandes bancos e sua capacidade de fazer apostas de risco, Obama desferiu um golpe público em Wall Street pela terceira vez na semana, ressaltando o imperativo para que ele e seu partido adotem um tom mais populista, especialmente após a vitória republicana na terça-feira, na eleição para a cadeira no Senado em Massachusetts.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, participa de anúncio sobre novas regras para os bancos socorridos pelo governo ao lado do vice-presidente, Joe Biden

Ao anunciar suas propostas na quinta-feira na Casa Branca, Obama disse que se o setor financeiro quiser lutar a respeito das novas restrições, essa é uma luta que ele está pronto para travar.

A nova abordagem foi bem recebida pela equipe política da Casa Branca e pelo vice-presidente, Joe Biden, e apresentada por uma equipe econômica menos entusiasmada sob ordens de Obama.

Também foi uma vitória para Paul Volcker, o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e consultor externo de Obama. Até quinta-feira, quando estava ao lado do presidente no anúncio da nova política pela Casa Branca, Volcker estava de fora do processo de tomada de decisão do governo. Ele expressava de forma cada vez mais pública a necessidade do governo de reprimir o que descrevia como o mesmo tipo de operações que a de um cassino por parte dos grandes bancos que quase destruíram o sistema financeiro.

Ao adotar a posição mais dura, Obama deixou de lado uma abordagem mais limitada à regulamentação que vinha sendo defendida desde o ano passado por sua equipe econômica, liderada pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner

Judiciario se manifesta contra o Encerramento da CPI da Corrupcao no DF













Do Portal UOL

Judiciário do DF afirma que decisão não poderia ter encerrado CPI da Corrupção


Keila Santana
Especial para o UOL Notícias
Em Brasília

O juiz Vinícius Santos Silva, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, respondeu o pedido de explicações da Ordem dos Advogados do Brasil, da seção do Distrito Federal, e disse que a CPI da Corrupção da Câmara Legislativa do DF não é afetada pela liminar que determinou o afastamento dos oito deputados distritais acusados de envolvimento no mensalão do DEM.

O juiz disse ainda que enviou uma intimação ao presidente da comissão de inquérito, deputado Alírio Neto (PPS), para explicar que sua decisão não poderia ter servido de base para encerrar o trabalho de investigação na Câmara.

Ontem, a base aliada enterrou a CPI com base na decisão do juiz alegando que a decisão anula qualquer ato praticado durante a autoconvocação da Câmara, na qual foi escolhida a composição da CPI. Outro argumento levantado pelos governistas é de que o requerimento de criação da CPI foi assinado por 22 dos 24 distritais, inclusive, os oitos que tiveram o afastamento determinado pela Justiça.

O juiz afirma que sua sentença inicial apenas diz respeito ao impedimento de participação dos deputados suspeitos nos processos de impeachment contra o governador. "O pedido do Ministério Público refere-se única e exclusivamente ao processamento do impeachment (CCJ e Comissão Especial Processante do Impeachment) não versando em momento algum sobre convocações extraordinárias, CPI, ou qualquer outra comissão", disse o juiz da 7ª Vara de Fazenda Pública.

"Assim, é de clareza solar, a decisão somente afeta deliberações da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e eventual Comissão Processante de Impeachment, onde eventualmente tenha contado com voto de qualquer deputado ora afastado", disse.

No despacho desta tarde, o juiz Vinícius Santos Silva, decretou urgência na intimação do presidente da Câmara Legislativa e do presidente da CPI para que tomem conhecimento dos esclarecimentos provocados pela OAB-DF, além de criticar a interpretação da base governista na Câmara Legislativa que baseou o fim da CPI da Corrupção.

"Não pode uma das partes, utilizando-se de manobras indevidas, criar, a seu bel prazer, uma segunda decisão que atenda a seus interesses. Se não está satisfeita com a resposta jurisdicional, que busque a Instância Superior e apresente a sua irresignação. O que as partes não podem fazer é atentar contra a dignidade da Justiça. Não encontro possibilidade racional, séria, de se interpretar extensivamente o que decidido para alcançar situações outras, não descritas nos autos", afirmou o magistrado.

O juiz rejeitou a entrada da OAB-DF como parte na ação civil pública proposta pelo Ministério Público contra os oito distritais acusados de fazer parte do esquema de propinas. Segundo a decisão desta sexta-feira, apenas o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil tem legitimidade para propor uma ação civil pública, mas o juiz entendeu que diante da gravidade dos fatos cabia os esclarecimentos sobre a sentença de afastamento dos distritais, 'a fim de conferir segurança jurídica ao processo'.

Obama eleva Tom contra Banqueiros e aponta "Decisoes Idiotas"




Do Portal Terra

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira querer implantar novas regulações financeiras para proteger os contribuintes de "decisões idiotas" tomadas por bancos.

"Será uma briga, vocês assistam. Eu garanto a vocês que quando começarmos a reforma do (sistema) regulatório financeiro, tentando mudar as regras para prevenir o que causou tanta dor de cabeça em todo o país, haverá algumas pessoas que dirão 'por que ele está interferindo na indústria financeira?'".

"Só quero ter algumas regras para que quando esses caras tomarem decisões idiotas vocês não terminem pagando a conta. Não me importo em ter uma briga", afirmou Obama, que foi aplaudido durante evento em Elyria, no Estado americano de Ohio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Usina Termeletrica Flex-Fuel













Da Agencia Carta Maior

Brasil faz conversão de térmica para biocombustível


Tecnologia inédita no mundo permite que Usina Termelétrica Juiz de Fora (MG) passe a produzir energia tanto a partir de gás natural quanto a partir de etanol. "Trata-se de uma revolução no mercado de energia", destacou o presidente Lula. "É um grande passo", resumiu o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli."A produção de energia elétrica a partir do etanol é muito importante no momento em que, em escala planetária, busca-se energias renováveis para substituir as energias fósseis", disse o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, à Carta Maior.

Redação - Carta Maior

O presidente Lula participou, dia 19 de janeiro, da inauguração da conversão da Usina Termelétrica Juiz de Fora para operar com etanol. A usina, inédita no mundo, operava apenas com gás natural. Agora passa a ser flex-fuel (gerando energia também a partir de biocombustível). Trata-se de uma revolução no mercado de energia, destacou o presidente. “Tínhamos um desafio que era potencializar o uso do etanol na produção de energia. A parceria entre a Petrobras e a GE, que já tem capacidade de produção em escala desta turbina que opera com dois tipos de combustível, é uma revolução em energia”.

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli enfatizou o pioneirismo do projeto: “É um grande passo. Pela primeira vez temos uma termelétrica que pode gerar eletricidade utilizando etanol como combustível. Há vários anos essa idéia vem sendo desenvolvida”.

Para o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, a produção de energia elétrica a partir do etanol é muito importante no momento em que, em escala planetária, busca-se energias renováveis para substituir as energias fósseis. “Pela primeira vez estamos produzindo energia elétrica a partir do etanol. Hoje, o custo desta produção de energia via etanol é maior do que a produção com gás, mas, no curto e no médio prazo temos mais um combustível renovável para produzir energia, o que é fundamental para a soberania e segurança energética do país”, disse Rossetto à Carta Maior.

Além disso, destacou, é uma tecnologia que melhora a qualidade ambiental, ao substituir combustíveis como carvão, gás ou diesel por etanol na produção de energia elétrica.

A tecnologia inédita desenvolvida em conjunto pela Petrobras e pela General Eletric já desperta interesse de outros países. O Japão, exemplificou Rossetto, onde grande parte da energia vem de usinas térmicas, utilizando muito o diesel como combustível, está interessado em substituir o diesel. “Nós já estamos negociando com eles”, informou.

No plano nacional, o objetivo é estender a conversão a outras usinas melhorando a economicidade da processo e o padrão ambiental da matriz energética brasileira. Há pesquisas em curso também para o desenvolvimento de outras alternativas como é o caso, por exemplo, da produção de querosene de aviação a partir de biodiesel. “Vamos pesquisar também, na Antártida, em parceria com a Marinha, o uso de biocombustíveis em baixíssimas temperaturas”, anunciou Rossetto.

A usina de Juiz de Fora integra o parque gerador da Petrobras e operava apenas com gás natural. Inédito no mundo, o uso do etanol para a produção de energia pode reduzir em até 30% da emissão de óxidos de nitrogênio, em comparação com as emissões do gás natural. Essa redução das emissões gera a possibilidade de negociação de créditos de carbono no mercado internacional.

A produção de energia a partir de etanol em escala comercial foi possibilitada pela conversão de equipamentos derivados de turbinas de avião fabricadas pela General Electric. A empresa, por meio de um acordo com a Petrobras, acompanhará os testes e terá o direito de utilizar os dados obtidos para aperfeiçoamento e comercialização da tecnologia para outras usinas no mundo.

Chuvas em Sao Paulo: E Sao Pedro nao era o Unico Culpado

Quando a imprensa se dedica ao debate serio, acima de partidarismos ou engajamentos politicos, presta um grande servico a sociedade. Pena que programas como este so sao acessiveis a uma parcela da populacao, ja que veiculados apenas pela televisao paga, em rede fechada. Chegou-se a conclusao de que, embora tenha chovido acima da media na regiao da capital paulista a ausencia ou descontinuidade nos investimentos publicos potencializam os problemas causados pelas chuvas, podendo-se destacar, entre eles a questao dos piscinoes, do desassoreamento do Tiete, do sistema de esgotamento e a ocupacao desordenada da cidade. Ha tambem a falta de consciencia das pessoas que jogam lixo em canais e rios, mas isto de maneira alguma afasta a responsabilidade dos governos.

Do Porta G1
São Paulo vive situação caótica por causa das chuvas


Com o janeiro mais chuvoso em 80 anos, São Paulo passa por um desastre urbano, com dezenas de mortos na região metropolitana, engarrafamentos, queda no comércio e faltas e atrasos em empresas.

Inauguracao de Obras e Propaganda Eleitoral

Todo ano de eleicoes e a mesma coisa, so se invertem os papeis. Quem esta no poder aproveita o maximo possivel para utilizar a vitrine e mostrar os seus feitos (quando se tem feitos para mostrar). Quem esta na oposicao, ou faz a mesma coisa, ou estrebucha. A participacao de candidatos em inauguracao de obras publicas em periodo eleitoral e vedada por lei, mas nao estamos em periodo eleitoral, pelo menos nao naquele estabelecido na legislacao, que vai desde as convencoes (que comecam em junho)ate a apuracao e declaracao dos eleitos (no primeiro ou segundo turno). Na verdade estamos em um ano eleitoral.
O que se alega e a propaganda antecipada e irregular, mas, segundo entendimento do Tribunal Superior, ha que existir uma serie de fatores para que assim seja considerada. A propaganda so e permitida a partir do dia 5 de julho (o guia no radio e tv so comeca em agosto), ou seja, apos as convencoes partidarias que tenham escolhido os candidatos. Alega o governo que nao esta fazendo propaganda porque nao ha candidato (ou candidata)- oficialmente nem pode, mas todos sabem quem e o candidato (ou candidata) do Presidente e sim, ele a leva a tiracolo para onde quer que va, aproveitando o fato de ser Ministra de Estado e estar atrelada a execucao do Programa de Aceleracao do Crescimento - PAC. Tem que haver o pedido expresso de voto ou alusao a candidatura que se deseja promover. Algumas decisoes exigem ate mesmo alusao ao partido e ao numero do candidato.
A oposicao reclama, diz que as inauguracoes sao verdadeiros comicios e tem cunho de promover a candidata do Presidente. Certamente as inauguracoes tem este carater mesmo, mas e interessante destacar que se nao tivesse obras ou tivesse em qualidade duvidosa, a populacao perceberia o vies eleitoreiro e demagogico e a promocao nao existiria. Mas onde esta a irregularidade do ponto de vista da legislacao?
O principio e o do equilibrio da disputa eleitoral em face da capacidade de erguer palanques e fazer o proselitismo velado, mas ai e questao de hermeneutica e outros fatores sao levados em conta na hora de uma decisao. Isto tambem vale para a oposicao, que tem em parte poderosa da midia um palanque constante, capaz de omitir ou revelar situacoes de acordo com seus proprios interesses.
A questao e: e possivel e desejavel tornar a lei mais rigorosa em obediencia ao principio do equilibrio da disputa eleitoral? Talvez devessemos proibir a participacao do chefe de governo e seus ministros ou secretarios em inauguracoes em ano eleitoral e nao so no periodo eleitoral e no mesmo sentido proibir alusao na televisao a quem quer que fosse suspeito de ser candidato. Bem draconiano, nao? Mas a legislacao nao muda, convenientemente em atencao aos interesses de quem esta no governo, e mesmo de quem hoje se sente contrariado.


Do Portal G1
PSDB, DEM e PPS entram com representação contra Lula e Dilma no TSE
Oposição acusa presidente e ministra de propaganda eleitoral antecipada.
Presidência da República disse que não vai comentar assunto.

(...)
Os partidos de oposição PSDB, DEM e PPS entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT à Presidência da República. Eles são acusados de propaganda eleitoral antecipada.
(...)
Na representação, a oposição afirma que a exposição "diuturna e ostensiva" de Dilma caracteriza "propaganda eleitoral sublimar". "Aquele tipo de
propaganda que gera até mesmo mais efeitos do que a direta, exatamente
por propiciar a aceitação inconsciente, por parte dos eleitores, do futuro
candidato", diz.
(...)

Politica Brasileira: a Dificil Realidade da Impunidade

Do Portal R7

Manobra política pode acabar com a CPI da corrupção em Brasília



Os estudantes da capital fizeram um protesto e colocaram esterco na frente da Câmara Legislativa. Os policiais reagiram com violência. A base governista encerrou as investigações porque a justiça teria anulado a comissão.

Do Ultimo Segundo

(...)
A reviravolta foi provocada por uma interpretação dos deputados governistas a respeito da liminar de quarta-feira que afastou oito deputados e dois suplentes, suspeitos de participarem do esquema, da análise dos processos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido).

Além de determinar o afastamento dos deputados, o juiz Vinícius Silva, da 7 ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, declarou nulo “todo ato deliberativo já praticado pela Casa, no qual houve a interferência direta e cômputo do voto dos deputados ora afastados”. Segundo Alírio, os distritais afastados assinaram os atos para indicação dos membros da CPI e também de autoconvocação da Casa.
(...)

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Bolsa Familia: Politica de Estado, Politica de Governo

Mesmo entre os que etendem o programa pela otica depreciativa, chamando-o de eleitoreiro e manipulador, nao ha como negar os beneficios do Bolsa-familia, ao retirar milhoes de brasileiros da miseria e ao mesmo tempo fomentar um mercado interno, ainda que franqueando a uma parcela da populacao valores de pequena monta, mas, por si so, capazes de dar acesso a bens que garantam a sobrevivencia com um minimo de dignidade. Importante que os proximos governantes entendam que ja nao e mais uma politica de um partido ou de uma corrente de pensamento. Trata-se de uma tivo do Estado brasileiro, de toda uma nacao, que deve ser constantemente aperfeicoado, como instrumento de promocao do desenvolvimento social, com enfase, principalmente, na transferencia de renda e na educacao, de modo que proximas geracoes de brasileiros ja nao dependam tanto do programa, pelo menos nao na sua forma original. Quanto menos dependerem e sinal de que as politicas de distribuicao de renda deram resultado, mas deverao ficar no seu momento historico, ja que numa sociedade mais justa - e este e o desejo de todos nos - tais iniciativas ja nao serao mais necessarias. Por enquanto, ja foi um enorme avanco.

Do Último Segundo
Coluna Econômica – 21/01/2010
Bolsa Familia - Uma Obra para a Historia
Luis Nassif


Prestes a deixar o cargo – para ser candidato a candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT – o Ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias deixa em seu currículo a montagem do mais bem sucedido programa social do país – depois do SUS (Sistema Único de Saúde) -, o Bolsa Família, considerado o mais bem sucedido programa de massificação de políticas sociais já tentado no mundo.

Levará algum tempo para se produzir a obra definitiva sobre o programa, os desafios iniciais, a consolidação do corpo técnico, a montagem das redes com movimentos sociais, prefeituras, demais ministérios, para o feito de levar políticas compensatórias a 50 milhões de pessoas, 12 milhões de famílias, um quarto da população brasileira.

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Antes do Bolsa, os teóricos de políticas sociais se dividiam em duas linhas. De um lado os focalistas, especialistas em indicadores e estatísticas que centravam seus estudos na identificação dos segmentos mais necessitados da população. De outro lado, os universalistas, defensores das políticas sociais universais.
Havia uma dissonância invencível entre eles. As técnicas estatísticas são fundamentais para se conseguir otimizar a aplicação dos recursos. Mas o discurso focalista era utilizado para impedir a ampliação dos gastos sociais.

Por outro lado, os universalistas, embora mais generosos na distribuição de recursos, tendiam a considerar que qualquer forma de controle e acompanhamento prejudicaria os objetivos finais dos programas sociais.

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Oriundo dos movimentos sociais, mas com uma passagem executiva como prefeito de Belo Horizonte, Patrus soube juntar o que de melhor havia nas duas linhas.

Dos focalistas trouxe o maior nome – o técnico do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômico Aplicadas) Ricardo Paes de Barros, referência internacional – e as técnicas para hierarquizar a pobreza, permitindo chegar de forma mais eficiente nos segmentos de miséria absoluta. Dos universalistas, trouxe a convicção de que políticas sociais têm que ser universais – mas sem abdicar da ciência dos indicadores e acompanhamentos.

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O passo seguinte foi definir as prioridades dos programas sociais. O MDS toca vários programas, do Bolsa Família aos Benefícios Continuados (como aposentadoria para idosos). Mas o desafio maior, o ponto inicial de qualquer política social, é o atendimento da mais básica das necessidades, a fome. Esse foi o foco, que fez com que o programa substituísse seu antecessor, o desastrado Fome Zero.

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O desafio seguinte era montar a rede de parceiros, para garantir a estrutura mais enxuta possível na sede. O programa é tocado por 1.500 pessoas, estrutura mínima para a população atendida.

Na ponta recorreu-se aos movimentos sociais e, especialmente, às prefeituras – incumbidas de cadastrar os beneficiários. Para prevenir fraudes, foram montados convênios com Ministérios Públicos Federal e Estaduais, visando a criminalização das fraudes. Depois, tratou-se de fortalecer os conselhos municipais e regionais.

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Ainda há um longo caminho pela frente. Mas caminha-se para a constituição de uma rede social, um processo em construção, que tornará o programa irreversível.

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Partidos Politicos e o Preco da Democracia

O nosso sistema politico nao e - como no resto do universo - o mais admirado, mas e o que esta ai. Ha um preco pago pela sociedade para a sua manutencao, porem, em relacao ao retorno dado, a impressao e que o investimento e furado. Vide a quantidade de escandalos e a falta de comprometimento da maioria da classe politica. Mas tambem e verdade que ha muitos bons exemplos e que a atuacao dos nossos legisladores tem uma abordagem especialmente negativa em face dos bastidores do poder da Republica, o que nos remeteria a uma analise mais profunda do preco que pagamos pela democracia no pais. Alguns acham o valor muito elevado, outros que e isto mesmo, quem tem democracia tem que pagar. Cabe a sociedade, nao so no periodo eleitoral, pressionar os representantes nos diversos parlamentos pelo atendimento de seus interesses e pelo cumprimento dos principios eticos e morais no trato da coisa publica. Isto vai depender sempre do nosso grau de politizacao e do exercicio da cidadania. Filio-me a corrente de que democracia nao tem preco, alias tem, e o da eterna vigilancia.
A materia a seguir, do Correio Braziliense, traz dados sobre o valor que a Uniao deixara de arrecadar em face das insencoes fiscais dadas as emissoras de televisao e radio pela propaganda partidaria.

Do Correio Braziliense

Governo concederá R$ 851 mi em isenções fiscais às emissoras de televisão pela propaganda partidária


O horário eleitoral gratuito vai custar caro aos cofres públicos este ano. Por conta da isenção fiscal que é oferecida às emissoras de televisão e rádio, em ressarcimento ao espaço cedido para a propaganda política, R$ 851,1 milhões deixarão de ser arrecadados, segundo estimativa da Receita Federal. O valor — o mais alto da história — representa 0,7% do total de benefícios tributários que serão concedidos pelo órgão este ano, e supera, por exemplo, a isenção prevista para o Programa Universidade Para Todos (ProUni), que é de R$ 625,3 milhões.

A expectativa de renúncia fiscal por conta do horário político em 2010 é a maior da história. Na última eleição presidencial, a estimativa ficou em R$ 190,9 milhões. O valor previsto para as eleições de 2010 é quatro vezes maior que o do pleito anterior. Já em 2008, quando houve disputa para prefeituras e câmaras municipais, a estimativa da Receita com benefícios tributários decorrentes do horário político ficou em R$ 246,2 milhões.

O Correio procurou a Receita Federal na última terça-feira e ontem para obter explicações sobre o crescimento expressivo da expectativa de renúncia (1) fiscal por conta da propaganda política, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Na prática, a renúncia é uma forma de “comprar” o espaço utilizado para a exibição da propaganda política. Ela corresponde a 80% do valor que seria pago às emissoras caso o espaço fosse vendido a anunciantes.

Os generosos números divulgados pela Receita ainda podem ser superados. Isso porque a estimativa, fechada em 2009, foi feita antes da aprovação da minirreforma eleitoral. Até então, pequenas emissoras ficavam de fora da isenção fiscal. Com a mudança na norma, todas terão direito ao benefício.

O horário eleitoral é disputadíssimo pelos políticos, que, assim como os especialistas, sabem do impacto que ele tem no público. Segundo o diretor do Instituto Sensus de pesquisa, Ricardo Guerra, no primeiro dia de exibição, a propaganda é assistida por cerca de 15% do eleitorado, e daí segue em curva crescente. Nos últimos três dias, o índice sobe até chegar a 80%.
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PIB dos Emergentes vai passar o dos Desenvolvidos


















Do Portal R7
Os sete principais em desenvolvimento devem superar as atuais potências


O PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) total dos sete maiores países emergentes (E7) superará em 2020 o do G7 dos países mais industrializados - impulsionado principalmente pela China, que tirará o lugar dos Estados Unidos como primeira economia mundial - informou a consultora PricewaterhouseCoopers em um relatório divulgado nesta quinta-feira (21) .

- O motor do fortalecimento do E7 é o rápido crescimento da China. Apesar de esperarmos que este crescimento se desacelere progressivamente nos próximos 20 anos, a China provavelmente destronará os Estados Unidos e ocupará o lugar de primeira economia mundial por volta de 2020.

O peso relativo do "E7" (China, Índia, Brasil, Rússia, México, Indonésia e Turquia) na economia mundial provavelmente deve superar também em 2020 o d G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Canadá).

A PwC assinala que, em 2000, o PIB do G7 era o dobro do PIB do E7. Mas, durante a última década, os emergentes se aproximaram dos desenvolvidos e o processo acelerou com a crise econômica.

A distância entre o G7 e o E7 se reduzirá a 35% este ano e desaparecerá totalmente no final da década, segundo os cálculos da consultora.

A tendência continuará durante a década seguinte e espera-se que em 2030 a classificação das dez maiores economias mundiais seja ocupada na seguinte ordem: China, Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Grã-Bretanha.

Lula x FHC: Saneamento Basico - O Problema da Simplificacao dos Numeros

Neste periodo eleitoral, que promete uma polarizacao na disputa pela Presidencia da Republica, nada mais normal do que a comparacao de dados entre os governos que se sucederam, principalmente por representarem correntes politicas diversas. O tema agora e saneamento basico. Assim como na questao dos numeros do ensino basico, devemos tomar cuidado com a analise superficial de comparacoes diretas entre periodos de governos. Outras variaveis devem ser levadas em conta para que se possa montar um quadro completo ou mais proximo da realidade sobre o desempenho em determinadas areas. Neste caso do saneamento basico, o texto do Prof. Leo Heller, da UFMG, publicado no blog do Nassif, traz importantes consideracoes sobre o tema, levando em conta variaveis como a qualidade da agua consumida, a descontinuidade no abastecimento, a tecnologia apropriada para cada assentamento humano, a coleta de residuos solidos pelos municipios, o periodo de maturacao dos investimentos federais, entre outros aspectos. Demonstra que a comparacao direta de numeros descontextualizada e limitada por nao levar em conta o aspecto qualitativo do suprimento das demandas da sociedade.

Do blog do Nassif
Avanços no saneamento básico: as armadilhas dos números
Léo Heller (*)


Tem recebido recente repercussão na imprensa o estudo comparativo entre os períodos governamentais Fernando Henrique Cardoso e Lula, com base em indicadores da PNAD, de autoria do Prof. Claudio Salm, da UFRJ. A conclusão geral do estudo é pela equivalência do avanço de indicadores sociais, quando se comparam ambos os períodos. Trato aqui de trazer ao debate alguns elementos relacionados aos indicadores de saneamento básico. Em síntese, argumento que tal tipo de análise necessita ser cuidadosa, em dois sentidos: os números requerem leitura menos linear e simplista e é fundamental agregar, à análise quantitativa, uma avaliação qualitativa das políticas praticadas. Embora reduzido o espaço disponível nesta seção, tento sintetizar alguns desses aspectos, com base nas matérias publicadas.

O indicador relativo ao abastecimento de água revela que, em 1996, 48,5% da população pobre tinham acesso à rede geral e este número se eleva para 59,6% em 2002 e 68,3% em 2008. Ou seja, tem-se elevação de 11 pontos percentuais no primeiro período, representando o governo FHC, e de 9 no segundo, representando o período Lula. Os números, em uma primeira análise, sugerem desempenhos equivalentes. Contudo, na cobertura por redes de saneamento, avançar sobre percentuais mais baixos é mais fácil do que quando estes se aproximam da universalização do atendimento, pois são justamente os locais com urbanização mais precária, como vilas e favelas, os mais refratários e complexos para o recebimento dos benefícios. Por outro lado, avaliar o desempenho do abastecimento de água com base apenas na conexão à rede fornece uma pálida imagem da forma como ocorre o atendimento, pois oculta as imprescindíveis informações sobre a qualidade da água consumida e a ocorrência de descontinuidades no abastecimento.

Os dados divulgados sobre o atendimento pela coleta de esgotos para a população pobre mostram avanço de 9 pontos percentuais e 11 pontos, para o primeiro e o segundo períodos respectivamente, atingindo 52,4% de cobertura em 2008. Mostra, igualmente, aparente desempenho e aqui cabe o mesmo comentário anterior (elevar de 41 para 52% constitui façanha maior do que elevar de 32 para 41%). Além disso, a análise apenas deste dado pressupõe que a solução de redes coletoras é a única ou a melhor, desconhecendo importante debate sobre a tecnologia mais apropriada para cada tipo de assentamento humano. E, por fim, ignora a existência de outras unidades do sistema de esgotamento sanitário, como a disposição final, uma das maiores dívidas ambientais do setor de saneamento. Dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, de 2000, mostram que apenas 14% das localidades brasileiras tinham algum tipo de tratamento de esgotos, resultando no lançamento de 2/3 do volume de esgotos coletados nos cursos de água, sem qualquer tipo de tratamento.
(...)

(*) LÉO HELLER é professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e pesquisador no tema das políticas públicas de saneamento.

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Brasil fica em 88o. no Ranking de Ensino

E verdade que os dados levantados sao eminentemente quantitativos, o que nao deixa tambem de ser preocupante. Mas o mais importante e que a qualidade do nosso ensino basico tambem e bastante contestavel. Houve um esforco do governo FHC em universalizar o ensino basico, de modo que a proporção de crianças de 7 a 14 anos que freqüentavam a escola passou de 87% para 97%. Tivemos salas de aula cheias, mas e a qualidade do ensino?
Verifica-se que o FUNDEB passou a investir mais no educador, principalmente a partir de 2006, mas os avancos nesta area sao lentos, de modo que levara ainda tempo para termos resultados positivos. Neste aspecto do ensino basico os indices do governo Lula tem deixado a desejar, embora nao se possa deixar de reconhecer o problema cronico da gestao compartilhada da educacao por parte dos Estados e Municipios, e do esforco em aumentar o numero de escolas tecnicas e universidades federais pelo pais.







Do Estadao Online
País fica em 88º em ranking de ensino

Estudo da Unesco, com 128 nações, mostra que Brasil está atrás de Paraguai e Argentina; qualidade é o gargalo

Lisandra Paraguassú
BRASÍLIA
O alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que o Brasil conquistou há dois anos não chegou à educação. O relatório Educação para Todos, divulgado ontem pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), mostra que a baixa qualidade do ensino nas escolas deixa as crianças para trás. É diretamente responsável por colocar o País na 88ª posição no Índice de Desenvolvimento Educacional (IDE), com resultado 0,883 (a nota varia de 0 a 1, sendo 1 a mais alta). O Brasil está atrás de Paraguai, Equador e Bolívia.

Dos quatro dados utilizados pela Unesco, o Brasil vai bem em três e tem resultados acima de 0,900 - o mínimo para ser considerado de alto desenvolvimento educacional. São bons os números de atendimento universal, analfabetismo e igualdade de acesso à escola entre meninos e meninas. Já quando se analisa o índice que calcula quantas crianças que entram na 1ª série do ensino fundamental concluem a 5ª série, o País cai para 0,756, um baixo IDE.

Mais do que isso, a situação piorou. No estudo anterior, com dados de 2005, o índice brasileiro ficou em 0,901. O recente relatório utiliza informações de 2007, ano em que há números comparáveis para os 128 países.

Segundo Nicole Bella, analista de políticas da Unesco em Paris e uma das responsáveis pelo relatório, o Brasil perdeu pontos porque a matrícula caiu de 95,6% em 2005 para 93,5% em 2007 e a taxa de sobrevivência na 5ª série de 80,5% para 75,6% no mesmo período. "A reprovação e a retenção escolar, assim como a qualidade da educação, atrapalham o progresso do País."

O gargalo da 5ª série do ensino fundamental é conhecido. O relatório aponta três fatores que influenciam o resultado das crianças e a permanência na escola: a necessidade de identificar, nos primeiros anos de escolaridade, o quanto a criança está aprendendo e tomar medidas para sanar as dificuldades; ter escolas com um mínimo de infraestrutura física e um bom ambiente escolar; um número consistente de horas em sala de aula, garantindo que pelo menos 80% delas seja de aprendizagem efetiva. Em nenhum deles o Brasil pode servir de exemplo.

Nas rede pública, a média de horas de aula por dia é de 4,5 no ensino fundamental e 4,3 no médio, quando seriam necessárias ao menos 6. Mais de 17,8 mil escolas não têm energia elétrica e só 37% possuem bibliotecas.

Para o presidente executivo do Movimento Todos pela Educação, Mozart Ramos, os dados reforçam que o maior desafio do País é a aprendizagem na educação básica. "Melhorar a qualidade é mais caro do que colocar a criança na escola." Para a educadora Ângela Soligo, da Unicamp, o País "investe demais em avaliação e de menos na melhoria da qualidade".

O Ministério da Educação informou que ainda vai analisar o relatório, mas, inicialmente, considerou os números "estranhos" porque houve a ampliação do ensino fundamental para nove anos e queda na evasão.

Colaborou Carlos Lordelo

Lula e Davos






Do Ultimo Segundo
Lula receberá prêmio inédito de Estadista Global do Fórum de Davos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá o prêmio de Estadista Global do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), no dia 29. Esta é a primeira edição da homenagem, criada para marcar o aniversário de 40 anos do Fórum.

Conforme a organização do evento, o prêmio tem o objetivo de destacar um líder político que tenha usado o mandato para melhorar a situação do mundo. "O presidente do Brasil tem demonstrado verdadeiro compromisso com todas as áreas da sociedade", disse o fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, em nota.

Segundo ele, esse compromisso tem seguido de mãos dadas com o objetivo de integrar crescimento econômico e justiça social. "O presidente Lula é um exemplo a ser seguido para a liderança global."

A entrega do prêmio será feita pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e está prevista para às 11h30 (horário local; 8h30 de Brasília) do dia 29, quando o presidente brasileiro fará um discurso. Em seguida, terá início um painel de discussão sobre o Brasil. O objetivo é debater os atuais condutores do crescimento do País e os desafios à frente.

Entre os participantes do painel estarão o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o copresidente do conselho de administração da Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan, o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young e o vice-presidente do argentino Banco Hipotecario, Mario Blejer. Lula também fará o encerramento do painel sobre o Brasil.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A Nova Locomotiva do Brasil: Pernambuco














Nao podemos negar que o Nordeste brasileiro vive um momento impar na sua historia economica. Uma serie de obras de logistica e investimentos publicos e privados em combinacao com a boa fase da economia brasileira, apesar da crise economica do ano passado, tem feito com que a maioria dos estados da regiao cresca em patamares superiores ao do resto do pais, e, inclusive, da maioria dos paises da America do Sul. Alguns podem argumentar que a base de comparacao com um passado recente e muito baixa e que a participacao no PIB brasileiro ainda deixa muito a desejar. E verdade, mas o que importa e que a regiao esta num momento mais do que especial para dar um salto qualitativo e deixar de vez para tras a imagem de miseria e abandono que sempre a acompanhou, como estivesse fadada a ser sempre a India da Belindia (Belgica e India) que dizem que o Brasil ainda comporta. E bom sabermos que o principio constitucional que ordena a diminuicao das desigualdades regionais esta sendo, finalmente, observado. O artigo a seguir e do Paulo Henrique Amorim - PHA, publicado no seu Conversa Afiada, e trata de dados economicos de Pernambuco:

Por Paulo Henrique Amorim (do Conversa Afiada).

Anotações de uma viagem a Petrolina, em Pernambuco.


Neste último fim de semana, foram vendidos – no fim de semana – 450 apartamentos de R$ 70 mil, em 15 prédios diferentes, para compradores com renda entre 3 e 6 salários mínimos.

Amanhã, ainda em Petrolina, haverá um outro lançamento, com 500 unidades.

Os dois, dentro do programa Mina Casa, Minha Vida, da Caixa.

Segundo Alex Jenner Norat, superintendente regional da Caixa em Pernambuco, o programa Minha Casa, Minha Vida aplicará R$ 34 bilhões para resolver apenas 14% do déficit habitacional do país.

Ou seja, ainda há muita casa popular a ser construída.

(Só para fazer uma comparação: a única obra parecida do governo do Farol de Alexandria, um Programa Habitacional de Interesse Social, tinha R$ 300 milhões para aplicar. Uma pequena diferença.)

Em 2006, havia 1.600 alunos matriculados em escolas técnicas do Estado de Pernambuco.

Este ano, serão 16.000 novas matrículas.

A construção civil cresce 20% ao ano em Pernambuco.

O comércio, 10%.

A indústria, 6%.

Uma simples mudança no ICMS permitiu que, este ano, sejam gerados 18.000 empregos na indústria do call center.

No Complexo Portuário de Suape foram gerados 15 mil empregos.

O estaleiro Atlântico Sul abriu 9 mil vagas.

Há 96 empresas em operação em Suape.

Em Suape será criado um polo petroquímico, com especialização em fibras têxteis.

Em Suape, haverá um pólo para prover equipamentos e serviços para a indústria do gás e petróleo off-shore.

10 mil pernambucanos trabalham na transposição do rio São Francisco.

A próxima etapa da construção da refinaria Abreu e Lima, uma sociedade da Petrobrás com Hugo Chávez, vai precisar de 12 mil empregos adicionais.

A ferrovia Transnordestina terá a extensão de 1.730 quilômetros e ligará os Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí.

Vai exigir investimentos de R$ 5,4 bilhões.

A ferrovia fará a ligação dos centros de produção de grãos (Piauí), gesso (Pernambuco), avicultura e agricultura irrigada do semi-árido nordestino, aos portos de Suape em Pernambuco, e Pecém no Ceará.

Deverá criar 7 mil empregos diretos.

A fruticultura irrigada de Petrolina – da uva sem caroço e da manga sem fibra – produz mais de um milhão de toneladas por ano.

Em Pernambuco é onde, hoje, no Brasil, o crédito cresce mais rápido.

Em um ano, a carteira, segundo o Banco Central, cresceu em Pernambuco 65%.

Em segundo lugar, no Rio, com um aumento de 38%.

São Paulo ficou abaixo da média: 14%.
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Agencia Carta Maior: Os Pecados do Haiti


Como a historia do Haiti existiu tambem antes do terremoto, interessante vermos o que diz o Eduardo Galeano sobre o tema.

Por Eduardo Galeano

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca idéia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto
Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito com um voto sequer.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:

– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.
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PAINEL INTERNACIONAL





Atuação dos Estados Unidos no Haiti é uma questão de liderança


Le Monde
Corine Lesnes

Em WashingtonCom seu presidente aparecendo com tanta frequência nas telas, os americanos poderiam acreditar que a catástrofe havia acontecido em seu solo. Nos três dias que se seguiram ao terremoto no Haiti, o presidente Barack Obama fez diversas declarações na Casa Branca, enviou 10 mil soldados, um porta-aviões munido de 19 helicópteros, e desbloqueou US$ 100 milhões. A Marinha foi convocada a fazer milagres. O navio-hospital Comfort, um mastodonte equipado com doze salas de operações, nunca havia sido preparado tão rapidamente. Em menos de 48 horas, levantou âncora para Porto Príncipe, onde deveria chegar na quarta-feira (20).

Barack Obama logo assumiu o controle de tudo - quase que instintivamente, poderiam dizer. Ainda que ele tenha designado como coordenador o novo diretor da Agência Americana para o Desenvolvimento USAID, Rajiv Shah, um jovem médico de origem indiana, foi ele que declarou a situação "prioritária", a ponto de merecer manter em Washington os secretários da Defesa e das Relações Exteriores, esperados na Austrália para uma cúpula dedicada ao Afeganistão e à luta antiterrorista.

Obama também enviou a Porto Príncipe um de seus colaboradores mais próximos, Dennis McDonough, para coordenar a comunicação. É verdade que os apresentadores dos telejornais da noite também desembarcaram no Haiti (em que avião?, perguntariam alguns).

Reação instantânea bem vista nos Estados Unidos
A administração Obama se antecipou ao chamado? Teria ela se precipitado indevidamente? Certamente essa é a opinião daqueles - franceses, italianos, brasileiros - cujos aviões de socorro se viram desviados para os outros aeroportos da região por americanos que acreditavam estar fazendo a coisa certa, mas que nenhuma autoridade superior havia ordenado.

Na edição de segunda-feira (19) do jornal "USA Today" , os especialistas da Força Aérea dos EUA contaram como haviam procedido ao desembarcarem no aeroporto 24 horas após o terremoto. Foi um caos. A torre de controle estava quebrada. "Fomos falar com os pilotos e dissemos: ei, somos controladores de combate da aeronáutica. Estamos assumindo o controle do aeroporto", contou o sargento Chris Grove.

Dito e feito. Os americanos sabem que foram criticados por terem evacuado seus compatriotas como prioridade, e por terem privilegiado os voos militares em detrimento dos socorros: em outras palavras, a segurança em vez da ajuda humanitária. Mas tudo entrou nos eixos, eles afirmam. Os voos do Exército americano agora estão programados para a noite.

Quanto aos outros aviões, as prioridades são estabelecidas "pelo governo haitiano". E a secretária de Estado, Hillary Clinton, durante sua visita assinou um acordo com o presidente René Préval regularizando a tomada de controle do aeroporto. A conversa aconteceu no hangar "tomado" pelo sargento Chris Grove e depois transformado em QG americano.

Para os americanos, o Haiti é tanto uma exigência humanitária quanto uma exigência de segurança nacional. Cada vez que acontece um tumulto relacionado ao Caribe, especialmente com Cuba, eles temem um êxodo que mandaria centenas de milhares de refugiados para a Flórida, situada a somente 1.200 quilômetros.

Para justificar seu comprometimento em favor do Haiti, Barack Obama também acrescentou uma exigência moral em nome da "humanidade comum" compartilhada por todos os povos da Terra. Para a imagem que os americanos fazem de si mesmos, e para aquela que seus vizinhos têm deles, é necessário ajudar o salvamento do Haiti, disse ele. É uma questão de liderança.

Mesmo que as duas situações não tenham nada a ver, o paralelo com o furacão Katrina foi abordado, em sua vantagem - e para a grande satisfação da Casa Branca. A reação instantânea do presidente - meia hora depois de saber do terremoto, ele já publicava um comunicado - foi bem vista nos Estados Unidos, com algumas exceções.

A crítica mais ácida foi a de Rush Limbaugh, apresentador ultradireitista de rádio, que o acusou de adular a comunidade afro-americana, em um momento em que ela se sente abandonada por seu presidente "pós-racial".

Longa história muitas vezes turbulenta

O Haiti mantém uma longa história - e muitas vezes turbulenta - com os Estados Unidos desde a primeira campanha de julho de 1915, decidida por Woodrow Wilson, precursor das intervenções armadas conduzidas em nome da promoção da democracia (a ocupação durou 19 anos).

Os Estados Unidos "voltaram" em 1994, quando Bill Clinton resolveu restabelecer no poder o padre Jean-Bertrand Aristide, vítima de um golpe de Estado. E depois em 2004, para expulsar o mesmo Aristide, que se tornara um ditador sanguinário. Todas as vezes o exército americano serviu de elemento avançado de uma força multinacional da ONU.

Tomada por uma ambição de fazer o "bem", a administração Obama desta vez promete um compromisso a longo prazo para acabar com um mal crônico. Em um momento em que duas guerras estão esgotando seus recursos, é difícil acusar os americanos de estarem comandando uma nova "ocupação" qualquer.

Se a ONU tivesse enviado controladores aéreos a Porto Príncipe no dia seguinte ao terremoto, o sargento Chris Grove não estaria tumultuando os céus do Haiti.

Republicano vence eleicao no Senado e Obama perde "Supermaioria"

Do portal G1
O republicano Scott Brown derrotou a democrata Martha Coakley na eleição especial realizada nesta terça-feira (19) no estado de Massachusetts para substituir o senador Ted Kennedy, morto no ano passado, fazendo com que o partido do presidente Barack Obama perca o domínio no Senado.

Segundo os resultados preliminares, divulgados pela rede de televisão "CNN", Brown teve 53% dos votos, contra 46% da candidata democrata.

A derrota de Coakley significa a perda da "supermaioria" do Partido Democrata no Senado (passa de 60 cadeiras para 59, contra 41 que têm agora os republicanos), em um resultado que pode atrapalhar a aprovação da reforma do sistema de saúde promovida pelo presidente Barack Obama.



Clique aqui para conhecer os pontos da reforma

Os Desafios da Agricultura Familiar

O Brasil e uma potencia agricola, que ano apos ano vem quebrando recordes de producao. Somos orgulhosos de nossas safras de soja e de outras culturas e de, vez por outra, sermos alcunhados de "celeiro do mundo". Tudo isto nos leva ao agronegocio que certamente tem ajudado o pais no avanco dos seus indices economicos. Mas ha uma outra face da producao agricola que fica em segundo plano quando se vai discutir os aspectos economicos e sociais envolvidos. E a agricultura familiar. Ja ouvi grandes analistas desdenharem deste tema, ao dizer que o campo so tem espaco para agricultura em escala industrial de producao para o mercado interno e exportacao. Acredito que haja ma-fe na tomada desta posicao.
E inacreditavel nao se reconhecer que um bom projeto de estimulo e assistencia a agricultura familiar nao traga beneficios a sociedade, principalmente se envolver a criacao de cooperativas que reunam os diversos grupos familiares de producao agricola, fixando o homem ao campo e gerando renda. Isto chega a ser um mantra!
A sociedade brasileira muito pouco sabe deste aspecto de nossa agricultura, e quando ouvimos falar e apenas atraves de noticias superficiais dadas sob o vies de grupos economicos poderosos que nao guardam identidade ou interesses com a questao (na realidade guardam os seus proprios interesses).
Acredito que haja especo para todos e, assim como o "agrobusiness" tem seu relevante papel na economia brasileira, a agricultura familiar tambem, por alcancar o que aquele nao tem condicoes, por vocacao e por sua natureza.
O texto a seguir e do SBPC/Labjor:


Por Alessandra Pancetti
08/01/2010

Dentre as políticas públicas priorizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) nos últimos anos, certamente o incentivo à agricultura familiar ganha destaque. Dentro dessa linha, em junho de 2009, o governo federal sancionou uma lei que estabelece que um mínimo de 30% dos recursos disponíveis para compra de alimentos da merenda escolar seja proveniente da agricultura familiar, priorizando assentamentos de reforma agrária e comunidades indígenas e quilombolas. Apesar disso, quem não é do meio rural desconhece a importância desse segmento, e especialistas apontam desafios que ainda precisam ser vencidos, como a distribuição de renda no campo e fixação do pequeno agricultor, a universalização do crédito e a transferência de tecnologia às propriedades familiares.

De uma forma geral, a parcela da população urbana é pouco informada sobre o papel da agricultura familiar em suas vidas, quais nichos ela vem ocupando, principalmente no abastecimento interno, e qual a sua importância social. Entretanto, dados do MDA indicam que 70% de alimentos consumidos no Brasil são provenientes da agricultura familiar, que participa de 9% do produto interno bruto (PIB) do país, ou seja, um terço do agronegócio brasileiro. Mesmo assim, especialistas acreditam que ainda existem muitos desafios a serem enfrentados para a preservação da agricultura familiar pelo país.

Para o professor Manoel Baltasar Baptista da Costa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a agricultura familiar assume a importância fundamental de empregadora de uma considerável parcela da população rural. “A questão mais séria é a de geração e distribuição de ocupação e renda”, explica Baltasar. Além disso, segundo ele, em alguns países da Europa, a agricultura familiar é preservada inclusive na perspectiva cultural, e sua importância transcende fatores puramente econômicos. “Eu acho que não podemos ficar nesse reducionismo do lucro e da escala, mesmo porque essa agricultura do agronegócio está nos levando ao suicídio pelo processo de devastação”, opina.
(...)

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Midia a Beira de um Ataque de Nervos

Apos o editorial do Estadao, que demonstrou o grau de ojeriza que os grandes grupos midiaticos tem a se discutir a propria midia no pais, varias analises foram feita sobre o assunto. O Alberto Dines, no Observatorio da Imprensa, faz uma avaliacao sobre o tema, bastante lucida, destacando a "evolucao" da reacao contraria as diversas conferencias convocadas pelo governo (como a CONFECOM, as que discutiram o PNDH-III e agora a Conferencia da Cultura), que vai da modestia a hipocrisia. Eis, a seguir, alguns trechos:

OS ESPELHOS, O HORROR
Mídia à beira de um ataque de nervos

Por Alberto Dines em 19/1/2010

A mídia brasileira está sendo vítima de um surto da síndrome do pânico: está com horror ao espelho. Berra e esperneia quando alguém menciona a organização de conferências ou debates públicos sobre meios de comunicação, imprensa, jornalismo. Apavora-se ao menor sinal de controvérsias a seu respeito, por mais úteis ou inócuas que sejam. Parece ter esquecido que o direito de ser informado é um dos direitos inalienáveis do cidadão contemporâneo. O Estado Democrático de Direito garante a liberdade de expressão e o acesso universal à informação.

A instituição criada para impedir unanimidades, o poder instituído para promover o pluralismo, o bastião do Estado Democrático de Direito, agora se sobressalta e entra em transe quando pressente outros holofotes tentando focalizá-lo.

Diagnóstico 1: modéstia. Diagnóstico 2: narcisismo. Diagnóstico 3: onipotência. Diagnóstico 4: hipocrisia.

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Causas e terapias

A síndrome do pânico voltou a manifestar-se intensamente no último fim de semana – e não por causa da catástrofe do Haiti –, quando o Estadão descobriu que em março começará uma nova conferência nacional, desta vez para discutir cultura. Deus nos acuda, horror. Cultura? Chamem o Goering! Na pauta menciona-se a necessidade de promover a regionalização da produção televisiva e aparece a expressão maldita "monopólio de comunicação".

Tremendo de medo, lívida, cheirando seus sais, Madame Mídia convocou o seu zorro preferido: o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ, ex-ministro das Comunicações do atual governo, o mesmo que pediu a impugnação integral da Lei de Imprensa, esquecido de que algumas de suas cláusulas eram indispensáveis para evitar o vácuo legal). O herdeiro de Chagas Freitas, ex-colunista especializado em pedir votos aos funcionários públicos, desinteressado como sempre, investiu imediatamente em defesa da aterrorizada mídia negando a existência de qualquer monopólio nos meios de comunicação.

Qualé, seu Miro – já esteve em Santos? Sabe o que se passa na maioria das capitais do Norte-Nordeste? Já examinou a situação das nossas cidades médias onde a principal emissora de TV é também a principal acionista do maior diário? Conhece os regulamentos da Federal Communications Commission (FCC) americana que impedem a propriedade cruzada de veículos na mesma região?

A síndrome do medo tem várias causas e várias terapias. Fármacos resolvem. O divã, porém, é mais eficaz.

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Clique aqui para ir ao editorial do Estadao: OESP de 19.01.10

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Michael Moore: Capitalismo - Uma Historia de Amor.

Muitos nao gostam dele. Taxam-no de impreciso nos seus filmes e de forcar a barra apenas para criticar aquilo que nao lhe agrada - principalmente os contornos que tomaram conta do capitalismo americano. A verdade e que ele carrega na critica acida, cheia de ironias, e nao teme fazer perguntas que todos gostariam que fossem feitas. Assisti Sicko, que trata do problema da cobertura de saude nos EUA e achei extremamente esclarecedor. Esse trailer e do seu novo filme, que aborda o tema da crise economica, tendo como epicentro Wall Street e os Bancos de Financiamento e a conta que foi paga pelos governos, atraves dos impostos da populacao. Certamente ha quem ache justa esta "troca", vez que vivemos sob os auspicios de uma civilizacao em que todos os seus avancos se devem a este sistema. Talvez isto fosse verdade se os ganhos fossem equilibrados e bem distribuidos, mas ai argumenta-se: nao e problema do sistema mas dos governos em si. Mas nao e o sistema que dobra os governos, ou e o contrario? E um caso a se pensar...
Certamente que o sistema capitalista traz em si enormes contradicoes, e sim, e necessario domar, talvez nao o modo de producao em si, mas a forma com que ele se manifesta enquanto poder. Ha um artigo muito interessante do Luiz Carlos Bresser Pereira que fala sobre expressao de poder do sistema, naquilo que em seu extremismo ficou conhecido como neoliberalismo e a questao do Estado e do Mercado. Vale a pena ler. O link no final.



Para ler o artigo do Bresser Pereira: Assalto ao Estado e ao Mercado, Neoliberalismo e Teoria Economica

A Sina do Haiti

Quando o presdente dos EUA, Barak Obama, reuniu dois ex-Presidentes (Clinton e Bush) para criar um fundo de ajuda humanitaria para as vitimas do terremoto no Haiti, despachando dez mil soldados com mantimentos e um porta-avioes, ele nao apenas estava demonstrando o seu interesse em ajudar aquele povo sofrido. Estava tambem marcando posicao sobre quem lidera naquela regiao do planeta. Quando o controle do aeroporto de Porto Principe passou para as maos dos americanos, verificou-se que a forca de "disuassao" refletida na rapidez com que foi implantada a logistica de guerra sobre aquela terra arrasada, deram aos EUA uma posicao de iniciativa, de modo a nao se submeter diretamente ao comando da ONU. Meios para isso eles tem, como demonstrado. Ocorre que o Brasil lidera, sob sua propria bandeira, mas sob os auspicios das Nacoes Unidas, uma missao de reconstrucao daquele pais e parece nao estar disposto a entregar passivamente tal posicao, observando-se o tempo, dinheiro, energia e vidas gastos, num esforco para estabilizar a sociedade haitiana. A Franca tambem entra nesta briga, ela que, com a aproximacao estrategica com o Brasil, principalmente em vista da possibilidade de vendas de avioes Rafale ao governo brasileiro, tem a chance de marcar posicao nesta regiao do planeta.
Fica entao o Haiti, como diz a reportagem a seguir, "desfalecido", esperando que deste imbroglio surja algo definitivo, que mude radicalmente a sua situacao e o seu destino.




Do portal Terra

'Spiegel': EUA, França e Brasil brigam por domínio no Haiti


Enquanto os haitianos lutam por sobrevivência após o devastador terremoto da semana passada, os Estados Unidos, a França e o Brasil estão "brigando pela predominância" no país, diz um artigo publicado no site da revista alemã Der Spiegel.

O artigo, assinado pelo correspondente da revista em Londres, Carsten Volkery, diz que o governo haitiano acompanha esse desenrolar "desfalecido".

Como exemplo da disputa pela predominância no país, a revista cita a decisão do presidente haitiano, René Préval, de passar o controle do aeroporto de Porto Príncipe para os americanos, o que causou uma "chiadeira internacional" e levou o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, a dizer que os Estados Unidos praticamete "anexaram" o aeroporto.

França e Brasil protestaram formalmente em Washington "porque aviões americanos receberam prioridade para pousar em Porto Príncipe enquanto aviões de organizações de ajuda eram desviados para a República Dominicana", segundo a revista.

A Spiegel diz que o Brasil, que lidera as forças da missão de paz no Haiti, "não pensa em abrir mão do controle sobre a ilha" e que, se depender da vontade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto de reconstrução do Haiti "deve permanecer um projeto latino-americano".

A disputa diplomática em andamento "lembra o passado político da ilha", diz a revista, "quando constantemente os 8 milhões de haitianos se tornavam um joguete de interesses internacionais".

Colônia
Por causa da situação precária no país e da fragilidade do governo, vários analistas ouvidos pelo artigo preveem que o país mais pobre das Américas pode voltar a se tornar uma "espécie de colônia".

"Desde 2004, a ilha é um protetorado da ONU", diz a revista, lembrando que as tropas de paz zelam pela ordem e segurança no país, treinam a polícia local e até organizam as eleições.

Henry Carey, especialista em Haiti da Georgia State University, diz no artigo que o mandato da ONU deverá ser estendido e que o país voltará a ser uma colônia, "dessa vez da ONU".

Para o analista, isso seria "positivo", se for mantida a recente tendência de estabilização econômica e política verificada no país.

A CONFECOM e a Rede Globo: O Problema da Democratizacao da Comunicacao


Nao e segredo para ninguem que a concentracao da midia no Brasil e uma realidade que se impoe na figura de umas poucas empresas. E possivel ate nomea-las, comecando pelo grupo mais poderoso: as Organizacoes Globo. Podemos citar, ainda, o grupo Folha, Abril, o Estado de Sao Paulo e todos os seus socios regionais. Tambem nao e segredo que esses mesmos grupos sao refratarios a qualquer tipo de discussao sobre a democratizacao dos meios de comunicacao, principalmente quando essa discussao importe em diminuicao do poder politico e economico. Nesse aspecto nao e dificil entender porque a CONFECOM foi considerada como anti-democratica pelos grandes grupos midiaticos, ainda que tenha envolvido toda a sociedade na discussao do tema.

Pra se ter uma ideia de como e complicado discutir a questao da democratizacao da informacao no pais, veja o que diz o editorial do Estadao de hoje (dia 19) no seu trecho inicial:

"Vem aí mais um ataque à liberdade de informação e de opinião, preparado não por skinheads ou outros grupos de arruaceiros, mas por bandos igualmente antidemocráticos, patrocinados e coordenados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A 2ª Conferência Nacional de Cultura, programada para março, foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário. O controle dos meios de comunicação, da produção artística e da investigação científica e tecnológica é parte essencial desse projeto e também consta do Programa Nacional de Direitos Humanos, outra desastrosa proposta do governo petista. O texto-base da conferência poderia figurar num museu de teratologia política, como exemplo do alcance da estupidez humana. Antes de enviá-lo para lá, no entanto, será preciso evitar a sua conversão em roteiro oficial de uma política de comunicação, ciência e cultura.
(...)"


A entrevista a seguir (alguns trechos) foi retirada do site da FENAJ (Federacao Nacional de Jornalistas) e foi dada pelo Vice-Presidente da Federacao dos Jornalistas da America Latina e Caribe (FEPALC), Celso Shroder.


A incapacidade para a democracia e para o debate público está no DNA da Rede Globo

O boicote à 1ª Conferência Nacional de Comunicação promovido por empresas de comunicação capitaneadas pela Rede Globo expressou seu mau costume de articular seus interesses através de lobbies em Brasília e o temor das mesmas em negociar suas propostas publicamente. Tal avaliação é do vice-presidente da FENAJ, coordenador do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e presidente da Federação dos Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC), Celso Schröder.

(...)

E-FENAJ - Jorge Fernando dos Santos, assessor de comunicação do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, encaminhou algumas perguntas que constituem uma entrevista “quase exclusiva”. Ele comenta que durante a ditadura tivemos a ação desastrosa da censura federal. Toda ideia que destoasse do regime era tida como subversiva. Hoje, notamos certa paranóia de setores que se dizem de esquerda, que insistem no patrulhamento ideológico da mídia e de articulistas que criticam o atual governo. Qual é o risco dessa paranóia se consolidar como censura oficial? Ele pede, também, que você especifique as diferenças entre o Conselho Federal dos Jornalistas e o Conselho Nacional de Comunicação. Até que ponto serão eles órgãos democráticos, sem a tutela do governo ou de partidos políticos? Jorge comenta, também, que “a TV brasileira não tem muito compromisso com a educação e a cultura nacional, pelo contrário, a mídia alinha por baixo o gosto estético da população”. E questiona: como evitar que isso aconteça sem que o Estado intervenha arbitrariamente? E faz mais quatro perguntas: qual será a estratégia para tirar do papel as propostas aprovadas pela Confecom e transformá-las em lei? Por qual motivo políticos publicamente desgastados pelo envolvimento em escândalos, como o José Dirceu, apoiam a Confecom, seria uma espécie de revanchismo contra a imprensa que os desmascarou? Até que ponto os jornalistas estão interessados na mudança das leis de comunicação no país? Você tem esperanças de que o monopólio da informação e a propriedade cruzada mudem de fato a partir das propostas aprovadas na Confecom?

Schröder – Ufa, vamos lá Jorge. 1)Tens razão em trazer esta preocupação da possibilidade de censura nas ações pretensamente democratizantes na área da comunicação. Daniel Herz sempre nos alertava que democratizar a Rede Globo não significava construir uma Rede Globo de sinal contrário. Conviver com a crítica e com a opinião contrária é da natureza da política. Suprimir estas características é suprimir a política e, portanto, a possibilidade de democracia. Mas, por outro lado, temos que entender que não é legítimo um meio de comunicação, principalmente uma concessão pública, se comportar como um partido político, que é, afinal, por natureza uma parte da sociedade, e não, portanto, todo o público. O grande desafio é enfrentar uma história de meios de comunicação autoritários e partidarizados sem reproduzir esta lógica. Mas não vejo esta tendência como uma possibilidade neste momento.

2) Conselho Federal dos Jornalistas é uma autarquia que deve, a exemplo da OAB e Cremers, fiscalizar o exercício profissional no que diz respeito às questões éticas e de regulamentação profissional. Ou seja, é um conselho nitidamente corporativo e que deverá existir para dar uma garantia à sociedade de profissionais éticos e eficientes. Por outro lado, o Conselho Nacional de Comunicação terá um papel mais próximo ao do FCC norte-americano, que é de fiscalizar o cumprimento das grandes regras nacionais de comunicação. Deverá ser formado por representações de diversos segmentos profissionais e/ou sociais. Este conselho já tem similar nas principais democracias do mundo. A sua inexistência no Brasil é a prova mais cabal da dificuldade, por parte do setor comercial, de dar uma dimensão realmente pública ao sistema de comunicação nacional.

3) Acho que a TV brasileira sofre dos males que o meio, principalmente mas não exclusivamente, possui. Como diz o Pierre Bourdieu é um meio que tende à superficialidade devido às suas características técnicas agravadas pela necessidade comercial de aumentar ao limite da racionalidade a sua faixa de público. Não é somente a TV brasileira que ignora a educação e a cultura. Portanto para superar esta tendência é preciso criar um contra fluxo que imponha outro tipo de lógica onde a velocidade não se sobreponha ao raciocínio, onde o roteiro e o argumento não sejam substituídos pelo cenário, onde a qualidade do ator ou atriz não seja proporcional ao botox destinados aos seus gigantescos lábios. Enfim, precisamos construir uma televisão onde a existência de um programa não seja dado somente pelo número de espectadores que ele possa garantir nas pesquisas de audiência. Por outro lado não podemos ignorar as características deste meio e imaginar que programas herméticos ou elitistas possam ser uma alternativa. Por isso o debate realizado na Confecom sobre conteúdo nacional e convergência tecnológica foi muito importante. Precisamos garantir um conteúdo nacional de qualidade para garantir uma identidade nacional.

4) Vou atender as quatros perguntas restantes nesta resposta. A) Mobilização social é a resposta para garantir mudanças. Cristina só conseguiu programar a Lei dos Meios na Argentina depois que quarenta mil pessoas foram para a frente do Congresso. Devemos mobilizar, no mínimo, o dobro aqui no Brasil. B) Não tenho elementos para julgar o propósito do Zé Dirceu ao defender a Confecom, o que posso dizer é que seus argumentos são muito próximos aos da FENAJ e do FNDC, portanto, são bem vindos. C) Os jornalistas estão muito interessados na mudança do cenário legal da comunicação brasileira. A presença da maior delegação na conferência, mais de trezentos delegados e outros tantos observadores, é a prova disso. Por outro lado foi muito acertada a estratégia de levar suas demandas para serem discutidas e aprovadas inclusive pelo setor empresarial presente.
(...)

Para ler a entrevista na integra, clique aqui: E-FENAJ

Para ler a integra do editorial do Estadao, clique aqui: Editorial Estadao 19.01.10

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

PAINEL INTERNACIONAL


ONU perdeu 46 funcionários no Haiti; 500 estão desaparecidos

Do Portal Terra

Pelo menos 46 funcionários da ONU no Haiti morreram no terremoto e outros 500 estão desaparecidos, informou Martin Nesirky, porta-voz do secretário-geral da ONU.

O porta-voz afirmou que cifra de mais de 500 pessoas desaparecidas inclui os integrantes da força de paz, que não puderam ser localizados.

Terremoto
Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.


Morte de brasileiros
A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e pelo menos 16 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Dois militares estão desaparecidos.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti
O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.