terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A Sina do Haiti

Quando o presdente dos EUA, Barak Obama, reuniu dois ex-Presidentes (Clinton e Bush) para criar um fundo de ajuda humanitaria para as vitimas do terremoto no Haiti, despachando dez mil soldados com mantimentos e um porta-avioes, ele nao apenas estava demonstrando o seu interesse em ajudar aquele povo sofrido. Estava tambem marcando posicao sobre quem lidera naquela regiao do planeta. Quando o controle do aeroporto de Porto Principe passou para as maos dos americanos, verificou-se que a forca de "disuassao" refletida na rapidez com que foi implantada a logistica de guerra sobre aquela terra arrasada, deram aos EUA uma posicao de iniciativa, de modo a nao se submeter diretamente ao comando da ONU. Meios para isso eles tem, como demonstrado. Ocorre que o Brasil lidera, sob sua propria bandeira, mas sob os auspicios das Nacoes Unidas, uma missao de reconstrucao daquele pais e parece nao estar disposto a entregar passivamente tal posicao, observando-se o tempo, dinheiro, energia e vidas gastos, num esforco para estabilizar a sociedade haitiana. A Franca tambem entra nesta briga, ela que, com a aproximacao estrategica com o Brasil, principalmente em vista da possibilidade de vendas de avioes Rafale ao governo brasileiro, tem a chance de marcar posicao nesta regiao do planeta.
Fica entao o Haiti, como diz a reportagem a seguir, "desfalecido", esperando que deste imbroglio surja algo definitivo, que mude radicalmente a sua situacao e o seu destino.




Do portal Terra

'Spiegel': EUA, França e Brasil brigam por domínio no Haiti


Enquanto os haitianos lutam por sobrevivência após o devastador terremoto da semana passada, os Estados Unidos, a França e o Brasil estão "brigando pela predominância" no país, diz um artigo publicado no site da revista alemã Der Spiegel.

O artigo, assinado pelo correspondente da revista em Londres, Carsten Volkery, diz que o governo haitiano acompanha esse desenrolar "desfalecido".

Como exemplo da disputa pela predominância no país, a revista cita a decisão do presidente haitiano, René Préval, de passar o controle do aeroporto de Porto Príncipe para os americanos, o que causou uma "chiadeira internacional" e levou o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, a dizer que os Estados Unidos praticamete "anexaram" o aeroporto.

França e Brasil protestaram formalmente em Washington "porque aviões americanos receberam prioridade para pousar em Porto Príncipe enquanto aviões de organizações de ajuda eram desviados para a República Dominicana", segundo a revista.

A Spiegel diz que o Brasil, que lidera as forças da missão de paz no Haiti, "não pensa em abrir mão do controle sobre a ilha" e que, se depender da vontade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto de reconstrução do Haiti "deve permanecer um projeto latino-americano".

A disputa diplomática em andamento "lembra o passado político da ilha", diz a revista, "quando constantemente os 8 milhões de haitianos se tornavam um joguete de interesses internacionais".

Colônia
Por causa da situação precária no país e da fragilidade do governo, vários analistas ouvidos pelo artigo preveem que o país mais pobre das Américas pode voltar a se tornar uma "espécie de colônia".

"Desde 2004, a ilha é um protetorado da ONU", diz a revista, lembrando que as tropas de paz zelam pela ordem e segurança no país, treinam a polícia local e até organizam as eleições.

Henry Carey, especialista em Haiti da Georgia State University, diz no artigo que o mandato da ONU deverá ser estendido e que o país voltará a ser uma colônia, "dessa vez da ONU".

Para o analista, isso seria "positivo", se for mantida a recente tendência de estabilização econômica e política verificada no país.

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