Essa questão do Irã provocou um fenômeno interessantes no Brasil. Hoje, a dita esquerda defende a posição brasileira de não aplicação das sanções em face dos interesses econômicos que o país tem naquela região, e a direita defende a moral antes dos negócios, uma vez que há "limites" para tudo e o Irã não é um país confiável, seja lá o que isso queira dizer. De fato, o Brasil, além da questão dos negócios, e segundo a linha adotada pela sua diplomacia, aproveitando a presidência rotativa no Conselho de Segurança da ONU, quer ter um protagonismo que vá além do alinhamento automático com os "interesses" outros, como o dos EUA liderando o bloco ocidental, que está de olho no controle das fontes de energia daquela região, bem como do processo de escoamento e distribuição, tanto para a Europa, quanto para a Ásia. Se o país não é alinhado e não deixa que empresas americanas "parceiras" atuem na região, tem que tomar. Mas pra isto é preciso um motivo, e o Ahmadinejad tem dado de sobra, principalmente quando toma uma postura belicosa em relação à Israel, no momento em que enriquece urânio a mais de 20% e, segundo a imprensa internacional, diz querer varrer aquele país do mapa. Há ainda a máquina de guerra americana que o Obama sabe muito bem que tem que alimentar. Entretanto o Irã não abre mão de sua soberania e, nas entrelinhas, deixa claro que quer ter uma bomba nuclear. Acredito que todo país que tem a capacidade de enriquecer urânio e construir um vetor para lançar uma bomba não vai querer abrir mão dessa possibilidade. E o Irã, ainda mais estando às turras com Israel (que tem a bomba) pensa desta forma. O jogo é intrincado e pesado. Há interesses econômicos e estratégicos bem definidos e, no final, pode prevalecer o interesse do bloco mais poderoso, uma vez que os EUA sozinho, embora pudessem em face de seu poder militar, não vai querer arcar com o custo político de uma invasão sem o aval de seus principais aliados. A questão é a China e a Rússia que fazem parte do CS com direito a veto. Ao Brasil cabe, neste momento, arrefecer os ânimos e, de alguma forma, embaralhar o jogo, trazendo a China, Índia e a Rússia para o lado dos que não querem as sanções, e, ao mesmo tempo, adiar o sonho iraniano de ter a bomba. Se conseguir, terá mantido seus interesses econômicos resguardados e se posicionado como um interlocutor de respeito e poder.
Brasil e Irã podem firmar parceria para a troca de tecnologia no setor de gás
Da Agência Brasil
Renata Giraldi*
Enviada Especial
Beirute (Líbano) – As relações entre o Brasil e o Irã podem se estreitar ainda mais no campo econômico para a troca de tecnologia na área de gás natural. Dono da segunda maior reserva de gás natural do mundo, estimada em 23 trilhões de metros cúbicos, o Irã fica atrás apenas da Rússia. O objetivo é aprender com os iranianos as formas de exploração, de transporte e de distribuição mais viáveis para a produção.
A Rússia, que detém a maior reserva de gás natural do mundo, reúne 44 trilhões de metros cúbicos nas suas terras. A América do Sul, como um todo, com concentrações na Bolívia e Venezuela, tem pouco mais de 11 trilhões de metros cúbicos nas suas reservas. Nesse cenário, as atenções se voltam para o Irã.
“Os iranianos são muito desenvolvidos, detêm imensa reserva e sabem como fazer para evitar desperdícios e gastos desnecessários na etapa do transporte, por exemplo. E isso nos interessa demais”, disse o gerente de Projetos da Secretaria de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Rafael Moreira. “Fiquei muito bem impressionado com o que vi no Irã. Eles conhecem o setor e sabem lidar com ele.”
Ao passar pelo Irã, com a comitiva empresarial liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, Moreira conheceu as várias etapas de atividades da empresa estatal do Irã - a Iranian Gas Company – e conversou com diretores e técnicos. Segundo ele, a ideia é elaborar um relatório detalhado, a ser apresentado à Petrobras e demais empresas do setor, para a avaliação de um possível acordo de cooperação.
“A parceria pode ser interessante para que as empresas levem o conhecimento do que se faz no Irã para os novos leilões”, disse Moreira. “A forma como o Irã atua na área de gás natural permite que o país produza de seis a oito vezes mais do que se tem no Brasil, por exemplo”, acrescentou.
Apesar de deter a segunda maior reserva mundial, o Irã sofre com as restrições econômicas impostas pelos países alinhados aos Estados Unidos. Os principais parceiros comerciais dos iranianos são a China e a Índia. Por essa razão, há expectativa de que um eventual acordo com o Irã seja bem-sucedido.
*A repórter e o fotógrafo viajaram a convite do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Edição: Graça Adjuto
Principais análises e notícias sobre politica, economia, relações internacionais, etc., etc.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Folha de São Paulo confessa que Dilma não criticou os exilados
Saiu na página A7 (a três na edição impressa), meio escondidinho, com quem quer mas não quer dar o braço a torcer - é assim que se procede a democracia de certos veículos de comunicação. E foi só na Folha, porque nos demais meios que também publicaram a matéria, nada, nem uma linha ou nota. E ainda tem gente que defende como "absoluto" o direito da imprensa de se manifestar, para justificar uma auto-regulação. Só quem sabe se "auto-regular" é santo meu amigo, e olhe lá!
Está lá, na seção “Erramos” de hoje:
Está lá, na seção “Erramos” de hoje:
BRASIL (11.ABR, PÁG. A7) Em parte dos exemplares, foi publicado erroneamente que a pré-candidata do PT à Presidência disse, em evento em São Bernardo no último sábado: “Eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”. A declaração correta, publicada na maior parte dos exemplares, é: “Eu nunca fugi da luta ou me submeti. E, sobretudo, nunca abandonei o barco”.Aí vem a questão dos hackers que atacaram o site do PT. Se fosse o contrário, se quem tivesse sido atacado fosse o site do PSDB, vocês acham que não daria primeira página dos jornalões, a apontar algum aloprado ligado à candidatura Dilma? Bem ao estilo "testando hipóteses" kameliano? Qualquer coisa bota um "erramos" na "página três", lá, bem escondidinho...
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Nassif: Para entender o Caso Data Folha
Os bastidores do caso Datafolha começam a aflorar.
Alguns dias antes do lançamento da candidatura José Serra, correu a informação de que o Instituto Sensus divulgaria sua pesquisa no mesmo dia. Poderia ser o anticlímax para Serra.
Dias antes, o Sensus passou a levar tiros da Folha, tentando desqualificar a pesquisa antes de saber o resultado. Um repórter foi incumbido de ouvir os donos do Instituto. Percebendo o jogo, ele informou que, devido às chuvas no Rio, os resultados sairiam após o dia do lançamento da candidatura Serra.
Em vão. Os tiros prosseguiram e a velha mídia começou a deixar pistas pelo caminho. O Datafolha preparou uma pesquisa de emergência, não programada. O Jornal Nacional anunciou que, dali para frente, só divulgaria resultados do IBOPE e do Datafolha.
Saiu o resultado do Datafolha, chamando a atenção geral, a ponto de ser colocado em dúvida pelos próprios jornalistas da Folha. Em vez de jogar com margens de erro em todos os estados, para beneficiar a candidatura Serra, o Datafolha jogou toda a variação no sul. E aí escancarou os erros cometidos, abrindo margem para fortes suspeitas de manipulação da pesquisa.
Foi o mais desgastante episódio na vida do instituto – que conquistou credibilidade nos anos 80 ao fazer o contraponto ao IBOPE.
Leia mais no blog do Nassif...
Alguns dias antes do lançamento da candidatura José Serra, correu a informação de que o Instituto Sensus divulgaria sua pesquisa no mesmo dia. Poderia ser o anticlímax para Serra.
Dias antes, o Sensus passou a levar tiros da Folha, tentando desqualificar a pesquisa antes de saber o resultado. Um repórter foi incumbido de ouvir os donos do Instituto. Percebendo o jogo, ele informou que, devido às chuvas no Rio, os resultados sairiam após o dia do lançamento da candidatura Serra.
Em vão. Os tiros prosseguiram e a velha mídia começou a deixar pistas pelo caminho. O Datafolha preparou uma pesquisa de emergência, não programada. O Jornal Nacional anunciou que, dali para frente, só divulgaria resultados do IBOPE e do Datafolha.
Saiu o resultado do Datafolha, chamando a atenção geral, a ponto de ser colocado em dúvida pelos próprios jornalistas da Folha. Em vez de jogar com margens de erro em todos os estados, para beneficiar a candidatura Serra, o Datafolha jogou toda a variação no sul. E aí escancarou os erros cometidos, abrindo margem para fortes suspeitas de manipulação da pesquisa.
Foi o mais desgastante episódio na vida do instituto – que conquistou credibilidade nos anos 80 ao fazer o contraponto ao IBOPE.
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quarta-feira, 14 de abril de 2010
Brasil e Turquia discutem Proposta Meio Termo para o caso Iraniano
Pra sair um pouco da unanimidade burra e colonizada da grande(?) mídia, é sempre bom ouvir o outro lado.
Do blog do Planalto.
Brasil e Turquia estão convictos de que ainda há tempo para se encontrar uma solução pacífica e negociada com o Irã em relação ao seu programa nuclear e vão trabalhar juntos para elaborar uma proposta que seja aceita tanto pelos iranianos quanto pelos países ocidentais, informou ontem o ministro das Relações Exterior (MRE), Celso Amorim, em entrevista coletiva concedida ontem (12/4) em Washington, nos Estados Unidos, onde está juntamente com o presidente Lula para participar da Cúpula de Segurança Nuclear.
O ministro brasileiro afirmou também que Brasil e Turquia tem “alta respeitabilidade internacional” que garante legitimidade a qualquer ação que venha a ser aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, e por isso os dois países têm sido procurados pelos países que defendem sanções ao Irã para debater a questão.
Amorim lembrou que tanto a Turquia quanto o Brasil são países que não querem e não tem armas nucleares, e defendem a idéia de que todos os países do mundo, inclusive o Irã, têm o direito de ter programas nucleares para fins pacíficos -- desde que dêem as garantias necessárias à comunidade internacional de que não haverá desvio dessas pesquisas para fins militares.
http://blog.planalto.gov.br/brasil-e-turquia-discutem-proposta-meio-termo-para-caso-iraniano/
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Eduardo Guimarães: Ibope e Datafolha tentam suicídio
Do blog do Eduardo Guimarães
Fiz um gráfico (acima) com a evolução de Dilma e de Serra nos diversos institutos de pesquisa a partir de janeiro. Escolhi o cenário com Ciro Gomes e Marina Silva na disputa, pois é o cenário mais noticiado pela mídia e tido como mais provável.
Ao dispor os números dessa forma, confirma-se, sem dúvidas, a tendência de subida de Dilma e queda de Serra ao longo deste ano. Mas não é só.
O gráfico também revela que o Datafolha e o Ibope vêm correndo atrás do Sensus e do Vox Populi. Tentam ir para outro lado, mas são arrastados na direção dos concorrentes.
Em dois momentos da linha de tempo que tracei, primeiro o Ibope e depois o Datafolha tentam abrir a boca do jacaré (forma como os estatísticos vêm chamando a convergência das linhas dos gráficos de evolução das pesquisas), sendo corrigidos um pelo outro ou pelos outros dois institutos, mais adiante.
Notem que, em dois momentos, o Ibope, primeiro, e o Datafolha depois aumentam os percentuais de Serra e deprimem os de Dilma, mas são obrigados a ir na direção que Sensus e Vox Populi vêm sinalizando de forma inequívoca.
Na pesquisa Ibope feita entre 6 e 9 de fevereiro, o Ibope inverte a tendência verificada entre as pesquisas Vox Populi e Sensus, feitas entre 14 e 29 de janeiro, mas só para ser corrigido pelo Datafolha em pesquisa feita entre 24 e 25 de fevereiro, pesquisa que mostra, de novo, Serra caindo e Dilma, subindo.
Mais adiante na linha do tempo, no período de 25 a 26 de março, é a vez do Datafolha de tentar abrir a boca do jacaré. Mas, agora, quem desmentira o Ibope – que teve que se adequar – é desmentido por Vox Populi e Sensus poucos dias depois da aparente fraude que pode ter tentado praticar.
O gráfico mostra, portanto, uma espantosa resistência do Datafolha e do Ibope aos fatos. Está mais do que claro que, deliberadamente, tentam abrir a boca do jacaré, mas acabam tendo que fechá-la mais adiante ao serem desmentidos por outras pesquisas.
O Datafolha está em campo fazendo nova pesquisa meros 15 dias depois da última. Esse é um fato inédito em pesquisas eleitorais depois do ineditismo maior, de esse instituto ter passado a atacar os concorrentes como nunca antes na história deste país.
Nestas minhas cinco décadas de vida, é a primeira vez que vejo duas empresas de renome, que deveriam visar a qualidade do que fazem nem que fosse visando lucros, cometerem suicídio. E com requintes de crueldade, diga-se.
http://edu.guim.blog.uol.com.br/
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terça-feira, 13 de abril de 2010
EUA e Irã e o "pito" da grande(?) mídia no Brasil.
É impressionante! Enquanto o Brasil é tratado com todo o respeito no cenário internacional, ainda que matenha uma postura de independência em relação à questão das sanções ao Irã, aqui em "Pindorama" a grande (ou seria melhor "velha"?) mídia age como um bom e adestrado pitbull a defender com unhas e dentes que o Brasil apóie incondicionalmente a posição adotada pelos EUA contra o Irã, de modo a não se isolar no plano externo. Parece que nossos queridos empresários da informação têm saudades do chamado alinhamento automático, que evitava maiores contestações ou debates sobre os problemas no âmbito das relações internacionais, uma ideologia siamesa da Teoria da Dependência, que estudou as relação econômicas sob o binômio centro-periferia, e que moldou as relações políticas e sociais dos países chamados periféricos (em desenvolvimento) sob este prisma. Só que o mundo está mudando para uma multipolarização e não se pode mais chamar o Brasil de país periférico. A defesa do desenvolvimento de um programa nuclear pacífico e de intensas e insistentes tratativas diplomáticas parecem não combinar com o espírito do tempo, sabendo-se que, ao que parece, o mundo dito civilizado necessita sempre de guerras para "equacionar" seus desequilíbrios e dissabores, mas deveria ser festejada como uma iniciativa do Brasil contra as chamadas "soluções finais". Caberia ao Irã provar que quer utilizar o urânio para fins que não o de aplicações bélicas, mas aí se pergunta: se a Índia e o Paquistão e Israel têm armas nucleares, porque o Irã não pode ter? Ou, se é para aplicações outras, que tal destruir todas as ogivas existentes, incluindo a desses países? Claro que são questões bastante complexas, como complexa é a questão do Irã. O fato é que o Lula vem levando pito da mídia local por esta posição "meiga" em relação a questão iraniana, ainda que para ele o que valha sejam as relações comerciais e o respeito a autodeterminação dos povos. Mas a mídia não é daqui, porque seus interesses são outros...
Brasil e Turquia querem alternativa a sanções contra Irã
Da BBC Brasil
Brasil e Turquia vão aproveitar a Cúpula sobre Segurança Nuclear, que reúne representantes de 47 países em Washington, para discutir com outros líderes a busca de uma solução pacífica para a questão do programa nuclear iraniano, disse nesta segunda-feira o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, em uma reunião bilateral realizada na residência do embaixador brasileiro na capital americana.
"Eles conversaram sobre o Irã bastante longamente", disse Amorim. "Trocaram impressões sobre os esforços que ambos os países têm feito para encontrar uma solução pacífica e que dispense o uso de sanções para a questão nuclear iraniana."
"Devem aproveitar a ocasião para levantar a questão com outros líderes presentes", afirmou o ministro.
Amorim disse que vai se reunir com o ministro de Relações Exteriores turco para "discutir elementos que poderiam fazer parte de uma proposta que possa ser aceita tanto pelo Irã quanto por outros países".
Apesar de não dar detalhes de uma possível proposta, Amorim disse que um dos pontos a ser abordados é a questão do tempo para a troca de urânio por material enriquecido.
O Irã já rejeitou propostas de enviar seu urânio com baixo nível de enriquecimento a outros países, para então para ser enriquecido e transformado em combustível para reatores.
O ministro reafirmou que o Brasil defende uma solução diplomática para a questão e voltou a fazer comparações com o Iraque (acusado de ter armas de destruição em massa que nunca foram encontradas).
"Nossa percepcção (contra sanções) é baseada, entre outras coisas, na experiência prática do que ocorreu há poucos anos no Iraque", afirmou.
Conselho de Segurança
Brasil e Turquia têm vagas rotativas no Conselho de Segurança das Nações Unidas e ambos defendem o diálogo como melhor forma de resolver a questão do programa nuclear iraniano.
Os Estados Unidos e outros países têm aumentado a pressão para que o Conselho de Segurança aprove uma quarta rodada de sanções contra o Irã, por conta da recusa do governo iraniano em interromper seu programa de enriquecimento de urânio.
Esses países afirmam temer que o Irã planeje construir armas nucleares secretamente. O governo iraniano nega essas alegações e garante que seu pograma nuclear tem fins pacíficos, para uso medicinal e de geração de energia.
"Tanto o Brasil quanto a Turquia são países que não têm e não querem ter armas nucleares e que defendem a ideia de que o Irã, como outros países, pode ter programas para fins pacíficos mas, ao mesmo tempo, dando as garantias necessárias à comunidade internacional de que não há desvio dessas pesquisas ou desses desenvolvimentos para fins militares", disse Amorim.
China
Apesar de não constar da programação oficial da cúpula, a questão iraniana deve ser o principal assunto debatido nas reuniões bilaterais mantidas pelos líderes presentes em Washington até esta terça-feira.
Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu o presidente chinês, Hu Jintao, em um encontro bilateral.
A China mantém posição semelhante à do Brasil e defende a busca do diálogo como melhor forma de tratar da questão iraniana.
Nos últimos dias, porém, Pequim tem dado sinais de que poderia mudar de postura e apoiar uma nova rodada de sanções.
O governo chinês já havia aceitado "discutir" a questão e, na semana passada, enviou um representante a uma reunião em Nova York para tratar do tema.
A China é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e tem direito a veto. Os outros quatro - Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia - já manifestaram apoio às novas sanções.
Obama já disse que espera uma nova resolução com sanções contra o Irã dentro de "semanas", mas ainda não há previsão para votação no Conselho de Segurança.
Itália e Japão
O presidente Lula também manteve encontros bilaterais com os primeiros-ministros da Itália, Silvio Berlusconi, e do Japão, Yukio Hatoyama.
Com o líder japonês, Lula também discutiu a questão iraniana.
"Houve concordância bastante genérica em torno da importância do diálogo para resolver esse tipo de questão", disse Amorim.
Os dois líderes também falaram da necessidade de reforma no Conselho de Segurança, uma das ambições do Brasil que busca obter uma vaga permanente no conselho.
Com Berlusconi, Lula assinou um plano de ação estratégica, que prevê cooperação em vários campos, como área econômica, comercial, de saúde e encontros mais freuentes de ministros da Fazenda.
Segundo Amorim, também foi tratada da visita de Berlusconi ao Brasil, prevista para o final de junho, após a reunião do G20 no Canadá.
À noite, Lula participa de um jantar oferecido por Obama aos líderes presentes na Cúpula.
O encontro de dois dias na capital americana tem o objetivo de discutir ações conjuntas e individuais entre os países para impedir que material nuclear caia em poder de organizações terroristas.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100412_brasil_turquia_sancoes_ac_np.shtml
Brasil e Turquia querem alternativa a sanções contra Irã
Da BBC Brasil
Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington
Brasil e Turquia vão aproveitar a Cúpula sobre Segurança Nuclear, que reúne representantes de 47 países em Washington, para discutir com outros líderes a busca de uma solução pacífica para a questão do programa nuclear iraniano, disse nesta segunda-feira o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, em uma reunião bilateral realizada na residência do embaixador brasileiro na capital americana.
"Eles conversaram sobre o Irã bastante longamente", disse Amorim. "Trocaram impressões sobre os esforços que ambos os países têm feito para encontrar uma solução pacífica e que dispense o uso de sanções para a questão nuclear iraniana."
"Devem aproveitar a ocasião para levantar a questão com outros líderes presentes", afirmou o ministro.
Amorim disse que vai se reunir com o ministro de Relações Exteriores turco para "discutir elementos que poderiam fazer parte de uma proposta que possa ser aceita tanto pelo Irã quanto por outros países".
Apesar de não dar detalhes de uma possível proposta, Amorim disse que um dos pontos a ser abordados é a questão do tempo para a troca de urânio por material enriquecido.
O Irã já rejeitou propostas de enviar seu urânio com baixo nível de enriquecimento a outros países, para então para ser enriquecido e transformado em combustível para reatores.
O ministro reafirmou que o Brasil defende uma solução diplomática para a questão e voltou a fazer comparações com o Iraque (acusado de ter armas de destruição em massa que nunca foram encontradas).
"Nossa percepcção (contra sanções) é baseada, entre outras coisas, na experiência prática do que ocorreu há poucos anos no Iraque", afirmou.
Conselho de Segurança
Brasil e Turquia têm vagas rotativas no Conselho de Segurança das Nações Unidas e ambos defendem o diálogo como melhor forma de resolver a questão do programa nuclear iraniano.
Os Estados Unidos e outros países têm aumentado a pressão para que o Conselho de Segurança aprove uma quarta rodada de sanções contra o Irã, por conta da recusa do governo iraniano em interromper seu programa de enriquecimento de urânio.
Esses países afirmam temer que o Irã planeje construir armas nucleares secretamente. O governo iraniano nega essas alegações e garante que seu pograma nuclear tem fins pacíficos, para uso medicinal e de geração de energia.
"Tanto o Brasil quanto a Turquia são países que não têm e não querem ter armas nucleares e que defendem a ideia de que o Irã, como outros países, pode ter programas para fins pacíficos mas, ao mesmo tempo, dando as garantias necessárias à comunidade internacional de que não há desvio dessas pesquisas ou desses desenvolvimentos para fins militares", disse Amorim.
China
Apesar de não constar da programação oficial da cúpula, a questão iraniana deve ser o principal assunto debatido nas reuniões bilaterais mantidas pelos líderes presentes em Washington até esta terça-feira.
Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu o presidente chinês, Hu Jintao, em um encontro bilateral.
A China mantém posição semelhante à do Brasil e defende a busca do diálogo como melhor forma de tratar da questão iraniana.
Nos últimos dias, porém, Pequim tem dado sinais de que poderia mudar de postura e apoiar uma nova rodada de sanções.
O governo chinês já havia aceitado "discutir" a questão e, na semana passada, enviou um representante a uma reunião em Nova York para tratar do tema.
A China é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e tem direito a veto. Os outros quatro - Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia - já manifestaram apoio às novas sanções.
Obama já disse que espera uma nova resolução com sanções contra o Irã dentro de "semanas", mas ainda não há previsão para votação no Conselho de Segurança.
Itália e Japão
O presidente Lula também manteve encontros bilaterais com os primeiros-ministros da Itália, Silvio Berlusconi, e do Japão, Yukio Hatoyama.
Com o líder japonês, Lula também discutiu a questão iraniana.
"Houve concordância bastante genérica em torno da importância do diálogo para resolver esse tipo de questão", disse Amorim.
Os dois líderes também falaram da necessidade de reforma no Conselho de Segurança, uma das ambições do Brasil que busca obter uma vaga permanente no conselho.
Com Berlusconi, Lula assinou um plano de ação estratégica, que prevê cooperação em vários campos, como área econômica, comercial, de saúde e encontros mais freuentes de ministros da Fazenda.
Segundo Amorim, também foi tratada da visita de Berlusconi ao Brasil, prevista para o final de junho, após a reunião do G20 no Canadá.
À noite, Lula participa de um jantar oferecido por Obama aos líderes presentes na Cúpula.
O encontro de dois dias na capital americana tem o objetivo de discutir ações conjuntas e individuais entre os países para impedir que material nuclear caia em poder de organizações terroristas.
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Folha On Line: Pesquisa Sensus aponta Empate entre Serra e Dilma
Pesquisa Sensus encomendada pelo Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo) a ser divulgada hoje aponta empate técnico na corrida presidencial entre o tucano José Serra (32,7%) e a petista Dilma Rousseff (32,4%). É o resultado mais apertado já obtido.
De acordo com a sondagem, Ciro Gomes (PSB) teria 10,1%, e Marina Silva (PV), 8,1%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Segundo dados apresentados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o registro de número 7594/2010, o levantamento foi feito entre os dias 5 e 9 de abril em 24 Estados, com 2.000 entrevistas.
Reportagem publicada no sábado passado pela Folha mostrou que, no registro do TSE, consta outro contratante: o Sindecrep (sindicato de trabalhadores em concessionárias de rodovias) de São Paulo --que não a encomendou. A Sensus afirmou se tratar de um erro, corrigido em seguida (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
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