sábado, 3 de julho de 2010

A Globo, a Arrogância e o Despreparo.

Não é de hoje que se fala na linguagem preconceituosa e abobalhada utilizada pelos programas esportivos, especialmente pelas grandes emissoras de televisão. A Globo (vide Sportv) tem se esmerado neste aspecto. Abaixo, dois momentos exemplares de como esta parte da elite midiática "se acha", com sua visão, preconceituosa e rasteira em relação ao Paraguai, e, de quebra, uma "bola fora" de uma repórter da citada emissora. É essa  mesma turma que só faltou pedir a invasão da Bolívia há algum tempo atrás. Mais abaixo o texto de repúdio do La Nacion.

O preconceito



A bola fora



Do Jornal La Nacion do Paraguai

"Naranja Mecánica" se encargó hoy de acallar a la soberbia brasileña con un aleccionador 2-1. El seleccionado verdeamarello que llegó como favorito a cuartos de final de la Copa del Mundo vuelve a casa con el rótulo de "fracaso rotundo". El resultado es un golpe bajo para todos aquellos aficionados, periodistas deportivos y medios de comunicación del vecino país que ya se sentían campeones del mundo antes de jugar los partidos y que -en algunos casos- se burlaron incluso de Paraguay al que parodiaron en un criticado video de Sport TV de Globo.

La Nación Online.

Es también una lección de vida para aquellos que subestiman no solo a sus adversarios de turno sino que aprovechan el evento para atacar la dignidad de países vecinos. Un ejemplo concreto de ello es el especial del Mundial emitido por la cadena SportTV de la cadena Globo de Brasil, en el que se mostró ayer un video descalificando la participación albirroja en el Mundial, con ironías sobre los "atractivos" turísticos, la moneda guaraní y su gente.

Los canales de TV locales reprodujeron ayer un "corto" de Sport TV de Globo sobre la participación paraguaya dentro del Mundial y en la que busca por todos los medios denigrar nuestra cultura, nuestros atractivos turísticos, el "valor" de la moneda local en el mercado bursátil y desprecia la tarea de la albirroja en el Mundial de Sudáfrica. Es más, en el documental afirman que nuestro país solamente llama la atención por la "novia del Mundial", Larissa Riquelme.

Por si no fuera suficiente, en la última parte del video ironizan sobre nuestras comidas y nuestras costumbres, señalando en esta parte que la comida es una "maravilla" mientras pasaban imágenes de un hombre con rasgos paraguayos comiendo frituras. Además, ironizan sobre nuestros caminos “Si no le gusta el océano, Paraguay es el lugar ideal para tomarse unas vacaciones”, se escucha en una parte del relato. Con Brasil eliminado ¿qué dirá ahora Sport TV de Globo? ¿Tendrá la suficiente humildad para la autocrítica, o seguirán con la hipocresía de vivir a espaldas de sus grandes problemas como el racismo, sus millones y millones de pobres, las matanzas, el tráfico de drogas en las favelas de Río de Janeiro y hacer creer siempre que Ciudad del Este es el oasis del contrabando cuando que es su gente la que mayor provecho saca del desorden en Triple Frontera? Para la mayoría de los paraguayos este documental fue realmente decepcionante, por todos los vínculos que nos unen con los del país vecino. Entre ellos resaltan el gran comercio bilateral y el flujo hacia los centros turísticos del Brasil, generalmente "preferidos" por millones de compatriotas. Esperamos que así como Dunga ya renunció, estos comunicadores al menos tengan algún rayo de dignidad y terminen por callarse. La Naranja Mecánica se encargó así de hacer justicia y dar una gran lección a quienes tienen en el corazón una rabia innecesaria hacia una nación pobre pero digna. Todo el pueblo espera, con humildad, con todo el respeto que se merece la Madre Patria, que mañana nuestra selección pueda dar un gran saldo hacia seminales en Sudáfrica. ¡Fuerza Albirroja! El video se puede ver en sportv.globo.com

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vi o Mundo: Veja Aposta na Amnésia dos Leitores

do Blog do Azenha (Vi o Mundo)
Por Pedro Saraiva


Impossível ler o semanário da elite conservadora e não se lembrar do “1984″ de George Orwell. Para quem ainda não o leu, o excelente livro, que ironicamente inspirou um dos mais lamentáveis programas de TV, o Big Brother, conta a história de um regime totalitarista que mantém sua vasta população completamente alienada através de atos como eliminar notícias, livros e documentos com informações do passado que possam ser constrangedoras para o “Partido” no presente, reescrevendo-os de modo a que se “adaptem” a nova realidade.

Na era da internet, apagar informações é impossível, mas a Veja arranjou um modo de criar a sua própria versão do “duplipensar”. Nem é preciso voltar à década de 1980 quando a revista fez ampla campanha pelo “Caçador de Marajás” para, tempos depois, descartá-lo como se não tivesse passado os últimos anos elogiando o jovem Governador de Alagoas. Basta olharmos para os últimos 3 anos e vamos encontrar indícios de que o semanário apresenta uma completa ausência de compromisso com o que escreve. Três exemplos simples:

1- Denise Abreu, a charuteira, mentirosa e oportunista da edição de 29.08.2007 virou testemunha acima de qualquer suspeita contra a então Ministra Dilma no caso da venda da Varig. Mesmo sem mostrar uma única prova, virou estrela da revista.

2- O promotor José Carlos Blat que em 15.02.2006 era tratado como promotor corrupto associado ao contrabandista chinês Law Kin Chong, virou o promotor herói do caso Bancoop ao investigar supostas doações ilegais à petistas.

3- O Ex-governador do DEM José Roberto Arruda era tratado em 15.07.2009 como governador modelo: moderno, honesto e bom gestor. Elogios, aliás, que foram frequentes em mais de um edição da Veja, já visando sua indicação ao posto de vice-presidente na chapa com José Serra. Depois da sua prisão pela Polícia Federal, desprezo completo pelo ex-aliado e silêncio sobre os elogios anteriores.

Pois hoje, ao procurar saber o que a revista teria preparado sobre o deputado Antônio Pedro Indio da Costa, descobri mais uma “adaptação” do passado. Diz a revista, agora em 30.06.2010, que Indio apenas namorou a filha do banqueiro Salvatore Cacciola, e que o inocente affair terminou no ano de 2000. Rafaella Cacciola era apenas mais uma na sua imensa lista de namoradas. O problema é que a mesma Veja, em 11.04.2001, não só mostrava que o casal ainda estava unido, como afirmava que eram casados e estavam de mudança para o Leblon. Em quem acreditar? Na Veja de 2010 ou na Veja de 2001?

Apenas alguns exemplos de como funciona a principal revista da Editora Abril. Para quem a assina, pouco importa se a guerra de hoje é contra a Eurásia ou a Lestásia, o importante e seguir repetindo ad nauseam o discurso do Grande irmão. Porém, para quem tem mais de 2 neurônios, essas alterações da História, além de beirarem o ridículo, não são nada originais.

Em tempo: quem imaginaria ver a Veja defendendo Indio?

A Escolha do Vice e o Menosprezo pela Nação

O texto é do Mauro Satayanna, publicado no Jornal do Brasil e diz muito de como a política feita com arrogância e "às pressas", denotam o grau de respeito que um grupo político tem com o povo, com uma nação. A crítica é pertinente.

Por Mauro Santayana
do Jornal do Brasil

Os candidatos à Presidência da República e seus partidos têm o dever de respeitar as instituições e, com elas, a nação. Cabe-lhes meditar a República, refletir em sua história, respeitar o seu povo. Não se apresentam ao país para uma experiência mas, sim, para reivindicar a mais alta missão a que pode aspirar um homem público. Ao apresentar-se, tendo em vista que a vida de cada um de nós é mera concessão do acaso, é do mandamento constitucional que seu nome seja acompanhado de um eventual substituto, o candidato à Vice-Presidência. O candidato à Vice-Presidência terá que ser uma pessoa preparada para, em caso de vacância, ocupar o cargo com a mesma respeitabilidade e competência do titular.

Memento mori, é a advertência dos velhos sábios. Todos nós iremos morrer, e a morte chegará quando não saberemos. Em um segundo, estamos vivos; no segundo seguinte já nada somos.

A Constituição de 1946 estabeleceu, sabiamente, que os vice-presidentes da República seriam eleitos isoladamente. Partia-se da razão lógica de que sua escolha era tão grave quanto a do presidente. Em qualquer momento, no caso de vacância do titular, o vice assumiria ungido da mesma legitimidade popular do presidente. Foi assim que, nas eleições de 1960, o povo escolheu entre Milton Campos, o candidato oficial da UDN, que tinha como postulante ao Planalto o instável Jânio Quadros, e João Goulart, o candidato da coligação PSD–PTB. Os eleitores elegeram Jânio e João Goulart, preferindo o jovem herdeiro de Vargas ao político mineiro. “A que o senhor atribui a derrota?” – um repórter de Belo Horizonte perguntou a Milton. E ele, em seu ceticismo montanhês, respondeu com a voz resignada: “Ao fato de que tive menos votos do que o outro”.

Entre as alterações absurdas do período militar houve a da eleição do presidente e seu vice em uma só votação, sob o pretexto de que assim ocorre nos Estados Unidos. Mesmo ali, esse costume não é o melhor. Uma das razões (e não a principal) da recente derrota republicana foi a escolha da desconhecida governadora do Alasca, Sarah Palin, para companheira de chapa de McCain. O candidato a vice-presidente só ocupará a Presidência, efemeramente, no caso de viagem do titular ao exterior. Mas passará a ser plenamente o chefe de Estado, no caso de impeachment ou no caso indesejável, mas sempre possível, da morte do titular. Ao eleger, com o titular, o vice-presidente, os eleitores estão escolhendo um presidente. Os candidatos à Presidência da República ofendem a nação ao se pressuporem invulneráveis à morte durante o mandato a que aspiram.

A situação escolheu o paulista Michel Temer seu candidato a vice. Se Temer fosse candidato à Presidência, dificilmente chegaria aos votos que obterá Marina Silva. A própria Marina Silva encontrou seu companheiro de chapa, em financiador de sua campanha, um industrial, também paulista, pessoa só conhecida entre seus amigos empresários. Agora, o PSDB, depois de não conseguir administrar o desentendimento com os conservadores, a eles se submete e aceita o nome do carioca Índio da Costa, deputado federal de 40 anos, indicado pelo ex-prefeito Cesar Maia.

Mais uma vez – e estamos pensando, sim, no nó górdio de 1930 – os políticos de São Paulo, a fim de conservarem a hegemonia sobre o país, perdem o bom-senso e, ao perdê-lo, desprezam a nação. É preciso que a cidadania exija, nas ruas, se for necessário, reforma constitucional que devolva ao povo o direito de escolher diretamente os vice-presidentes, e, entre outras medidas, acabe com a esdrúxula figura dos suplentes de senadores.

O Vice de Serra e o Caso da Merenda Escolar

Parece que as coisas não estão boas pro lado da Coligação Oposicionista à Presidência da República. Depois de toda a novela envolvendo o nome de Álvaro Dias, Senador pelo Paraná, passando por cima do DEM, e com o intuito de tentar barrar uma aliança do PDT do irmão do Senador, o Osmar Dias, com o PT e o PMDB naquele Estado, o DEM, no grito, indica o deputado Índio da Costa, um político desconhecido, mas que já surge trazendo polêmica levantada por integrante do próprio partido. Segundo a vereadora pelo PSDB no Rio de Janeiro, Andrea Gouvêia Vieira, que foi relatora da CPI que investigou fraudes na merenda escolar quando Indio era secretário municipal do Rio, em 2005, o vice de Serra teria favorecido determinada empresa no processo de licitação para aquisição de gêneros alimentícios para a merenda escolar no município. A CPI concluiu que a “a forma como foi conduzido o procedimento de licitação causou prejuízo para a Administração Municipal. Os objetivos traçados não foram alcançados, o modelo adotado foi equivocado e o grau de competitividade foi muito baixo.” Abaixo a entrevista da vereadora ao o Globo.

Do o Globo
A vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira, inconformada com a indicação de Indio da Costa para vice, pedirá licença e viajará
Publicada em 30/06/2010 às 23h15m
Chico Otávio

RIO - José Serra perderá uma aliada no Rio. A vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira disse que pedirá licença e viajará, inconformada com a indicação de Indio da Costa para vice. Andrea foi relatora da CPI que investigou fraudes na merenda escolar quando Indio era secretário municipal do Rio, em 2005.
A senhora poderia resumir a conclusão da CPI da Merenda?

ANDREA GOUVÊA VIEIRA: Houve um direcionamento claro. Na licitação para a compra de gêneros alimentícios para a merenda, a cidade foi dividida em nove áreas (2005). Ganhava cada área aquele que oferecesse mais desconto nos 49 produtos básicos. A Comercial Milano ficou com quase tudo. Acertou todas as suas apostas. Como ela poderia saber que descontos os outros concorrentes ofereceram?

A CPI desconfiou de algum tipo de informação privilegiada?

ANDREA: A empresa sabia até as áreas onde ninguém apresentou propostas. Isso só foi possível porque ela teve acesso prévio às ofertas dos concorrentes.

Existiu envolvimento de Indio da Costa, então secretário municipal de Administração?

ANDREA: Foi uma ação entre amigos.

Como vereadora, como a senhora avalia a gestão de Indio da Costa na secretaria?

ANDREA: Quando ele foi secretário de Administração, não havia pregão presencial e muito menos o eletrônico. Só depois da CPI, passaram a tomar esse cuidado.

E agora, irá apoiá-lo?

ANDREA: Se eu já tinha dificuldade com a candidatura do Cesar Maia, a situação agora ficou esdrúxula. Como o ex-prefeito é candidato ao Senado, não preciso pedir voto ou mesmo votar nele. Mas com o Indio como vice de Serra, é diferente. Não dá para separar o voto. Prefiro, então, pedir licença e viajar.

A indicação de Indio para vice foi uma surpresa entre os aliados do Rio?

ANDREA: O problema é o Serra não consultar. Márcio Fortes e Luiz Paulo Correa da Rocha estão pasmos. Foi um golpe de mestre do Rodrigo Maia. Como ele concorrerá a deputado disputando mais ou menos o mesmo voto do Indio, conseguiu tirá-lo do seu caminho ao empurrá-lo para Serra, que cedeu por estar exausto.

Serra escolheu mal?

ANDREA: Péssimo. A gente desconfia de quem põe uma faixa e sai por ai dizendo que é ficha limpa. Já pensou se, depois de eleito, o Serra sofre algum problema e o Índio vira presidente?

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/06/30/a-vereadora-tucana-andrea-gouvea-vieira-inconformada-com-indicacao-de-indio-da-costa-para-vice-pedira-licenca-viajara-917032555.asp

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dilma Rousseff no Roda Viva pede provas da existência do dossiê

A Novela sobre a escolha do Vice por José Serra

De todas as análises esta foi a mais interessante sobre a novela da escolha do vice na chapa do candidato José Serra. Foi realmente uma bola fora da campanha oposicionista. Mas fazer o quê?! Quem tem Bob Jefferson como aliado não precisa de inimigos. De uma só vez, via twitter, conseguiu abrir uma crise no coração da campanha, um racha com o DEM e um racha no Paraná, onde o irmão do Álvaro Dias, o Osmar Dias, vai ter que escolher entre um palanque para Dilma ou se entregar docilmente à já capenga candidatura oposicionista. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

Do blog
Na Prática a Teoria é Outra.


Ontem a campanha de 2o10 teve seu lance mais baixo, e foi gol contra. Serra deveria anunciar o vice essa semana. Havia um boato sobre Álvaro Dias, outro sobre uma vice mulher (talvez Patrícia Amorim, presidenta do Flamengo). Serra não havia divulgado ainda por algum motivo. Provavelmente ainda estava negociando com as partes.

Mas eis que o supremo palhaço Roberto Jefferson lança Álvaro Dias no Twitter na hora do jogo do Brasil. Com isso conseguiu: a) destruir qualquer impacto de mídia do lançamento, b) talvez abortar outras possíveis candidaturas e c) com certeza, abortar a oferta que o Serra teria feito ao DEM como compensação pela perda do vice.

Eu duvido que tenha sido inocente. Jefferson precisa oferecer algo ao PTB. Ele entregou o tempo de TV do partido a Serra, mas grande parte do partido quer continuar com o governo. O que ele pode oferecer a esses caras? Na última semana, já tinha dito que poderia indicar um vice do PTB (o que tenho certeza que nunca foi possível). Jefferson resolveu rifar o DEM para ocupar esse espaço.

O DEM, onde tem gente muito mais puta velha (no bom sentido) que Jefferson, partiu pra porrada, e um movimento que já vinha se delineando ganhou força: Ronaldo Caiado, que havia muito se irritava com a coordenação do DEM, saiu propondo o racha. Eu não sei se sai o racha. Mas o que Caiado fez foi já se posicionar para a luta pela liderança da oposição depois da derrota no final do ano. Caso se confirme a provável derrota da oposição, o DEM vai colocar a culpa no PSDB, o Caiado vai colocar a culpa na turma do DEM que se colou demais nos tucanos.

Dias tem uma vantagem óbvia como vice: tira do páreo (provavelmente) o irmão Osmar no Paraná, que devia apoiar a Dilma. Foi uma jogada defensiva, porque se o Serra começa a cair no Sul muito rápido, a eleição acaba por WO.

Mas Amorim teria sido uma jogada ofensiva, tentando ganhar espaço no Rio. Por bizarro que possa parecer, o principal problema de Amorim seria a péssima campanha do Mengão esse ano. Para um candidato que diz que vai manter tudo de bom e melhorar, a vice que pegou o Flamengo Campeão Brasileiro e, pelo menos até agora, entregou esse desastre, seria meio esquisito.

De qualquer maneira, Serra tinha uma rara oportunidade de gerar um fato importante, e Jefferson lhe roubou a oportunidade. Tenho certeza de que contará com a infinita gratidão de todos os envolvidos por isso.