sábado, 6 de fevereiro de 2010

Venezuela: Inflação, insegurança e petróleo serão problemas de Chávez para eleições, diz analista

Da Rede Brasil Atual

Para Edgardo Lander, professor do Departamento de Estudos Latino-americanos da Escola de Sociologia da Universidade Central da Venezuela, o presidente venezuelano, como outros progressistas do continente, não quis pagar o preço de mudar sistema econômico dependente do setor primário, e agora pode ter resultado indesejado

A chamada Revolução Bolivariana completou esta semana onze anos de existência. O aniversário de Hugo Chávez no poder certamente não foi o almejado pelo presidente. O país passa por uma crise energética que afeta a produção, recentemente anunciou medidas econômicas contestadas e que podem resultar em mais inflação, e o governo é pressionado por setores de direita e de esquerda por seus erros.
O professor avalia ainda que a nação ingressou em uma crise econômica e política cujos resultados são imprevisíveis.
Em conversa com a Rede Brasil Atual durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o membro do Conselho Editoral da Revista Venezuelana de Economia e Ciências Sociais pontuou que a oposição de traços fascistas foi perdendo terreno, e agora Chávez precisa enfrentar uma direita com propostas políticas.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Economia

"A Venezuela está entrando em uma situação crescentemente complexa tanto do ponto de vista político quanto do econômico. Em termos econômicos, que é um pouco mais fácil de analisar, o governo terminou por confrontar um assunto de longa data, que tem a ver com o modelo petroleiro e uma moeda historicamente supervalorizada.
"Como o petróleo tem baixos custos de produção e preços garantidos no exterior, a Venezuela teve reservas suficientes para importar o que necessitava. Estabeleceu-se uma distorção na moeda, o que faz com que seja muito mais barato comprar no exterior do que produzir no país. Essa sobrevalorização faz com que os produtos venezuelanos não possam competir no mercado exterior porque os custos de produção são muito maiores.
"Então o governo estava entre o reconhecimento de que o valor da moeda era insustentável e o fato de que poderia se gerar uma força inflacionária ainda maior que os 25% atuais (ao ano). Tomou-se a decisão de desvalorizar a moeda e estabelecer uma dupla paridade. Na verdade, cria-se uma tripla paridade: uma para a compra de alimentos e remédios; outra para o resto das importações; e o mercado paralelo."

El Niño

"Por outro lado, houve uma extraordinária seca no país, que tem a ver com o fenômeno El Niño. O impacto foi extremamente severo. A maioria da energia é gerada por hidrelétricas e a principal represa está em um nível crítico. O governo tem a opção de seguir gerando eletricidade até que se acabe ou estabelecer um regime de racionamento.
"E isso de forma um pouco improvisada, porque não estava nos planos que isso ocorresse. Fixou-se, por exemplo, que as repartições públicas trabalhem cinco horas ao dia. As indústrias devem baixar em 20% seu consumo elétrico, o que em muitos casos significa fechar um turno de produção. Isso cria situações que têm efeito multiplicador sobre toda a atividade econômica. Se você tem uma empresa do Estado que produz menos, compra-se menos dos fornecedores e aí se vai por uma cadeia que ainda não sabemos os efeitos."

Racionamento e Política

"As interpretações disso, obviamente, são desencontradas. A do governo é que havia uma relação inadequada entre oferta e demanda de eletricidade, e que o El Niño deste ano foi particularmente severo e essa é a principal causa. A oposição diz o contrário: que houve um descuido da manutenção das instalações elétricas, não houve o investimento previsto em termelétricas, tudo como consequência da estatização da indústria elétrica e por aí vai.
"Suspeito que de alguma maneira os dois tenham razão. Ou seja, é certo que a diminuição de geração de eletricidade foi grave, mas é igualmente certo que não houve uma previsão adequada em termos das tendências da economia venezuelana.
"Tudo isso afeta simultaneamente tanto a vida cotidiana das pessoas quanto a produção industrial e o comércio. É o tipo de coisa que gera na população a sensação de que o governo não está fazendo o que deveria ter sido feito. Independentemente de ser um governo de esquerda ou de direita. Para o eleitor, o governo tem a culpa. E não é alguém que acaba de chegar. Está aí há mais de dez anos, não pode dizer que é problema da gestão anterior."

Eleições legislativas

"Em um contexto em que há eleições em setembro, em que é bastante provável que a oposição atue unitariamente, tudo vai depender de como o governo maneje três questões: insegurança, que é um problema crescente; eletricidade e ausência de água, que são um incômodo que se acumula; e inflação. Acho que estes problemas não poderão ser compensados por transferências de renda. Ainda mais porque insegurança, eletricidade e inflação não têm solução imediata."

Crise civilizatória apenas no discurso

"Há um problema, que é comum a diversos governos da América Latina, que é a relação entre um discurso de crise civilizatória e um desenvolvimento muito fortemente continuado. Se analisamos as cifras dos governos progressistas da América Latina, veremos que a exportação de bens primários não diminuiu, e em alguns casos inclusive aumentou. No Brasil há uma dependência crescente de agrocombustíveis, soja e minerais, ou seja, é um padrão que absolutamente não apresenta questionamentos.
"A força dessa lógica desenvolvimentista, aliada à necessidade de ter recursos para investir em educação e saúde, termina adiando indefinidamente a alteração de modelo em troca da sobrevivência política. Se o governo venezuelano declarasse neste momento que vai cortar pela metade a produção petroleira e o gasto público igualmente, porque a Venezuela não quer contribuir para as mudanças climáticas, que este modelo de civilização é uma loucura, estaria tudo muito bonito, mas perderia as eleições de maneira arrasadora."

Oposição

"A confrontação de interesses na Venezuela é real. Se alguém quer um projeto que tenha continuidade com o tempo, precisa ter um projeto nessa direção. Não é sustentável uma sociedade em que 40 ou 45% da sociedade seja de uma oposição radical. Uma oposição que, se alguém disser que quer matar Chávez, vai achar bom. Isso é insustentável com o tempo. Como já disse Fidel Castro, não se pode dizer que 40% dos venezuelanos são oligarcas."

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Petrobras perde R$ 22,2 bilhões em um Dia

Agência Estado




Do Portal R7

Queda nas bolsas fez da petroleira a empresa que mais perdeu valor de mercado

A Petrobras é a empresa que teve a maior queda de valor de mercado nos dias 3 e 4 de fevereiro, entre 2.025 empresas de capital aberto da América Latina e dos Estados Unidos, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (5) pela Economatica. No dia 3 de fevereiro, a empresa fechou com R$ 327,8 bilhões (US$ 174,6 bilhões) de valor de mercado, ante R$ 304,5 bilhões (US$ 162,6 bilhões) no dia 4 - queda de R$ 22,2 bilhões (US$ 11,9 bilhões).
A Vale do Rio Doce é a segunda empresa que mais perdeu em valor de mercado no mesmo período, fechando com R$ 253,6 bilhões (US$ 135,4 bilhões) no dia 3 e R$ 235,2 bilhões (US$ 125,6 bilhões) no dia 4 - queda de R$ 18,3 bilhões (US$ 9,8 bilhões).
Entre as trinta maiores quedas, há outras quatro empresas brasileiras. O Banco Santander está na 16ª colocação, com queda de R$ 7,4 bilhões (US$ 4 bilhões), o ItaúUnibanco aparece na 20ª colocação, com queda de R$ 6,7 bilhões (US$ 3,6 bilhões), a Ambev ocupa a 28ª colocação, com R$ 5,9 bilhões (US$ 3,2 bilhões) de queda e a OGX Petróleo aparece na 30ª colocação, com queda de R$ 5,6 bilhões (US$ 3 bilhões).
A soma da queda de valor de mercado das seis empresas brasileiras é de R$ 66,8 bilhões (US$ 35,7 bilhões) - equivalente ao valor de mercado do banco americano Morgan Stanley, que no dia 4 de fevereiro fechou com R$ 67,8 bilhões (US$ 36,2 bilhões). Entre as empresas americanas, a Exxon Movil é a empresa com maior queda nominal de valor de mercado, com R$ 16,6 bilhões (US$ 8,9 bilhões), seguida pelo JP Morgan, com R$ 14,2 bilhões (US$ 7,6 bilhões) de queda.
De acordo com a Economática, o setor bancário é o que tem mais representantes na lista das 30 empresas com maiores quedas da região, com sete companhias.

Bovespa cai 4% na semana por temor com EUA e zona do euro




Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Já pessimista com a debilidade fiscal na Europa, o investidor viu em números do frágil mercado de trabalho dos EUA a senha para continuar vendendo ações na Bovespa, que teve a segunda queda forte seguida.

O Ibovespa ainda desmanchou boa parte das perdas doa dia, antes de fechar em baixa de 1,83 por cento, a 62.762 pontos. O giro financeiro foi de 8,8 bilhões de reais, o maior para pregões regulares desde 28 de outubro.

Na semana, a perda foi de 4 por cento.

Dados de emprego no mercado de trabalho norte-americano mostraram um corte inesperado de 20 mil vagas em janeiro, mas também a queda da taxa de desemprego. Os números sugeriram interpretações distintas, mas num momento já ruim das bolsas prevaleceram as pessimistas.

Além disso, o medo crescente de que déficits em países da zona do euro levem a cortes em ratings soberanos seguiu pesando sobre os negócios. O índice europeu de ações caiu de novo, marcado a pior semana em 11 meses.

"Isso está levantando temores cada vez maiores quanto à sustentabilidade do euro", disse o gerente de pesquisa da Planner Corretora, Ricardo Tadeu Martins.

Esse cenário pouco amistoso novamente favoreceu os vendidos, investidores que apostam na queda dos papéis no mercado de opções, que tem exercício na próxima segunda-feira.

O papel preferencial da Petrobras, também acusando a queda de quase 3 por cento do barril do petróleo, caiu 2,4 por cento, a 31,52 reais. A preferencial da Vale encolheu 1,1 por cento, para 40,80 reais.

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Frevo e Jazz: Spok Frevo Orquestra



Lágrimas de Folião



Frevo Abafo

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Nassif: O Jogo para conquistar Aécio


Do blog do Nassif

O jogo para colocar o Aécio Neves de vice de José Serra já transbordou para o ridículo. A última é que Aécio analisará as pesquisas em abril. Se Serra tiver decolado, ele aceitará a vice.

Ora, se Serra tiver decolado, Aécio será jogado ao mar. A pressão para que se candidate agora é para salvar uma candidatura ameaçada. E, se Serra naufragar, no dia 15 de novembro o PSDB cairá no colo de Aécio, colocando fim à fase FHC-Serra.

É esse o jogo por trás dessa movimentação toda para cooptar Aécio, na qual todas as armas estão sendo empregadas, desde as suposições fantasiosas do Estadão até o uso reiterado, por Serra, dos mesmíssimos blogueiros barras-pesadas para ataques contra o adversário-aliado.
Aliás, Serra não se emenda. O uso desses assassinos de reputação já lhe custou desgaste interno no próprio PSDB, pelas baixarias perpetradas contra Geraldo Alckmin, contra o Gabriel Chalitta e contra o próprio Aécio.

Do Estadão

Aécio espera pesquisas de abril para definir se aceita ser vice de Serra
Se avaliar que paulista sustenta dianteira, é provável que abrace a causa; do contrário, investirá na eleição mineira

Ana Paula Scinocca e Julia Duailibi

Cotado para ser vice na chapa do PSDB que disputará a Presidência, o governador mineiro, Aécio Neves, tomará uma decisão entre a abril e maio deste ano e, até essa data, pretende ponderar o desempenho de José Serra nas pesquisas de intenção de voto, dizem aliados. Se avaliar que o paulista sustenta a dianteira, é provável que abrace a causa. Do contrário, se dedicará à eleição em Minas.

Aécio diz que não está nos seus planos compor a vice. A cautela, no entanto, baseia-se no temor de que o favoritismo de Serra seja recall das eleições passadas e a tendência do governador seria perder espaço para os demais candidatos. Para os aliados de Aécio, ele não pretende entrar num projeto que, além de não ser seu, tem chances de derrota.

A cúpula do PSDB está convencida de que a chapa puro-sangue é a forma de vencer a candidatura governista da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Ter um bom desempenho em Minas, dizem os caciques, seria a única forma de compensar a provável derrota no Nordeste. “Serra será candidato em qualquer circunstância, mas sabe que com Aécio a vitória fica mais próxima”, afirmou um líder do partido.

Mas, enquanto Aécio caminha cautelosamente e pondera as chances de vitória do projeto tucano, os caciques do PSDB avaliam que a união entre os governadores seria o ingrediente que falta para abrir uma dianteira maior entre Serra e Dilma. Parte do PSDB sustenta a avaliação de que a consolidação do nome da ministra junto ao eleitorado, o ambiente econômico e a alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são fatores suficientes para Aécio decidir a favor da composição.

O governador de Minas vem repetindo publicamente de forma sistemática que pretende disputar o Senado e se dedicar à eleição de seu vice, Antonio Anastasia, no Estado. “No Nordeste a vantagem do PT é esmagadora, seja com qualquer candidato. Mas em uma chapa Serra-Aécio levaríamos vantagem nos maiores colégios eleitorais do País de maneira a equilibrar e até ficarmos com vantagem”, observou um importante líder dos tucanos. São Paulo e Minas são os dois maiores colégios eleitorais no País. No terceiro, o Estado do Rio, os tucanos acreditam também ter vantagem em relação ao PT, se tiverem na disputa “a dupla do Sudeste”.

“Há um compromisso no PSDB, inclusive do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de não tratar disso agora”, afirmou ontem o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), na tentativa de pôr um fim na discussão.

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Crise na Europa derruba Mercados

Por Leandro Modé, no Estadão:


A fragilidade fiscal de alguns países europeus, que tem levantado dúvidas sobre a capacidade de honrarem suas dívidas, e as incertezas a respeito da recuperação da economia dos Estados Unidos provocaram mais uma forte turbulência nos mercados globais ontem.

No Brasil, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) perdeu 4,73%, maior queda desde outubro, e o dólar escalou 2,17%, fechando a R$ 1,883. No resto do mundo, o medo de os investidores aplicarem em ativos considerados arriscados, como ações e commodities, também fez estragos.

Em Nova York, o Índice Dow Jones desvalorizou 2,61%. Na Europa, o Índice Ibex-35, da Bolsa de Madri, desabou 5,94%, e o PSI-20, da Bolsa de Lisboa, 4,98%. O barril de petróleo para março caiu 5%, para US$ 73,14. “Houve movimento generalizado de fuga do risco para a qualidade (troca de ativos de riscos por outros mais conservadores)”, disse Brad Samples, analista da Summit Energy.

Aos olhos do investidor, o melhor refúgio ainda é o dólar, apesar das dificuldades dos EUA. Por isso, a moeda ganhou terreno frente às outras. O euro, por exemplo, perdia pouco mais de 1% no início da noite de ontem, cotado a US$ 1,3737.

A mais recente onda da crise global começou a ganhar corpo na quarta-feira, quando o governo de Portugal suspendeu um leilão de títulos públicos porque os investidores pediram juros altos para comprar os papéis. É um movimento semelhante ao que ocorria há até poucos anos no Brasil, quando o mercado temia que o País desse um calote.

Portugal é uma das nações europeias com situação fiscal considerada frágil, ao lado de Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. O grupo tem sido chamado de PIIGS, em referência à palavra pig (porco, em inglês). Ontem, a onda atingiu com mais força o mercado espanhol.

O nervosismo levou o primeiro-ministro espanhol, José Luiz Rodríguez Zapatero, a tentar acalmar os investidores. Durante um almoço a portas fechadas em Nova York, ele afirmou que, “na Espanha, a dívida é razoável e a boa classificação do país como solvente será mantida”.

O país que detonou os temores que crescem a cada dia foi a Grécia, onde a dívida pública já alcança mais de 110% do Produto Interno Bruto (PIB) - para se ter uma ideia, usando o mesmo parâmetro, a relação no Brasil está próxima de 65%

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Robert Fisk: Israel ameaça Israel

Do blog do Azenha

Robert Fisk: Israel sente-se sitiada. Como se fosse vítima. ‘Excluída’.

2/2/2010, no jornal britânico Independent

E prossegue a guerra de propaganda. Esqueçam que Israel invadiu o Líbano em 1982. Esqueçam os 15 mil libaneses e palestinos mortos. Esqueçam o massacre de Sabra e Shatila no mesmo ano, por milícias aliadas de Israel, enquanto os soldados israelenses assistiam ao massacre. Apague-se para sempre da história o massacre de Qana em 1996 – 106 libaneses mortos sob fogo israelense, mais da metade dos quais, crianças. Apaguem-se, claro, também, os 1.500 mortos por Israel na guerra do Líbano em 2006. E, sim, esqueçam, claro, os mais de 1.300 palestinos massacrados por Israel em Gaza, ano passado (e os 13 israelenses mortos pelo Hamás), como resposta aos foguetes que Hamás lançava contra Sderot. Israel – para quem acreditar no que a elite do setor de segurança da direita de Israel anda dizendo aqui em Herzliya – está sob ataque, o mais perigoso, ataque de violência jamais vista.

A Grã-Bretanha – e essa foi contada por ninguém menos que o embaixador de Israel em Londres! – é “um campo de batalha” no qual os inimigos de Israel tentam “des-legitimar” o Estado judeu aos 62 anos de existência.

Até o conhecido amigo de Israel, e grande juiz judeu, Richard Goldstone, já está reduzido, nas palavras de um dos mais destacados judeus-americanos apoiadores de Israel, Al Dershowitz, à condição de “traidor absoluto do povo judeu” e “homem mau, do mal” (frases que, claro, já foram manchetes nos jornais israelenses de ontem).

Israel sitiada. Esse o tema assustador, velho, incansavelmente repetido e irremediavelmente jamais compreendido da 10ª conferência anual de diplomatas, funcionários, militares cobertos de medalhas e galões e membros do governo israelense, ontem, em Herzliya.

Israel a excluída. Israel a vítima. Israel, a do exército mais perfeitíssimo, exemplo de moralidade a ser copiado por todos os exércitos do mundo... estaria sob sítio, porque há risco de seus generais serem acusados de prática de crimes de guerra, se puserem o pé na Europa.

Deus impeça que oficiais israelenses jamais sejam acusados por aquelas atrocidades! O Jerusalem Post publicou ontem foto da líder do partido Kadima, Tzipi Livni, olhando para um pôster polonês em que é mostrada como “procurada por crimes de guerra em Gaza”. Esqueçam que Livni nada fez, quando os israelenses fizeram chover bombas de fósforo sobre Gaza; e era ministra.

Tudo, só, uma mesma campanha de perseguição a Israel, de uso deliberado de leis internacionais para des-legitimar o Estado de Israel – como sempre que Israel foi condenada. Assim seria, se fosse! Mas não é. A atual crise de identidade é, sim, uma tragédia para Israel – mas não pelas razões que o atual governo de extrema direita tanto se esforça para disseminar para a opinião pública.

Lembro perfeitamente, depois da desastrada invasão israelense contra o Líbano, em 1982, que se organizou enorme conferência em Londres, para descobrir por que a “propaganda” israelense fracassara. O massacre de libaneses e o número crescente de baixas no exército de Israel? Esqueçam! O que interessava era entender o grande mistério: como podia ter acontecido de a propaganda israelense ter fracassado? Como podia ter acontecido de a imprensa antissemita ter conseguido publicar calúnias contra Israel? Foi conferência idêntica à que está reunida essa semana em Herzliya.

Hoje, se trata de fazer esquecer a Operação Chumbo Derretido contra Gaza e a selvageria e os muitos mortos. É necessário condenar o Relatório Goldstone e aquelas inadmissíveis mentiras – de que o exército dos bons israelenses teria cometido crimes de guerra contra terroristas do mal – e todos têm de convencer-se de que Israel só deseja a paz.

A verdade é mais simples. De fato, Israel cometeu uma série de terríveis erros diplomáticos. Não falo da humilhação imposta ao embaixador turco por Danny Ayalon, do ministério dos Negócios Exteriores – o qual também estava presente à conferência em Herzliya. Não falo tampouco do patético protesto apresentado por Ron Prossor, embaixador de Israel em Londres, segundo o qual haveria “uma cacofonia de vozes vindas de Israel”, em vez de uma única voz.

Nada disso. O mais grave erro que Israel cometeu em anos recentes foi ter-se recusado a contribuir para as investigações propostas no Relatório Goldstone sobre o massacre de Gaza em 2008-09. “Boicote tolo”, como o chamou o diário Haaretz. Completo desastre, na avaliação da esquerda liberal israelense, que percebeu, acertadamente, que o boicote às investigações pôs Israel no mesmo nível do Hamás.

Passei horas assistindo à conferência em Herzliya – que terminará amanhã à noite, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fazendo-se de líder de torcida organizada –, e o Relatório Goldstone e o medo da “des-legitimação” percorria praticamente todas as discussões, como fio de costura.

Ontem, sentei-me ao lado de um estudante israelense de pós-graduação e vi-o balançar a cabeça, em desespero. “Eu e meus amigos estamos terrivelmente frustrados, ao ouvir nosso governo dizer o que dizem aí. O que podemos dizer? O que podemos fazer?” Foi comentário muito lúcido. Foi exatamente o que milhões de britânicos sentimos quando Tony Blair nos arrastou para a guerra, sob uma catarata de mentiras, em 2003.

Um dos momentos mais constrangedores em Herzliya aconteceu quando Lorna Fitzsimons, ex-deputada do partido Labour e hoje presidente do Bicom, think-tank britânico pró-Israel, disse que “a opinião pública não tem qualquer influência na política externa britânica. Política externa é tema para as elites.” A implicação? Negocie com a elite, e tudo dará sempre certo. “Nossos inimigos estão buscando cortes internacionais nas quais não temos voz”, disse ela.

Em certo sentido, aí está dito tudo. O que Israel busca é legitimidade internacional. E como Estado, Israel é legítima. Israel foi criada pela ONU. E, como disse Avi Shlaim, historiador israelense, a criação de Israel pode não ter sido justa – mas é legítima. Pois é. Só que, quando uma equipe de juízes internacionais convidou Israel a participar das investigações, Netanyahu pomposamente rejeitou o convite.

Nesse sentido, a guerra de Gaza expôs o que há de mais profundamente inconsistente e contraditório no atual corpo político que governa Israel. Desejam que o mundo reconheça a democracia israelense – por mais cheia de falhas que seja –, mas não dão ouvidos ao mundo quando o mundo pede contas a Israel sobre o que fez em Gaza. Israel quer ser um farol para as nações do mundo, mas impede que o mundo examine de perto o tal farol, que analise o combustível que mantém acesa a luz e que conheça de perto o mundo que o tal farol ilumina.

Goldstone, Goldstone, Goldstone. O nome do eminente juiz e jurista que tão valentemente buscou justiça para as vítimas assassinadas e violadas pelos sérvios na guerra da Bósnia – e cuja coragem, daquela vez, tanto inspirou o mundo, inclusive Israel – esteve na boca de todos os apologistas do atual governo de Israel, na conferência de Herzliya.

Tzipi Livni falou sobre ele. Yossi Gal, diretor geral do ministério de Negócios Exteriores de Israel, também falou. Referiu-se à “tentativa de usar o Relatório Goldstone para empurrar Israel até a margem da legitimidade”. Malcolm Hoenlein, da Conferência de Presidentes das Organizações Judeu-norte-americanas” também falou. Observou que o governo dos EUA havia sido “extraordinariamente sensível” – quer dizer: ignorou completamente – o Relatório Goldstone. E até o embaixador dos EUA em Israel, James Cunningham, cara-de-rato, sugeriu que o Relatório Goldstone poderia estar sendo usado como tentativa para des-legitimar Israel.

Que loucurada é essa? Depois do massacre em 1982 dos palestinos em Sabra e Shatila, o governo de Israel nomeou uma comissão governamental de inquérito. O relatório da Comissão Kahan não foi perfeito – mas que outra nação do Oriente Médio examinaria tão corajosamente os próprios pecados? O relatório denunciava diretamente a “responsabilidade pessoal” do ministro da Defesa, Ariel Sharon – que autorizou o ataque pelas milícias libanesas. Esse relatório não purgou todas as culpas de Israel, mas provou que aquela Israel era Estado respeitável, Estado, então, preparado para enfrentar aqueles crimes com seriedade, sem fugir das investigações.

Desgraçadamente para Israel, não há comissões Kahan para julgar a Israel de hoje. Nenhum tribunal para julgar Gaza. Apenas um tapinha na mão de uns poucos oficiais que usaram bombas de fósforo e acusação formal contra um soldado que roubou cartões de crédito.

Estive com o juiz Goldstone depois de ele ter sido designado para presidir o tribunal para crimes de guerra na ex-Yugoslávia em Haia. Homem palpavelmente decente, honesto; disse que o mundo acabou por cansar-se de admitir que governos pratiquem impunemente crimes de guerra. Falava, é claro, sobre Milosevic. Escreveu um livro sobre isso, que Israel elogiou calorosamente. Pois hoje o juiz Goldstone é o terremoto que ameaça a legitimidade de Israel.

Encontrei ontem à tarde em Telavive o coronel da reserva israelense Shaul Arieli, homem excepcionalmente sensível, no escritório de sua ONG, e discutimos a situação atual, em que militares e políticos israelenses estão ameaçados de serem presos, acusados de prática de crimes de guerra, no instante em que pisem em território britânico e em alguns outros países europeus.

“Essa questão nos preocupa muito mais hoje, do que há alguns anos” – disse-me ele. “Temos medo dessa tendência, depois da Operação Chumbo Derretido. Compromete a imagem de Israel em todo o mundo; não diz respeito exclusivamente aos militares e políticos. Se forem formalmente acusados em Israel, será como Israel declarar que não pode proteger seus soldados. O Relatório Goldstone afeta campos profundos.”

Tudo isso sugere que o verdadeiro terremoto que sacode Israel, o que realmente ameaça sua imagem, posição e legitimidade, o verdadeiro perigo, hoje, é uma nação chamada Israel.

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fisk-israel-ameaca-israel/

Decreto reduz alíquota da Cide sobre a gasolina até 30 de abril

Christina Machado
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Diário Oficial da União de hoje (5) publica o decreto que reduz a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) da gasolina em R$ 0,08 por litro.

A alíquota da CIDE aplicada à gasolina passa dos atuais R$ 0,23 para R$ 0,15 por litro. O anúncio foi feito na terça-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a mudança temporária do percentual da mistura de álcool anidro na gasolina, de 25% para 20%, poderia elevar o preço da gasolina.

Com a medida, o preço fica estabilizado. Em 2008, quando houve a elevação do preço da gasolina, o governo também reduziu o preço da CIDE para neutralizar o aumento.

Chuvas em São Paulo

Falta de planejamento urbano é a razão das enchentes em SP

Por Juliano Costa, Redação Yahoo! Brasil

As enchentes na várzea do Rio Tietê na Zona Leste de São Paulo, que vão completar dois meses no próximo dia 8 de fevereiro, ressuscitaram um debate sobre a ausência do planejamento urbano naquela área.

Comunidades inteiras que ficaram alagadas, como o Jardim Romano, o Jardim Pantanal e a Chácara Três Meninas, foram erguidas próximas às margens do Tietê, impermeabilizando o solo. Algumas já começaram a ser derrubadas, como a Vila Aimoré - os moradores foram reassentados em Conjuntos Habitacionais em cidades vizinhas (bem longe de onde moravam) ou se cadastraram para receber um auxílio-aluguel de R$ 300 por seis meses.
A questão é que muito desses moradores estavam ali já há mais de 30 anos, com a anuência do poder público, já que contavam com luz elétrica, telefone e água encanada - um bairro como outro qualquer, mas numa região pantanosa. A indignação das pessoas vem da falta de planejamento dos governos - do estado e da prefeitura de São Paulo - no reassentamento e do fato de que muitas empresas não serão despejadas como elas, apesar de estarem às margens do rio.
"Vão tirar os pobres e deixar as empresas", resume o líder comunitário Ronaldo Delfino, do Movimento por Urbanização e Legalização do Pantanal (Mulp).
Depois de um mês com bairros inteiros debaixo d'água, a secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo criou, em 6 de janeiro, uma resolução que torna mais rigorosos os procedimentos de licenciamento ambiental na área de influência do Rio Tietê. A questão é simples: como uma obra na várzea resulta em impactos ambientais que transcendem os limites dos municípios, cabe ao governo estadual a fiscalização. Por isso, agora o licenciamento nestas áreas tem de passar por órgãos estaduais como a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). A tarefa antes cabia às prefeituras municipais das cidades por onde passará o Parque das Várzeas do Tietê, como Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano.
O plano do governo do estado é "recuperar as várzeas ocupadas irregularmente e preservar as remanescentes a montante da barragem da Penha até a nascente do rio, em Salesópolis". A área, de 75 km de extensão e 90 km², se tornaria o "maior parque linear do mundo", como tem alardeado o Governo. As moradias serão desapropriadas para dar lugar a uma imensa área verde - as árvores retiradas para construção da terceira pista da marginal Tietê vão para lá. Mas as empresas vão ficar.
A delimitação do Parque corresponde a um estudo da secretaria do Meio-Ambiente que criou a chamada Área de Proteção Ambiental (APA). A linha verde que caracteriza a APA inclui as comunidades pobres, mas deixa de fora as empresas. Num mundo ideal, todos teriam de sair dali. Mas...
"Esse problema já dura mais de 30 anos e vem passando de um governo para o outro. Já passou da hora de tirar aquele pessoal de lá. Se estão numa área de proteção ambiental, numa váreza de rio, é óbvio que a água vai entrar em casa - e nas fábricas também. O loteamento impermeabilizou as várzeas e gerou esse problema, com a leniência dos governos", diz Miron Rodrigues da Cunha, membro da diretoria executiva do Conselho Gestor da APA da Várzea do Rio Tietê. "Construíram até um CEU (Centro de Educação Unificada) numa área próxima ao Rio. Fizeram sem consultar o Conselho Gestor da APA. E agora como fica? Deixa a escola lá? Ela está alagada..."
O CEU é herança da administração de Marta Suplicy (PT) na prefeitura. A mão do governo em local errado, porém, começou a ser vista com o governador Mário Covas (PSDB). Um imenso Conjunto Habitacional da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) foi inaugurado em 1998 às margens da rodovia Ayrton Senna - no caminho para o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Isso tudo deixa a população ressabiada - como um complexo de prédios pode ficar ali e uma centena de barracos precisa sair?

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E São Paulo ao vivo:

O ódio da mídia e a primeira vitória de Lula

Por Gilson Caroni Filho (da Agência Carta Maior)

Se a deontologia do jornalismo não contempla a divulgação de matérias partidarizadas como se fossem notícias apuradas em nome do leitor/telespectador, o telejornalismo brasileiro, principalmente o da Rede Globo, anda precisando redefinir qual é a natureza do seu verdadeiro ofício. Que fato objetivo deflagra tanta empulhação em horário nobre? Que registro simbólico almeja sua busca de sentidos? Qual a necessidade de construção permanente de imagens desfavoráveis ao governo e, em especial, ao presidente da República? Enganam-se os que pensam que as respostas a essas questões residem apenas nas próximas eleições. Lula, por seu significado histórico, representa uma fratura bem mais profunda do que pode parecer à primeira vista.

Ao obter mais de 30 milhões de votos em 1989, o ex-líder sindical apareceu como condensação das forças sociais que se voltavam para a demolição tardia do antigo regime. Contrariando prognósticos de conceituados analistas, sua candidatura teve gás suficiente para enfrentar as máquinas partidárias de velhos caciques. Mesmo derrotado por Collor, que representava a reprodução do passado no presente, o desempenho de Lula prenunciou, de forma categórica, o fim de uma “democracia” que só era possível mediante pacto de compromisso entre as velhas elites políticas, civis e militares. Essa foi sua primeira vitória. E a Globo disso se deu conta.

O embrião de um novo espaço histórico, capaz de conferir peso e voz aos de baixo na sociedade civil, na cultura e no arcabouço estatal, estava lançado. Com uma indiscutível capacidade de antecipação histórica, a família Marinho, que construiu seu colosso midiático como um Estado dentro do Estado- e muitas vezes acima dele- pressentiu o ocaso dos dias gloriosos. Como principal aparelho de legitimação da ditadura militar, as Organizações sempre vislumbraram a democracia como processo fatal à sua supremacia. E essa era uma avaliação correta. Deter o movimento profundo que vinha das urnas seria impossível.

A centralidade de Lula e do Partido dos Trabalhadores no cenário político era o avanço do cidadão negado, desde sempre, em sua cidadania. A construção da nova história objetivaria também o significado das eleições seguintes. Até a vitória em 2002, o acúmulo de forças trouxe à cena as esperanças políticas das classes excluídas. O rosto sofrido, que se contrapunha tanto à estética das modernizações conservadoras quanto à ética do neoliberalismo rentista, já não temia as bravatas e espertezas do adversário.

O rancor da mídia corporativa tem que ser contemplado como pano de fundo de uma grande derrota. Suas ameaças só não são trágicas porque, ao arreganhar os dentes, a grande imprensa introduz notas burlescas no discurso que se pretendia ameaçador. O diagnóstico que denuncia o fim da festa sai, ainda que codificado, dos débeis sustentáculos da credibilidade que lhe sobrou junto a setores protofascistas da classe média.

Ao criminalizar movimentos sociais, criticar a política externa tentando estabelecer paralelos entre Caracas e Tegucigalpa, e censurar premiações internacionais recebidas pelo presidente, o jornalismo produzido vai desenovelando a história da imprensa brasileira com impecável técnica televisiva.

Resta-lhe o apoio de uma direita sem projeto, voraz, cínica e debochada. Esse é o único troféu que ostenta em 2010, após ter sofrido o baque inaugural há 21 anos. Na década de 1980, ainda valia editar debates e fazer uso político de seqüestro de empresários. Afinal, não seria por apoio governamental que conferências debateriam monopólio e manipulação midiática.

Em outubro, a Globo não estará apostando apenas na candidatura de José Serra. Buscará, mediante retrocessos de toda ordem, garantir a sobrevida de uma ordem informativa excludente, incompatível com as regras mais elementares do Estado Democrático de Direito.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

ADM segue os concorrentes e prepara-se para fazer aquisições no Brasil

Do Ultimo Segundo


A ADM, sigla para Archer Daniels Midland, empresa americana com sede em Saint Louise e maior fabricante de etanol do mundo, decidiu reforçar sua posição no Brasil. Está avaliando usinas para fazer a primeira aquisição no país.

A nova estratégia leva em consideração as mudanças no mercado de etanol, que favorecem o combustível à base de cana-de-açúcar, e o avanço dos concorrentes Bunge e Louis Dreyfus, que se estabeleceram na produção do biocombustível com compra de usinas. “A ADM tinha optado por construir usinas e operar em parceria com quem entende a lógica do mercado brasileiro”, diz uma fonte do setor de açúcar e de álcool. “Mas agora está procurando usinas para comprar porque percebeu que é a melhor maneira de crescer nesse setor no Brasil.”
Desde novembro de 2008, a ADM é sócia do Grupo Cabrera, do ex-ministro da agricultura Antônio Cabrera, na criação de dois complexos canavieiros. Os projetos incluem o cultivo de terras, a construção de duas usinas e a implantação da logística de comercialização. As usinas localizam-se em Limeira do Oeste, no Estado de Minas Gerais, e em Jataí, Goiás.
Enquanto a ADM investiu tempo e dinheiro para erguer usinas do zero, seus concorrentes na área do agronegócio fizeram importantes movimentos de aquisição que lhes deram vantagem na produção. A Bunge comprou o grupo Moema, que incluiu o controle da usina Moema e participações em cinco outras unidades. A Dreyfus, por sua vez, adquiriu a Santa Elisa Vale, grupo com 13 usinas, o que a colocou no posto de segunda maior empresa do setor, atrás apenas da Cosan.
A decisão de ir às compras no Brasil reforça os planos de Patricia Woertz, presidente da ADM. Em visita ao país em agosto de 2008, Patrícia confirmou a intenção de investir no etanol de cana, sem deixar claro como, quanto e quando. Por diferentes razões, o momento seria agora.
Efeito Shell
Apesar de a mudança de rumo da ADM ter sido definida antes da parceria entre a Shell e Cosan, divulgada na segunda-feira, quem avalia o mercado de energia acredita que a entrada de uma petroleira tende a reforçar os planos de todas as empresas interessadas em melhorar a posição na produção de etanol de cana.
Segundo analistas do mercado de energia, a Shell terá o poder de influenciar a abertura de mercados para o etanol brasileiro em países estratégicos, como o Estados Unidos – e Patrícia, presidente da ADM, conhece o poder de convencimento das companhias de petróleo.
Antes de assumir o comando da ADM, foi executiva da americana Chevron, umas das maiores indústrias de petróleo do mundo. Poucos executivos do agronegócio têm tanto conhecimento do mercado de combustíveis quanto ela.
Em defesa do milho americano
Dois fatores adiaram investimentos mais expressivos da ADM no Brasil. O primeiro deles foi o custo político da medida. “A ADM é líder na produção de etanol a base de milho”, diz uma fonte do setor. “Trata os fazendeiros como parceiros e contribui com a campanha de deputados e senadores que defendem os interesses dos produtores no congresso americano.” Nesse contexto, investir em usinas a base de cana-de-açúcar em um país com o Brasil poderia prejudicar sua relação com  seus principais fornecedores.
Havia também a posição do governo americano, que apesar de pregar o uso de combustíveis limpos, não assumia medidas efetivas a seu favor. No último ano, os planos de investir de maneira mais agressiva no mercado brasileiro ainda foram atropelados pela crise financeira internacional, que fez o preço do petróleo cair e a demanda por biocombustíveis, arrefecer. Procurada pelo iG por meio de sua assessoria de imprensa para falar sobre as estratégias no Brasil, a ADM não retornou até a publicação desta matéria.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Avião Brasileiro cotado para equipar a RAF

Da Times On Line (tradução livre):

A RAF está sob pressão para dimuir seus gastos em bilhões de libras com a compra de jatos, em favor de aviões mais baratos, de hélice, como parte de um programa de revisão dos gastos de defesa. A sugestão, do General Sir David Richards tem provocado debates inflamados com seus interlocutores nas Forças Armadas Inglesas.

O General Richards, chefe do Estado-Maior Inglês, cita o Super Tucano brasileiro como uma alternativa econômica para os aviões a jato, como os Eurofighter Typhoon, utilizados em operações contra sublevação  no Afeganistão. O ponto a favor do avião brasileiro é que os custos de um Super Tucano, cerca de 5 milhões de libras, corresponde a uma fração das 60 milhões de libras estimadas como custo de um caça de ataque comum como o F35, encomendado pela Marinha Real britânica ou os 67 milhões de libras de um Typhoon.

O General defende ainda que os confrontos entre Estados serão largamente substituídos por operações contra sublevaçoes localizadas, o que permitiria ao Governo investir em material mais leve e mais barato, mas tecnicamente avançado.

Analistas consideram que o Tucano oferece uma plataforma mais econômica, e que permite serem anexados equipamentos de alta tecnologia e munições, alem de ter tido impressionante desempenho na Colômbia, onde ele é usado contra rebeldes da FARC, conforme relato da marinha americana.

O avião brasileiro pode operar por até seis horas e meia sem reabastecer, embora não tenha a opção de reabastecimento no ar. Pode transportar 1,5 toneladas e usa apenas £ 500 de combustível em uma hora. O Eurofighter Typhoon custa quase £ 85,000 a hora de vôo. 

Leia mais na Times on Line,,,

As Novas Classes Sociais no Brasil

Por Infomoney

Brasileiros estão divididos em dez grupos sociais, diz Serasa Experian. 

Uma nova ferramenta da Serasa, lançada nesta quarta-feira (3), mostra que os brasileiros podem ser divididos em dez grupos distintos: ricos, sofisticados e influentes; prósperos e moradores urbanos; assalariados urbanos; empreendedores e comerciantes; aspirantes sociais; periferia jovem; envelhecendo na periferia; aposentadoria tranquila; envelhecendo no interior e Brasil rural.
A definição desses novos segmentos, segundo explicações do presidente da Unidade de Ressearch da Serasa Experian, Juliano Marcílio, se deu por meio do cruzamentos de informações de marketing e consumo com dados cadastrais do Censo, do IBGE, da Pnad e da própria Serasa.

Para ele, essas novas definições representam de forma mais fidedigna as necessidades, os comportamentos e os desejos da população, do que as atuais classificações por faixa de renda ou classe social. “As divisões atuais são muito amplas e existe uma série de visões diferentes de mundo dentro delas”, disse.
Dentre os benefícios que a nova ferramenta pode trazer para o consumidor, estão a confecção de produtos e políticas públicas mais próximas da realidade de cada grupo.

Grupos
De acordo com o Mosaic, dos dez grupos que se dividem a população brasileira, a periferia jovem é o que possui a maior representatividade: 20,92% da população.
O grupo seria formado por jovens trabalhadores de baixa renda (3,55%), jovens que se encontram na informalidade (2,74%), trabalhadores de baixa qualificação (4,68%), excluídos do sistema (5,49%), estudantes da periferia (1,32%) e famílias assistidas da periferia (3,13%).

Na outra ponta, estariam os ricos, sofisticados e influentes (1,86%), seguidos pelos empreendedores e comerciantes (5,01%).

Dassault diminui preço, e Lula escolhe caça francês

Segundo o Jornal Folha de São Paulo desta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Nelson Jobim (Defesa) bateram o martelo a favor do caça francês Rafale. A decisão foi tomada depois que a fabricante, Dassault, reduziu de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) o preço final do pacote de 36 aviões para a Força Aérea Brasileira.
Além do custo do pacote, que inclui avião, armas, logística e custo de transferência tecnológica, a Dassault estimou que a manutenção dos aviões por 30 anos custará US$ 4 bilhões.
Os valores foram revistos após o presidente Lula anunciar antecipadamente a vitória do Rafale, em setembro. O preço unitário, sempre uma estimativa, era então menor para todos os concorrentes porque o pacote não previa vantagens incluídas na renegociação -como o custo de a Embraer fabricar o caça futuramente.

Curiosidade

Do site poderaereo, em 1953, o presidente Vargas, a bordo do recém recebido Gloster Meteor TF-7, primeiro caça a jato da FAB. A decisão da compra dos jatos britânicos Gloster Meteor foi técnica ou política?






























Para saber mais sobre Rafale, clique aqui...

Para ir ao site Poder Aereo, clique aqui...

Brasília sediará segunda reunião do Bric

Do Portal R7

Brasília vai receber a segunda reunião do grupo dos países emergentes, o Bric, no dia 16 de abril, informou o Ministério das Relações Exteriores na última terça-feira (2).
Líderes de Brasil, Rússia, Índia e China encontraram-se pela primeira vez na Rússia em 2009 para discutir a crise financeira global e reformas nas instituições financeiras e comerciais do mundo.
A reunião acontecerá um dia depois de um encontro entre os dirigentes de Brasil, Índia e África do Sul, também em Brasília, de acordo com o Itamaraty.
O subsecretário-geral do ministério para Ásia, África, Oriente Médio e Oceania, embaixador Roberto Jaguaribe, viaja para Rússia, Índia, China e África do Sul para definir a agenda das duas reuniões.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Imprensa e a Vaidade Togada

O Vedetismo Judiciário


Do Observatório da Imprensa
Dalmo de Abreu Dalari

Vem sendo objeto de críticas, nos últimos tempos, o que se convencionou denominar ativismo judiciário, que é uma designação de intuito pejorativo usada pelos que pretendem que o Judiciário seja apenas um guardião da legalidade formal, deixando de lado a justiça e a proteção da dignidade humana. Esse legalismo foi o instrumento da proteção de privilégios econômicos e sociais, legalizados pelos representantes dos privilegiados que atuavam como legisladores.
Evidentemente, o juiz não deve desempenhar suas funções como se fosse um militante político, comprometido sobretudo com idéias e objetivos políticos, sem levar em conta os princípios e normas da Constituição e da legislação vigente. Mas, a par disso, também não deve limitar o desempenho de suas funções à simples verificação do aparente cumprimento das formalidades legais, nem deve ficar indiferente e silencioso quando os elementos constantes dos processos sob sua responsabilidade fornecem provas ou indícios de omissões ou ações ilegais.
O surgimento do Judiciário assumindo um papel ativo na busca da justiça foi proclamado pelos juízes italianos que, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, criaram o movimento denominado Magistratura Democrática, que tem exercido influência muito positiva na luta contra os vícios políticos tradicionais que comprometem a autenticidade da democracia italiana. E foi graças ao papel ativo dos juízes que se verificou, nos Estados Unidos da década de 1960, considerável avanço no sentido da proteção da liberdade e da efetivação da igualdade de direitos em benefício das mulheres, da comunidade negra e das camadas mais pobres da população.

Respeito devido
Está ocorrendo no Brasil, ultimamente, uma degradação da imagem, da autoridade e da verdadeira eficiência de órgãos do Judiciário como guarda da Constituição e instrumento da Justiça e do Estado Democrático de Direito. Essa degradação é decorrência de um grave desvio de comportamento, que pode ser identificado como vedetismo judiciário.
Afrontando as normas éticas que exigem dos magistrados um comportamento discreto e prudente, alguns membros da magistratura não conseguem disfarçar sua obsessiva necessidade de publicidade e sob qualquer pretexto buscam ficar em evidência no noticiário da imprensa, às vezes antecipando ilegalmente sua opinião sobre questões que serão ou provavelmente serão objeto de seu julgamento formal e muitas vezes manifestando sua opinião, quase sempre em tom polêmico, sobre questões jurídicas que fogem às suas competências.
A par disso, tem ficado evidente a prática de um demagógico exibicionismo, incluindo a autolouvação mal disfarçada ou o anúncio de providências inovadoras, revolucionárias, à procura de sensacionalismo. Isso é o vedetismo judiciário, gravemente prejudicial em termos do resguardo do respeito devido às instituições democráticas e que, por isso, jamais deveria ter a acolhida ou, menos ainda, a cumplicidade da imprensa.
Grave distorção Um fato grave que deveria merecer cuidadosa observação da imprensa, que deve ser feita para alertar a opinião pública, é a notícia de que o Supremo Tribunal Federal vai gastar com comunicação social, no ano de 2010, mais de 59 milhões de reais, o que representa 11% de seu orçamento (ver, neste Observatório, do Congresso em Foco, "Orçamento da comunicação é duplicado"). Essa quantia representa praticamente o dobro do que tinha sido previsto na proposta orçamentária do Poder Executivo e tal aumento foi efetuado por decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, acolhendo pedido do Ministro milmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Com essa dotação orçamentária, o gasto do STF com comunicações vai superar em quase cinco vezes o orçamento do Tribunal Superior Eleitoral, que será responsável pelas eleições nacionais que serão realizadas em outubro deste ano. Está ocorrendo aí uma distorção mais do que evidente, altamente prejudicial à eficiência e à imagem do Poder Judiciário.
Em debate ocorrido publicamente, durante sessão do Supremo Tribunal Federal, já foi denunciada a volúpia publicitária do atual presidente da mais alta corte do país. Como ele deve deixar a presidência no próximo mês de abril é preciso que a imprensa fique atenta e procure verificar de que modo se pretende usar aquela altíssima verba publicitária, num momento em que vários tribunais não podem preencher vagas existentes e melhorar o seu desempenho porque já estão no limite do gasto com pessoal permitido pela legislação vigente.
A imprensa não deve ficar omissa perante essa grave distorção e muito menos deverá ser beneficiária dela, contribuindo para o vedetismo judiciário.

TCU aponta irregularidades em obras da Camargo Corrêa, investigada pela operação Castelo de Areia

Sera que ainda veremos o dia em que, no Brasil, obra publica nao tenha, necessariamente, a equacao superfaturamento e empreiteira como elementos integrantes do custo final? Isto passa tambem pelo financiamento de campanhas politicas e pela transparencia dos gastos do governo e dos partidos politicos, bem como da atuacao do Ministerio Publico e dos Tribunais de Contas, que devem se guiar por criterios mais tecnicos e menos politicos.

Do Portal R7

TCU aponta irregularidades em obras da Camargo Corrêa, investigada pela operação Castelo de Areia
Tribunal que fiscaliza recursos da União aponta indícios de preço alto e superfaturamento.

Algumas das obras investigadas na Castelo de Areia, operação da Polícia Federal que investiga empresários da construtora Camargo Corrêa, também foram alvo do TCU (Tribunal de Contas da União), órgão que fiscaliza a aplicação dos recursos federais. O tribunal apontou irregularidades como preço muito alto e superfaturamento em obras de grande porte em que o Ministério Público Federal em São Paulo viu indícios de suborno a políticos e associação entre empresas para fraudar licitações.


Um dos exemplos é a construção das eclusas (elevador de água que permite a passagem de embarcações) da usina hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. O TCU apontou irregularidades e a Procuradoria viu indícios de corrupção a um membro do próprio tribunal, de um diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) e de um diretor de Engenharia e Planejamento da Eletronorte.
A obra, que visa tornar o rio Tocantins navegável, foi incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e tem investimento previsto de R$ 965,4 milhões entre 2007 e 2010.

O TCU apontou irregularidades na obra por quatro anos seguidos (2003, 2004, 2005 e 2006), como alteração do projeto que prejudicou o caráter competitivo da licitação, falta de ajuste no preço do contrato, pagamento de preços superiores aos praticados no mercado e inclusão de construções não relacionadas à obra principal no projeto. A assessoria do Dnit, responsável pela construção, informou que seguiu determinação do tribunal e suspendeu pagamentos onde havia irregularidades.

Outro exemplo de irregularidades apontadas pelo TCU são as obras de ampliação do aeroporto de Vitória, que preveem a construção de uma pista de pouso e de um novo terminal de passageiros, em um total de investimentos de R$ 465,2 milhões. Em 2007 e 2008, o TCU apontou preço muito alto, superfaturamento, projeto básico deficiente, ausência de projetos executivos, falta de critérios na avaliação de propostas, adoção de critérios que comprometeram o caráter competitivo da licitação, pagamento de serviços não previstos no contrato, entre outras irregularidades. Ainda assim, o TCU não pediu a paralisação das obras nessas ocasiões devido à importância do empreendimento.


Em 2009, entretanto, nova fiscalização constatou que as irregularidades não haviam sido sanadas, mas, ao contrário, haviam piorado. O tribunal, então, condicionou a continuidade das obras à realização de nova licitação.

Procurada pela reportagem, a Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, informou que buscou várias vezes com o consórcio construtor uma negociação que viabilizasse a continuidade das obras, mas que não chegou a um acordo, e que está na Justiça um processo que visa ao ajuste financeiro do contrato rescindido. A estatal afirmou ainda que tem feito todos os esforços para retomar os serviços para a conclusão das obras.

Também estão nas listas do TCU e da Castelo de Areia obras como as dos metrôs de Fortaleza e Salvador e a BR-101. A Companhia Cearense de Transportes do Ceará, responsável pelo metrô de Fortaleza, informou que aguarda análise e julgamento final do tribunal, destacando que as obras continuam em andamento. O Dnit, responsável pela BR-101, disse que expediu norma interna para sanar as irregularidades. A Companhia de Transportes de Salvador não respondeu até a publicação desta reportagem.

Fórum de Davos classifica os EUA pela primeira vez como nação de "instabilidade política"

















Por Thomas Friedman

Como parâmetro político, o Fórum Econômico Mundial em Davos em geral oferece alguns indicadores reveladores do ambiente global, e este ano não é exceção. Contaram-me que uma expressão estava sendo usada por não americanos sobre os EUA que eu honestamente posso dizer que nunca tinha ouvido antes: “instabilidade política”. 
“Instabilidade política” é uma expressão normalmente reservada a países como a Rússia ou o Irã ou Honduras. Mas agora, um empresário americano observou: “As pessoas me perguntam sobre instabilidade política nos EUA. Nos tornamos imprevisíveis para o mundo.”
Repare, as pessoas em conferências internacionais adoram criticar os EUA, rir dos EUA e reclamar dos EUA. É o único esporte mundial mais popular que o futebol. Contudo, no passado, sempre criticavam sabendo que os EUA eram essa rocha em quem sempre podiam confiar para assumir a liderança. Este ano é diferente. Neste ano, asiáticos e europeus em particular, puxam você para o lado e fazem alguma versão da seguinte pergunta: “Diga-me, o que está acontecendo em seu país?”
Estamos deixando as pessoas nervosas.
Bancos, multinacionais e fundos de investimento frequentemente contratam especialistas em política externa para fazerem uma “análise de risco político” antes de investirem em lugares como, digamos, Cazaquistão ou Argentina. Em breve, possivelmente, acrescentarão os EUA em suas listas de observação.
Dá para entender por que os estrangeiros estão inconfortáveis. Eles olham para os EUA e veem um presidente eleito por uma sólida maioria, entrando no cargo com uma onda de otimismo, controlando tanto a Câmara quanto o Senado. Ainda assim, um ano depois ele não consegue aprovar sua maior prioridade legislativa: a reforma na saúde.
“Nosso sistema político de dois partidos está quebrado justo quando tudo precisa de grandes consertos, não pequenos reparos” disse K.R. Sridhar, fundador da Bloom Energy, empresa de células de combustível no Vale do Silício que está participando do fórum. “Estou falando de saúde, infra-estrutura, educação, energia. Somos nós que precisamos de um Plano Marshall agora.”
De fato, em termos de frases que eu nunca de ouvido antes, há outra assim: “Será que o Consenso de Pequim está substituindo o Consenso de Washington?” O “Consenso de Washington” é um termo cunhado após a guerra fria que se refere às políticas de mercado livre, pró-comércio e globalização promovidas pelos EUA. Como disse Katrin Bennhold no “International Herald Tribune” nesta semana, os países em desenvolvimento estão procurando “uma receita para estabilidade e crescimento mais rápido do que oferece o combalido Consenso de Washington, de mercados abertos, moedas flutuantes e eleições livres.” Nessa medida, “fala-se cada vez mais de um Consenso de Pequim”.
O Consenso de Pequim é um híbrido de “Confúcio, comunismo, capitalismo” sob a tutela de um Estado de um partido, diz Bennhold, com muita orientação do governo, mercados de capital estritamente controlados e um processo de tomada de decisão capaz de fazer duras escolhas e investimentos de longo prazo sem ter que ouvir pesquisas de opinião pública.
Pessoalmente eu não desistiria do Consenso de Washington com tanta facilidade. Se está combalido não é por causa dos princípios que promovem a abertura econômica e comercial, muitos dos quais a China está praticando melhor do que nós ultimamente. Está fracassando porque, bem, por causa de Washington.
Foi difícil ler o eloquente discurso do Estado da União do presidente Barack Obama e não se sentir dividido entre sua visão para os próximos anos e a consciência de que as forças da inércia e dos interesses especiais que o bloqueiam -sem mencionar o Partido Republicano- tornam a chance de ele implementar essa visão altamente improvável. Essa é a definição de “empacado”. E neste instante estamos empacados.
O que é duro e frustrante é que estamos tão perto de desempacar. Se houvesse apenas seis ou oito senadores republicanos -um pouco mais de Judd Greggs e Lindsey Grahams- prontos em concordar com Obama em algum território comum nas questões da redução do déficit, energia, saúde e reforma bancária, acredito que, depois do susto em Massachusetts, o presidente de fato faria concessões de forma a forjar não apenas pequenos acordos graduais, mas avanços substanciais em questões importantes. Contudo, até agora, os republicanos estão tendo um bom ano em termos políticos sendo simplesmente o partido do “não”.
Isso é uma vergonha porque, aqui estamos, um país lutando para obter alguns bilhões a mais de estímulo para ajudar nossos desempregados e pequenas empresas, quando o maior estímulo de todos está se escondendo à plena vista. Este seria o fim da paralisia política e a remoção da mortalha de incerteza que estão afetando tudo, desde o custo do meu plano de saúde até o custo da minha luz ou até a forma que nossos grandes bancos podem fazer negócios.
Se os dois partidos pudessem se unir e remover as nuvens de incerteza sobre essas questões, remover a impressão crescente de que nosso país está politicamente paralisado, não seria necessário mais nenhum centavo de dinheiro de estímulo. O investimento e o empréstimo decolariam sozinhos. Contudo, se os dois partidos continuarem com seu duelo até a morte, nenhum estímulo nos dará o crescimento sustentado e o emprego que precisamos.

Embargo de Alta Tecnologia

Tomei conhecimento deste vídeo no site do Azenha. Ele demonstra com os EUA agem em materia de alta tecnologia e como é urgente que o Brasil desenvolva seus próprios projetos, seja em parcerias estratégicas mais confiáveis, seja por esforço próprio. Exemplos não faltam como o da China, do Irã e da Índia, que desenvolveram veículos lançadores de satélites, projeto que, no nosso país, ainda sofre com inúmeras interrupções e problemas com o desenvolvimento de peças e equipamentos importantes, cuja tecnologia o Brasil não domina por inteiro.

Bombardeio dos EUA no Paquistão

Sobe para 31 o total de mortos em bombardeio dos EUA no Paquistão


Pelo menos 31 pessoas morreram e várias ficaram gravemente feridas no bombardeio lançado na terça-feira por aviões não tripulados dos Estados Unidos no noroeste do Paquistão, informaram nesta quarta-feira fontes citadas pela emissora "Geo TV".

Os aviões-espiões dispararam 18 mísseis sobre diferentes localidades do município de Data Khel, na conflituosa região tribal do Waziristão do Norte, um dos redutos dos fundamentalistas paquistaneses.

Inicialmente, foi divulgado que 17 pessoas morreram no ataque, mas que o total de óbitos poderia aumentar, já que os serviços de resgate não puderam atuar imediatamente devido à possibilidade de novos bombardeios.

Entre as vítimas há rebeldes, aldeões e cidadãos estrangeiros, disseram à "Geo TV" vários funcionários do governo paquistanês na cidade de Miranshah, a capital do Waziristão do Norte.
O povoado mais afetado pelo ataque foi o de Deegan, segundo os funcionários. No mesmo lugar, na semana passada, os talebans disseram ter derrubado um avião não-tripulado dos EUA que sobrevoava a região.
No bombardeio de ontem, mísseis também atingiram as localidades de Thooth Narray, onde quatro mísseis mataram sete pessoas e feriram outras seis, Khar Kamar e Mohammad Khel. Neste último povoado, os projéteis atingiram aldeães que se preparavam para ajudar nos trabalhos de busca.
Segundo fontes das tribos, os aviões não tripulados começaram a sobrevoar a região de manhã. Em resposta, os insurgentes acionaram baterias antiaéreas instaladas em caminhões de cabine dupla.

Os porta-vozes paquistaneses disseram que não poderiam dar um número preciso de vítimas porque o governo está ausente na região, um território inóspito e montanhoso sobre o qual Paquistão jamais teve total controle.
"Não temos presença física na área e não há instalações telefônicas. Temos nosso pessoal de segurança posicionado em seus postos de controle no alto das colinas, mas estão longe dessa região", disse à "Geo TV" um funcionário do governo.

Abílio Diniz: "Sou fã de carteirinha do Lula"

Na  primeira entrevista da TV Estadão, dada à repórter Leticia Bragaglia, o presidente do Conselho do Grupo Pão de Açúcar elogia o governo atual, que, segundo ele, foi extraordinário.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ayres Britto responde a Gilmar

Do O Globo

BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, disse nesta segunda-feira que a Justiça Eleitoral nunca julgou e nem julgará ninguém com dois pesos e duas medidas. A afirmação, dita no discurso que marcou o início das atividades da Corte neste ano, vem em resposta a uma declaração feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, na semana passada, quando acusou a Justiça Eleitoral de julgar alguns políticos com mais rigor que outros.

- A Justiça Eleitoral brasileira prosseguirá isenta de interpretações e não será cúmplice dos transgressores. A Justiça Eleitoral brasileira, a partir do TSE, prosseguirá no pleno domínio do seu propósito reconhecido de jamais julgar quem quer que seja com dois pesos e duas medidas. Tanto os titulares dos mandatos eletivos quanto os pretendentes a exercê-los. A Justiça Eleitoral brasileira, a partir do TSE, tem prefeita noção de necessidade de eqüidistância das partes. Permaneceremos livres de monitoramentos ou pressões de quem quer que seja, parta de onde partir - afirmou.

Leia no O Globo...

Frevo da Saudade por Vitor Araújo

Aliança Shell-Cosan pode ajudar a abrir mercado dos EUA para etanol, diz jornal















Do O Globo (BBC Brasil)

A joint-venture entre a Shell e a brasileira Cosan, anunciada nesta segunda-feira, pode ajudar a derrubar as barreiras americanas à importação de etanol brasileiro, segundo sugere uma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário britânico The Guardian.
"A Shell vai agora fazer lobby com o governo americano para reduzir suas tarifas sobre a importação de biocombustíveis", diz a reportagem.
A Shell e a Cosan, a maior produtora brasileira de etanol, anunciaram um memorando de entendimento para a criação de duas companhias conjuntas para a produção e a distribuição do álcool combustível, num negócio estimado em US$ 12 bilhões.
A reportagem do Guardian comenta que a joint-venture deve fazer da Shell a maior empresa petroleira no ramo de biocombustíveis e poderá dobrar a produção atual de etanol da Cosan, atualmente em 2 bilhões de litros anuais.
Ainda assim, o jornal observa que a união provocou reservas entre ambientalistas, que temem que a elevação da produção de etanol no Brasil provoque o aumento do cultivo da cana-de-açúcar em áreas destinadas ao cultivo de alimentos e leve ao aumento do desmatamento para a produção agrícola.

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Pesquisa CNT/SENSUS: Aumenta o Orgulho de ser Brasileiro








Segundo a mais recente pesquisa CNT/SENSUS, o interesse do eleitorado pelas eleições para presidente da República saiu de 17,9%, em março de 2002, para 25,5% em janeiro de 2010. A pesquisa CNT/Sensus, que completou 100 edições, quis comparar a avaliação do perfil do brasileiro em diferentes épocas. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira.
A CNT/Sensus mostra um salto na satisfação do eleitor com o País, de 15%, em março de 1998, para 48%, em janeiro deste ano. O aumento do orgulho de ser brasileiro dobrou em relação a setembro de 1998: de 26,0% para 52,8%.
Para a escolha do candidato a presidente da República, em julho de 1998, 1% dizia que ia pela opinião própria. Em janeiro de 2010, esse índice atingiu 55,5%

Petrobrás é a Quarta Maior Empresa de Energia do Mundo















A Petrobras subiu do nono para o quarto lugar no ranking das 50 maiores empresas de energia do mundo divulgado no dia 26/01, pela consultoria PFC Energy. O cálculo levou em conta o valor de mercado das companhias em dezembro de 2009.
Segundo a PFC Energy, as ações da Petrobras registraram alta de 103% ao longo do ano, índice maior do que o alcançado pelas três primeiras do ranking (PetroChina, Exxon e BHP Billiton). A consultoria destacou, ainda, o rápido crescimento da Petrobras, que saiu da 23ª colocação para o quarto lugar, em apenas oito anos. Nesse período, o valor de mercado da Companhia subiu de 96,8 bilhões de dólares para 199,2 bilhões.
A PFC Energy é uma consultoria de energia com atuação junto a empresas e governos em todo o mundo há mais de vinte anos. Ela publica anualmente o ranking das 50 maiores companhias de energia com ações em bolsa e tem como principal critério o desempenho no mercado de capitais. Fundada em 1984, a PFC Energy tem escritórios em Washington, Paris, Houston, Bahrain, Lausanne, Kuala Lumpur e Buenos Aires

O Egoísmo dos Bancos

O texto é de Thomas Friedman, colunista de assuntos internacionais do New York Times, e revela seu apoio às políticas de Barack Obama para evitar que novos "incidentes" como o de 2008 voltem a ocorrer no sistema financeiro americano.

 

 

Somente adultos, por favor


Thomas L. Friedman
Talvez seja só eu, mas nas últimas semanas achei a política americana particularmente irritante. Nossa economia ainda está muito frágil, mas não daria para perceber isso pela forma que a classe política está agindo. Somos como um paciente que acaba de sair da UTI e está sentando na cama pela primeira vez quando, subitamente, todos os médicos e enfermeiros começam a discutir ao lado da cama. Um deles joga um estetoscópio para longe; outro ameaça desligar todos os monitores a não ser que as contas do hospital sejam pagas até o meio dia; e o tempo todo o paciente está pensando: “Vocês estão loucos? Estou apenas começando a me recuperar. Vocês não entendem como seria fácil eu ter uma recaída? Não há adultos aqui?”
Algumas vezes você se pergunta: será que estamos em casa sozinhos? Obviamente as elites políticas e financeiras a quem damos autoridade frequentemente agem com base em interesses pessoais. Mas ainda temos muito que avançar para sairmos da bagunça em que entramos e, se nossas elites não se comportarem com maior senso de bem comum, podemos ver nossa economia dar outro mergulho com salto mortal.
Dov Seidman, diretor executivo da LRN, que ajuda empresas a construírem culturas éticas, gosta de falar em dois tipos de valores: “valores de ocasião” e “valores sustentáveis”. Os líderes, empresas ou indivíduos guiados por valores de ocasião agem conforme o momento, não importa os interesses maiores de suas comunidades. Um banqueiro que assina uma hipoteca para alguém que sabe que não poderá pagar a dívida no longo prazo está agindo com valores de ocasião, dizendo: “Não estarei mais aqui quando a conta aparecer.”
As pessoas inspiradas por valores sustentáveis agem de forma exatamente oposta, dizendo: “Nunca vou embora. Estarei sempre aqui. Portanto, preciso me comportar de uma forma que sustente meus empregados, meus clientes, meus fornecedores, meu ambiente, meu país e as futuras gerações.”
Ultimamente, vimos uma explosão de pessoas pensando apenas em valores de ocasião. Em geral, apóio as propostas que o presidente Barack Obama expôs na semana passada para impedir os bancos de se tornarem grandes demais para falirem e para proteger os contribuintes dos bancos que entram em colapso especulando excessivamente e que depois esperam que livremos a cara deles. Mas a forma como o presidente revelou suas propostas –“Se esses sujeitos querem briga, essa briga estou disposto a ter”- me fez sentir como se ele estivesse procurando uma forma de falar mal dos bancos logo após a perda dos democratas em Massachusetts, para marcar alguns pontos políticos baratos no lugar de iniciar uma discussão nacional séria sobre uma questão incrivelmente complexa.
Obama é tão melhor quando ele pega uma questão quente e enrolada, como direitos civis ou reforma bancária, e fala ao país como a um adulto. Ele é tão melhor quando nos deixa mais inteligentes do que raivosos. Entrar em guerra com os bancos para tirar um rápido prazer de popularidade após uma perda eleitoral só vai funcionar contra ele e contra nós. Vai fazer os bancos emprestarem ainda menos e retardar ainda mais a recuperação.
Isso dito, uma parte de mim não culpa o presidente. O comportamento de alguns importantes bancos de Wall Street, particularmente do Goldman Sachs, foi extremamente egoísta. Os contribuintes norte-americanos seguraram o Goldman ao salvarem um de seus maiores devedores, a AIG. Em qualquer cálculo justo, o Tesouro americano deveria ter uma fatia do Goldman hoje. Por anos, o Goldman foi o exemplo maior de bancos que se comportavam com base em valores de ocasião –explorando o que quer que uma ocasião ou regra permitissem.
Obama também tentou criar uma comissão bipartidária para criar um plano para reduzir a dívida nacional –um plano que causaria dor aos dois partidos cortando alguns programas e aumentando alguns impostos. Contudo, o líder republicano, senador Mitch McConnnell, disse que o partido não ia cooperar com qualquer comissão que propusesse o aumento de impostos. E alguns democratas liberais rejeitaram cortar seus programas favoritos. Isso é que é altruísmo pelo país.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CNT/SENSUS: Dilma empata com Serra, com a presenca de Ciro

Do Portal G1

Dilma empata com Serra em cenário com Ciro na disputa, diz CNT/Sensus

No 1º cenário, Serra sobe de 31,8%, em novembro de 2009, para 33,2%.
Dilma foi de 21,7% a 27,8%; Ciro Gomes (PSB) caiu de 17,5% para 11,9%.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o governador de São Paulo, José Serra, na inauguração de laboratório em Campinas. (Foto: Arquivo/Márcio Fernandes/AE)

Na corrida eleitoral pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), está tecnicamente empatada com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), quando o deputado Ciro Gomes (PSB) está na disputa, mostra pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira (1º).

Dilma cresceu pelo menos cinco pontos percentuais nos dois cenários testados pela pesquisa. O governador de São Paulo ainda lidera nas duas pesquisas estimuladas, mas a margem entre os dois diminuiu. Ela já passou o governador na pesquisa espontânea.

No primeiro cenário, Serra cresce de 31,8%, em novembro de 2009, para 33,2% em janeiro deste ano; Dilma subiu de 21,7% para 27,8%; Ciro Gomes (PSB),caiu de 17,5% para 11,9%; e Marina Silva (PV) subiu de 5,9% para 6,8%. Houve queda no total de pessoas que votam nulo ou branco (de 11,1% para 10,5%). A diferença entre os dois primeiros colocados, que era de 10,1%, caiu para 5,4%. Como a margem de erro está em 3%, os dois estão tecnicamente empatados. “Há uma intersecção da margem de erro”, disse Ricardo Guedes, do Instituto Sensus.

No segundo cenário, em que Ciro está fora da disputa, Serra fica praticamente estável, crescendo 0,2 pontos percentuais, com 40,7% em janeiro. Dilma cresce cinco pontos percentuais entre novembro e janeiro, e registra 28,5% nesta última pesquisa. Marina também cresce, de 8,1% para 9,5%, Brancos e nulos caíram de 13,8% para 11,4%.

Na pesquisa espontânea, em que não é apresentada nenhuma lista de candidatos ao entrevistado, o presidente Lula –que não pode se candidatar- registra 18,7%; logo depois, pela primeira vez, vem Dilma, com 9,5%, acompanhada de Serra, com 9,3%.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tem 2,1%; Marina, 1,6%; e Ciro, 1,2%. Outros candidatos registram todos 1,9%, e o total de brancos e nulos chega a 2,6%. Os que não souberam ou não responderam chegam a 53,1%.

Prestem atencao na espontanea: A Pesquisa CNT Sensus quis saber em quem o eleitor brasileiro votaria (em votação espontânea) para Presidente da República em 2010: Lula, 18,7%; Dilma Rousseff, 9,5%; José Serra, 9,3%; Aécio Neves, 2,1%; Marina Silva, 1,6%; Ciro Gomes, 1,2%; outros, 1,9%; branco e nulo, 2,6%.

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Instabilidade na Venezuela preocupa Brasil, que quer ampliar parcerias para conter a crise














Da Agencia Brasil

Brasília - A crise política, econômica e social na Venezuela é observada com preocupação e cautela pelos negociadores brasileiros. A orientação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é para que todos os setores se preparem para ampliar o apoio ao país vizinho e assim evitar o agravamento das tensões. O objetivo é conter o risco de desagregação e desmantelamento das instituições no governo do presidente Hugo Chávez.

Analistas internacionais avaliam que, sob pressão, a tendência é de Chávez intensificar sua campanha anti-Estados Unidos na tentativa de reduzir o foco das atenções sobre os problemas internos da Venezuela e buscar responsáveis externos para a crise. Porém, o governo brasileiro evitará conflitos e oficialmente afirmará que as questões do presidente venezuelano são de ordem interna.

Na última semana, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimermann, e o assessor especial para Asuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, seguiram para para Caracas na tentativa de ajudar o governo Chávez no setor energético. Antes, especialistas no assunto foram enviados à Venezuela. Paralelamente, o governo brasileiro amplia os estudos para mais parcerias nas áreas de pesquisas agrícolas, execução de projetos de casas populares e engenharia estratégica – como a fabricação de alumínio.

Para os observadores brasileiros, Chávez deve conter o agravamento da crise pelo menos no campo político. Segundo eles, isso deve ocorrer porque o governo venezuelano não sofre ameaças de uma oposição no Congresso Nacional ou nos estados e prefeituras. Porém, os negociadores advertem: é fundamental barrar o problema do desabastecimento no país.

Sem energia, água e com falta de alguns alimentos nos supermercados, a população é levada à revolta, afirmam os observadores brasileiros. A crise econômica foi gerada, segundo os negociadores, porque em 2002 Chávez não iniciou um processo de industrialização de base no país. O presidente optou em concentrar os investimentos no petróleo e derivados. Mas foi surpreendido com a baixa dos preços.

Para as autoridades venezuelanas, é mais viável importar do que produzir baseado no déficit na oferta de alimentos e de outros bens e serviços. Só na relação com o Brasil o governo Chávez tem um saldo de mais US$ 3 milhões – favoráveis aos brasileiros. Mas com a redução do preço do barril de petróleo no mercado, a política econômica adotada por Chávez se viu fragilizada.

Chávez foi obrigado a anunciar planos de racionamento de energia, principalmente nas grandes cidades, como Caracas e Mérica, e os venezuelanos se queixam da falta de mercadorias básicas, como leite e manteiga nas prateleiras.

Associado a isso, Chávez sofre com a permanente substituição de assessores diretos em cargos-chave. Só na última semana foram três baixas – o vice-presidente que acumulava a função de ministro da Defesa, a titular do Meio Ambiente e o presidente do Banco Central. A permanente troca de nomes leva à descontinuidade de atividades e o aumento da burocracia, afirmam os negociadores brasileiros.

Os observadores brasileiros afirmam que o clima de instabilidade no governo de Chávez costuma ter uma certa frequência. O momento considerado mais crítico, segundo os analistas, foi em abril de 2002. Na ocasião houve uma tentativa de golpe do Estado quando o presidente foi retirado do palácio do governo e levado preso para uma ilha. Depois, ele conseguiu retornar a Caracas acompanhado por uma multidão de seguidores.

A tentativa de golpe, organizada por militares de alta patente e empresários, foi causada pela decisão de Chávez de substituir o comando da PDVSA – que é a estatal venezuelana responsável pela exploração, produção e comercialização de petróleo, principal produto da balança comercial venezuelana.