sábado, 4 de setembro de 2010

O Recado de Lula para José Serra

Nenhum, mas nenhum dos candidatos têm a sabedoria de dizer a coisa certa no momento certo que o Lula tem. É impressionante! Pode-se até discordar, mas não se pode negar que ele é um grande comunicador. Sobre o vazamento da Receita o Lula contrapôs com argumentos como a tentativa de censura da internet por parte do Serra, completando que tanto ele, quanto o Candidato e quanto tantos jornalistas, hoje, já não estão mais imunes a críticas, sejam elas procedentes ou não, com o advento da internet, e que não seria ele que iria impor tal censura. E aproveitou ainda pra mandar o Serra ir para as ruas atrás de voto, que é a melhor maneira de exercer a democracia. Tipo de entrevista que você não vai ver no Jornal Nacional.




Nosso adversário deveria procurar um novo argumento. Não é possível que um homem que se diz tão preparado para presidir o país, um homem que se diz tão preparado para presidir os destinos de 190 milhões de habitantes quer que o presidente Lula censure a internet.
Ele não alertou, ele se queixou do que estava acontecendo com ele na internet. Como eu sou vitima disso há muito tempo, eu sempre achei… sabe que a internet livre tem coisa extraordinariamente séria e tem coisa que é leviana.
Até agora, não tem nada de mais que a internet publicou sobre a filha do Serra, não tem nada de mais. Tem insinuações como tem contra o presidente Lula, como tem contra a família do presidente Lula, como tem contra vocês jornalistas individualmente.
Hoje de vez em quando vocês escrevem um artigo que os internautas não gostam, vocês tomam cacete o dia inteiro e isso é uma democracia que nós precisamos aprender a respeitar. Querer que eu censure a internet não é meu papel e não vou censurar, porque briguei contra a censura a vida inteira.
Eu acho que o Serra, eu acho que o Serra precisa saber uma coisa… uma eleição a gente ganha ela convencendo os eleitores a votar na gente. Não é tentando convencer a Justica eleitoral a impugnar a adversária. Isso já aconteceu em outros tempos de ditadura militar, em tempo de democracia o seu Serra que vá para a rua, que melhore a qualidade do seu programa, que melhore a qualidade de seu programa, que faça proposta de coisas que ele quer fazer para o nosso país, que apresente soluções para o crescimento industrial.
Hoje ele deve tá com dor de cabeça porque o PIB parece que pelo IBGE vai crescer acima daquilo que os mais pessimistas previam que ia crescer, vai crescer 7 por cento. O Brasil… o Brasil… o Brasil… o Brasil… o Brasil vive um momento de ouro e eu não vou permitir que nenhuma coisa menor, nenhuma futrica menor, porque não tem nenhuma, nenhuma acusação grave contra o Serra ou contra qualquer coisa, tem as coisas da internet contra o Serra e contra todo mundo.
Então, o presidente da República tem coisa mais séria para cuidar ao invés de cuidar das dores de cotovelo do Serra.

Globonews, Receita Federal, Vazamentos e a Filha de Serra.

Muito difícil o trabalho da  Mônica Waldvogel. Primeiro porque tem que manter politizada a questão, e outra porque tem que fazê-lo desprezando o princípio da presunção de inocência. Aí convida três especialistas em direito pra tentar construir um consenso (ou mesmo um dissenso) que vá na linha da politização do escândalo, com foco em quê? Na responsabilidade da campanha da Dilma. E o que acontece? Mais uma vez quebra a cara. Desse jeito esse programa ainda sai do ar. Pra não deixar em branco o consenso se deu no fato da necessidade do controle social sobre a possibilidade do amparelhamento do Estado, contrapondo-se à chamada ditadura da maioria, observando-se que no Brasil já existe uma opinião pública crítica e uma imprensa livre, capazes de manter uma vigilância consistente sobre tais possibilidades, e que é assim que os regimes democráticos funcionam. Nessa linha de raciocínio é que a opinião pública vai concordar com a imprensa de que é preciso apurar o caso e exigir transparência da Receita Federal, mas também de que seria uma leviandade atribuir o fato, a priori, a uma manobra da campanha eleitoral da Dilma Rousseff. Não fosse assim as últimas pesquisas do IBOPE e do Data-Folha (dos dias 03 e 04 de setembro) refletiriam negativamente sobre as intenções de voto na Dilma, o que não foi o caso. Muito bom o programa.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Do Ùltimo Segundo: Tracking Vox/Band/iG: Dilma tem 51% e Serra fica com 25%

Tradicionalmente usado pelos partidos políticos, levantamento será publicado diariamente pelo iG

Na primeira medição do tracking encomendado pelo iG e pela Band ao Instituto Vox Populi, a candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, aparece na liderança, com 51% das intenções de voto. O cenário, que daria à petista a vitória no primeiro turno, mostra o adversário tucano José Serra com 25%. A candidata do PV, Marina Silva, aparece em seguida, com 9%. Outros candidatos obtiveram, juntos, 1% das intenções de voto. Brancos e nulos somaram 4%, enquanto os indecisos ficaram em 11%.


O tracking, modalidade de pesquisa tradicionalmente utilizada pelas campanhas eleitorais para identificar tendências na definição do voto, será divulgado diariamente pelo iG. Apesar de o sistema ser utilizado há mais de uma década pelos partidos políticos e campanhas eleitorais, os dados tradicionalmente não entravam no rol de divulgação dos veículos de comunicação.
O tracking Vox/Band/iG conta com 2.000 entrevistas, sendo que um quarto dessa amostra é renovada diariamente. Essa renovação permite identificar rapidamente as tendências de evolução das intenções de voto. A margem de erro do tracking é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
No tracking espontâneo, no qual os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Dilma tem 41% das intenções de voto, enquanto Serra aparece com 19%. Marina, nesse caso, tem 6%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é citado por 2% dos entrevistados. Brancos e nulos somaram 4%, não souberam ou não responderam 11%.


 

As Entrevistas no Jonal da Globo

Diferentemente do estilo "hard talk" tentado no Jornal Nacional, no Jornal da Globo o Waack foi muito mais eficiente do que o Bonner. Não houve diferenças gritantes de tratamento, embora os temas abordados, por si só,  já denotem outro tipo de abordagem. É verdade que o mensalão foi citado tanto na entrevista da Dilma, quanto na do Serra, mas se compararmos as três, a da Marina pôde ser muito mais propositiva do que a dos dois anteriores. A Dilma precisou se defender de questões como FARCs e mensalão, e o Serra aproveitou para lançar acusações infundadas baseadas numa "conveniente" indignação quanto a uma possível violação do sigilo fiscal da própria filha.Como a Dilma é "telhado" por ser governista, pro Serra ficou muito mais fácil partir para uma postura agressiva, inclusive estreando o episódio da Receita Federal. O que podemos tirar de tudo o que foi assistido? A Dilma defende, logicamente, a posição do governo, e ressaltou os avanços conseguidos na gestão Lula e que ela pretende continuar. A Marina trouxe proposições interessantes, mas não se aprofundou nos temas, até porque neste formato de entrevista o debate é muito mais opinativo do que explanador de idéias. Para ela é uma missão inglória falar de questões tão avançadas como o equilíbrio da equação sustentabilidade, produção capitalista e tamanho do Estado e fazer uma contraposição ao atual quadro de sucesso das políticas sociais e econômicas do governo. Aliás, neste último ponto ficou confuso se um Estado mais interventor era ou não necessário, ainda que ela tenha condenado o Estado, digamos, mastodôntico. Quanto ao Serra, de certa forma a entrevista serviu para o candidato inaugurar o estilo "tudo ou nada". Vai, mais uma vez, com a ajuda da velha mídia, reverberar até mais não poder a questão da Receita Federal, misturar com as "volúpias sardemberguianas" da ameaça ao estado democrático de direito, e, para fazer bastante marola, tentar cassar a candidatura da Dilma lá no TSE. É assim que o candidato vai querer reverter a tendência das pesquisas eleitorais. A tática do medo e a aposta na burrice do eleitorado brasileiro. Eles não cansam de ser repetitivos. Foi assim com a Roseana Sarney em 2002, com o Lula e o dinheiro do mensalão em 2006 e agora com este factóide muito mal explicado (e devem vir mais). Isto é que é proposição.

Marina Silva no Jornal da Globo

A Marina, na primeira etapa da entrevista, falou do grau de conhecimento que alcançou com sua campanha, o fato de discutir o Brasil, de debater diversos problemas do país e quebrar a dicotomia que ocorreria se só existissem as duas campanhas principais. Falou sobre o desenvolvimento do Acre, como os problemas de esgoto, água encanada e analfabetismo e a existência de oligarquias que prejudicam o estado e aproveitou para exemplificar comparativamente com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com as questões de favelas e educação. Sobre o aborto defendeu a adoção de um plebiscito para que se busque um debate mais equilibrado sobre o tema. Perguntada sobre parceiros preferenciais na política externa declarou que os princípios é que devem nortear esta politica, como a paz das fronteiras, negociação, relação pacífica entre os povos, defesa da democracia. No caso do Irã disse que não daria "audiência" ao Ahmadinejah, chamando-o de ditador, embora não condenasse o diálogo, censurando o fato do Presidente do Irã ter dito que riscaria Israel do mapa. Falou sobre o ensino técnico e tecnológico, destacando que hoje o Brasil importa mão de obra especializada.
Na segunda etapa falou sobre a quetão da sustentabilidade e das tecnologias de produção de energia, redução de gastos públicos combinando eficiência na aplicabilidade dos tributos arrecadados com a diminuição do desperdício, afirmando que devemos ter um estado mobilizador, eficiente e transparente, o chamado "estado necessário", dizendo que limitaria o crescimento do gasto público à metade do crescimento do PIB. Exemplificou com a atuação que teve à frente do Ministério do Meio Ambiente, quando promoveu a diminuição de desmatamentos com um orçamento reduzido. Falou em combater a cultura do "produzir mais destruindo mais" e sobre o agronegócio, afirmando que a oposição meio ambiente x desenvolvimento deve ser modificada na produção de alimentos. Entrevista positiva, não calcada em cima de factóides, e, ainda que passível de muitas críticas, bastante propositiva.

Parte 1


Parte 2

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

José Serra no Jornal da Globo

Nesta entrevista o Serra foi questionado sobre sua campanha, a fato do abandono pelos aliados nos Estados, a utilização da figura do Lula. Defendeu a atuação da oposição de forma construtiva criticando o PT como responsável por uma oposição destrutiva quando fora do governo. O Waack falou sobre o mensalão em Brasília, aí o Serra desviou a conversa para citar a questão do sigilo fiscal da filha ter sido quebrado com o fito de ser divulgado em "blogs sujos" com objetivos político-eleitorais, responsabilizando a campanha da Dilma e afirmando que trata-se de mentira a justificativa da Receita Federal (só não disse porque). Falando sobre o mensalão, afirmou que foi menor que o do PT e que todos os envolvidos foram afastados, ao contrário do partido do governo. Disse que não privatizaria mais, e falou sobre a entrega dos Correios pelo governo para fins privados. Criticou a situação do câmbio e a taxa de juros, e o déficit fiscal. O Waack acusou a ausência de programa de governo do Serra, que entregou um trecho de seu discurso de campanha no TSE. O Serra se defende afirmando que o discurso traria o seu programa de governo, com uma série do que chamou "propostas tópicas". Falou de crescimento e aumento de oferta de emprego, reduzir a carga tributária (citando o impostômetro) e a taxa de investimento governamental, afirmando ser a do Brasil a menor do mundo, não havendo investimentos. Sobre a questão da relação com os Estados estrangeiros disse que iria pressionar a Bolívia sobre a questão das drogas, reafirmando que o governo boliviano seria cúmplice com o tráfico de drogas. Falando sobre a cracolândia disse que não poderia encarcerar drogados e criaria clínicas de reabilitação. Observando a entrevista vemos que a estratégia de questionar sobre programa de governo ficou em segundo plano - o próprio Waack questionou este fato. E isto foi bom para o Serra, que não tem muito o que dizer sobre este aspecto, facilitando a sua tática de ataques à campanha da Dilma, inclusive com denúncias sem provas.

Parte 1



Parte 2

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dilma no Jornal da Globo

A Dilma está mais a vontade nesta forma de sabatina. Os apresentadores insistiram na possibilidade de nomes num futuro governo, principalmente no que se refere ao nome de José Dirceu. A Ministra se esquivou e, corretamente, afirmou qua não discutiria nomes em respeito aos eleitores, até porque não estaria eleita. Neste ponto citou o fato de que um ex-Presidente (sem nomear FHC), sentou antes da hora na cadeira de um governo e terminou por não se eleger. Interessante o colóquio entre ela e o William Waack ali na altura dos 4min30s da primeira parte do vídeo (acho que o Waack levou um "punch"). Falou do vazamento da Receita Federal e ponderou que não há provas contra a sua campanha, além de lembrar que a própria candidatura oposicionista estaria envolvida com vazamentos e grampos, lembrando alguns casos conhecidos e esquecidos da velha mídia. Outra questão, levantada pelo Waack, foi a afirmação do Presidente Lula, ao comparar presos de consciência em Cuba com bandidos do PCC em São Paulo, contra a qual a candidata contra-argumentou com o fato de que o Presidente fora um dos colaboradores nas tratativas que resultaram na soltura de presos políticos naquele país. Quanto às FARCs, saiu-se muito bem defendendo a importância do diálogo e que o próprio Ministro da Defesa da Colômbia dialogou com a organização criminosa. Falou da ocupação de cargos no governo por técnicos e não-técnicos, investimentos públicos. Aos 4min25s da segunda parte perdeu a paciência com os números apresentados pela Cristiane Pelajo, embora tenha admitido que os investimentos públicos ainda estão aquém do desejado. Interessante como ela se sai bem nesta questão de números, mas muito mais como técnica. Neste ponto ela vai falar para um público bem restrito. Coisas como ajuste fiscal e redução de gastos. Muito boa a entrevista.

Parte 1


Parte 2

O Crescimento do PIB Brasileiro e o Porquê da Oposição estar Atônita.

Notou que a Velha Mídia já não se detém muito nos números do PIB ou do crescimento da econcomia brasileira? O foco agora é nos dossiês ou vazamentos da Receita Federal. Não que isto não seja notícia, tampouco que não seja importante num ano eleitoral. Mas foco por foco, este atende mais aos interesses do consórcio midiático-político em exaustão. Acontece que o fato da economia brasileira estar num momento ímpar da sua história deveria ser também motivo de louvor e atenção. Isto porque seria importante para a população em geral saber o porquê deste momento e como mantê-lo sem que caiamos no famoso e tenebroso "vôo de galinha". As informações do gráfico a seguir revelam o quanto o Brasil está bem na fita. Atrás apenas da China e da Índia, países com mais de "bilhão" de habitantes. O feito se torna mais espantoso quando nos apercebemos que nosso país está crescendo com distribuição de renda e preocupação com o meio ambiente. Mas tudo bem. O que a população não vê nos telejornais ou revistas ou  jornalões ela sente no dia-a-dia. E aí vá explicar para a Oposição o porquê do Lula estar bem perto de eleger aquilo que eles chamaram de "poste".



Vá ao pdf do "Economia Brasileira em Perspectiva" do Minstério da Fazenda para saber mais.