Muito difícil o trabalho da Mônica Waldvogel. Primeiro porque tem que manter politizada a questão, e outra porque tem que fazê-lo desprezando o princípio da presunção de inocência. Aí convida três especialistas em direito pra tentar construir um consenso (ou mesmo um dissenso) que vá na linha da politização do escândalo, com foco em quê? Na responsabilidade da campanha da Dilma. E o que acontece? Mais uma vez quebra a cara. Desse jeito esse programa ainda sai do ar. Pra não deixar em branco o consenso se deu no fato da necessidade do controle social sobre a possibilidade do amparelhamento do Estado, contrapondo-se à chamada ditadura da maioria, observando-se que no Brasil já existe uma opinião pública crítica e uma imprensa livre, capazes de manter uma vigilância consistente sobre tais possibilidades, e que é assim que os regimes democráticos funcionam. Nessa linha de raciocínio é que a opinião pública vai concordar com a imprensa de que é preciso apurar o caso e exigir transparência da Receita Federal, mas também de que seria uma leviandade atribuir o fato, a priori, a uma manobra da campanha eleitoral da Dilma Rousseff. Não fosse assim as últimas pesquisas do IBOPE e do Data-Folha (dos dias 03 e 04 de setembro) refletiriam negativamente sobre as intenções de voto na Dilma, o que não foi o caso. Muito bom o programa.
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