quinta-feira, 2 de setembro de 2010

As Entrevistas no Jonal da Globo

Diferentemente do estilo "hard talk" tentado no Jornal Nacional, no Jornal da Globo o Waack foi muito mais eficiente do que o Bonner. Não houve diferenças gritantes de tratamento, embora os temas abordados, por si só,  já denotem outro tipo de abordagem. É verdade que o mensalão foi citado tanto na entrevista da Dilma, quanto na do Serra, mas se compararmos as três, a da Marina pôde ser muito mais propositiva do que a dos dois anteriores. A Dilma precisou se defender de questões como FARCs e mensalão, e o Serra aproveitou para lançar acusações infundadas baseadas numa "conveniente" indignação quanto a uma possível violação do sigilo fiscal da própria filha.Como a Dilma é "telhado" por ser governista, pro Serra ficou muito mais fácil partir para uma postura agressiva, inclusive estreando o episódio da Receita Federal. O que podemos tirar de tudo o que foi assistido? A Dilma defende, logicamente, a posição do governo, e ressaltou os avanços conseguidos na gestão Lula e que ela pretende continuar. A Marina trouxe proposições interessantes, mas não se aprofundou nos temas, até porque neste formato de entrevista o debate é muito mais opinativo do que explanador de idéias. Para ela é uma missão inglória falar de questões tão avançadas como o equilíbrio da equação sustentabilidade, produção capitalista e tamanho do Estado e fazer uma contraposição ao atual quadro de sucesso das políticas sociais e econômicas do governo. Aliás, neste último ponto ficou confuso se um Estado mais interventor era ou não necessário, ainda que ela tenha condenado o Estado, digamos, mastodôntico. Quanto ao Serra, de certa forma a entrevista serviu para o candidato inaugurar o estilo "tudo ou nada". Vai, mais uma vez, com a ajuda da velha mídia, reverberar até mais não poder a questão da Receita Federal, misturar com as "volúpias sardemberguianas" da ameaça ao estado democrático de direito, e, para fazer bastante marola, tentar cassar a candidatura da Dilma lá no TSE. É assim que o candidato vai querer reverter a tendência das pesquisas eleitorais. A tática do medo e a aposta na burrice do eleitorado brasileiro. Eles não cansam de ser repetitivos. Foi assim com a Roseana Sarney em 2002, com o Lula e o dinheiro do mensalão em 2006 e agora com este factóide muito mal explicado (e devem vir mais). Isto é que é proposição.

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