segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Lula nao e Bachelet

Com a vitoria do candidato de centro-direita no Chile parte da midia brasileira festejou aquilo que poderia ser o fim da tese da transferencia de votos entre politicos bem avaliados e seus candidatos. Isto porque Eduardo Frei nao se beneficiou da boa avaliacao do governo Bachelet a ponto de ter conseguido ser eleito. Ha tambem o fato de que Bachelet nao se animou muito em defender a candidatura do ex-presidente a ponto de se entregar de corpo e alma, so entrando na reta final da campanha. O que nao ocorre com Lula que se empenha pela sua candidata e sim, deve forcar a polarizacao do discursso do seu governo com o dos tucanos, representados pelos 8 anos de FHC, embora estes corram da comparacao como o diabo da cruz. Dessa forma as baterias serao focadas contra Dilma Roussef, como no caso da entrevista do Sergio Guerra nas paginas amarelas da revista Veja, chamando-a de dissimulada e mentirosa, alem de prometer acabar com o PAC. Recebeu o troco do presidente Lula que em reuniao fechada deixou vazar o que ele acha do Presidente do PSDB. E porque os tucanos querem fugir da polarizacao? Porque, embora repetindo alguns erros do governo FHC, o governo Lula tem se destacado em outras areas que estao, hoje, fazendo a diferenca no que se refere a melhoria de toda a sociedade brasileira. Como bem destacou o escrvinhador Rodrigo Viana no seu site, Lula tem quatro marcas que ajudam a delimitar essas diferencas, tornando-as mais nitidas e dramaticas a seu favor:

- politica externa independente (com reflexos na economia, por isso não sofremos tanto na crise; o Brasil já não tira os sapatos nem depende tanto dos EUA);

- diiálogo com os movimentos sociais (ao contrário dos tucanos e seus alidos da imprensa, que detestam sindicatos e povo mobilizado, Lula dialoga e respeita centrais sindicais e todo o movimento organizado);

- fortalecimento do papel do Estado (com fim das privatizaçoes, aumentos salariais para o funcionalismo, fortalecimento dos bancos púplicos e estatais; tudo isso teve papel fundamental na hora de enfrentar a crise);

- políticas sociais massivas (Bolsa-Família, recuperação do salario-mínimo).

E o que ele (o Rodrigo Viana) considera o calcanhar de aquiles do projeto tucano. Tem tambem a questao de acabar com o PAC. Se isto for verdade, acabar por acabar, vai atrapalhar a vida de muito empreiteiro e deixar muita obra em suspenso, atrasando cronogramas e aumentando ainda mais aquilo que e um dos grandes problemas do pais: os gargalos de infra-estrutura. Foi uma bola fora do Sergio Guerra que nao esta necessariamente em vantagem neste jogo, o que pode tornar o sonho do Planalto ainda mais longe da oposicao.

Leia mais no Rodrigo Viana

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