Depois que se viu, nas páginas amarelas da Veja, o diretor do IBOPE, o Sr. Augusto Montenegro, dizer com todas as letras que a ministra Dilma Rousseff não se elegeria, jogou-se uma sombra de suspeita sobre o instituto. Declaração não condizente com quem comanda um instituto de pesquisa. Agora, segundo página do TSE, a pesquisa divulgada pelo IBOPE encontra-se em situação de "impugnada" (http://www.tse.gov.br/sadAdmPesqEleConsulta/procPesquisa.jsp). É necessário que se vejam as razões e se elas serão aceitas pela Corte Eleitoral. Mas fica a anotação.
Mas há uma outra situação interessante: Observemos a questão da pesquisa espontânea. Notem a diferença entre os institutos Datafolha e CNI/IBOPE, tendo-se em mente que esta última foi realizada menos de 15 dias depois da do Datafolha. As tabelas foram retiradas do blog Tijolaço do Brizola Neto que arremata com o seguinte argumento:
O número de pessoas que, espontâneamente, dizem que “vão votar no Lula” pula para cima. Chega a 20%, o dobro do que diz o Datafolha ou, estatisticamente, uma diferença de 100%. Curioso é que as menções espontâneas a Dilma também crescem, atingindo 14%. A soma de Lula + Dilma dá 34%, contra 20% do Datafolha ou, se conderarmos também a referência ao “candidato do Lula, 24%.
Variar um, dois, três por cento – se os números são altos – é totalmente possível. Não foi essa a explicação que deram para finalmente reconhecerem que margem de erro não é um valor absoluto?
Mas como explicar uma variação destas na resposta espontânea em favor de Lula, que dobra? Ou da soma dos campos políticos, que varia quase 50% (24% Datafolha x 34% Ibope)?
Num país sério, a Justiça Eleitoral estaria auditando estas pesquisas. Mas não, os resultados saem uma semana depois, e uma semana depois você não pega nem tartaruga manca.
Não sei se este seria o motivo da impugnação da pesquisa do IBOPE, mas, infelizmente, fica a constatação de que até pesquisa eleitoral sofre da pecha de desonestidade neste país.
Atualização às 11h40 - A impugnação foi impetrada pelo PRTB por não ter, a pesquisa, incluído o candidato do partido, o Sr. Levy Fidelix, e foi indeferida pelo ministro auxiliar Aldir Passarinho Júnior.(Clique aqui para ir ao push do TSE - prot. 5429-2010)
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