sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O G20 e Rodada de Doha













Do Portal Terra

Comércio exterior
G20 pode ajudar a concluir rodada de Doha, diz Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ter reabilitado suas esperanças de conclusão da rodada de Doha ao constatar o consenso de líderes mundiais na conferência do clima em Copenhague.

O ministro aposta na força do grupo das vinte maiores economias do planeta, o G20, e na "vontade política" dos Estados Unidos para destravar o impasse entre nações ricas e em desenvolvimento.

"A maneira como se avançou em Copenhague mostra que é possível (...). Quando os líderes dos países mais importantes se sentam em torno de uma mesa para atacar os problemas, eles têm condição de resolver", disse o ministro.

"Concluir a rodada de Doha é inevitável, inexorável. A questão é em quanto tempo a gente conclui e qual custo a gente vai ter por adiar essa discussão."

Criada em 2001 para diminuir as barreiras comerciais no mundo, a rodada de Doha sobrevive até hoje sem consenso. Não há acordo em sua principal controvérsia: os subsídios agrícolas dados pelos países desenvolvidos.

A crise financeira internacional acabou jogando contra. As chances de sucesso nas negociações caíram dramaticamente no período mais agudo de retração mundial, sobretudo pelo temor dos EUA e da União Européia de que concessões na área agrícola estimulassem o desemprego.

"O presidente dos Estados Unidos, institucionalmente, é muito poderoso. Se houver vontade política, eu acho que é possível", afirmou Amorim.

"Os líderes do G20 poderiam nos ajudar a concluir a rodada de Doha mostrando vontade política", disse ele.

Câmbio
Amorim vê ainda outro papel do G20, o de estimular o fluxo de crédito no planeta.

"Acho que tem que continuar tendo o papel no sentido de aumentar o crédito sobretudo ao comércio entre os países em desenvolvimento", disse.

Por outro lado, não exerga com entusiasmo a possibilidade do grupo discutir regime cambial. Economias européias - como a França e outros países que adotam câmbio flutuante - reclamam que a China vem mantendo sua moeda artificialmente barata, tornando injusta a competição de preços.

"O G20 pode sempre discutir regime cambial, agora não sei se é melhor fazer isso informalmente, bilateralmente, em consultas, porque é uma questão muito delicada. Eu penso que ainda não estamos preparados (para discutir isso)."

Futuro governo
Amorim disse confiar na eleição da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao comando do país e na continuidade da política externa desenhada ao longo dos últimos sete anos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Regente da diplomacia brasileira, afirma que o maior desafio do próximo governo é fortalecer a integração da América do Sul.

"Quem quer que seja eleito, vai ter que lidar com essa realidade muito importante, que se exprime por fatos", afirmou.

Recém-filiado ao PT, faz mistério sobre seu futuro político. Inicialmente, não pretende disputar cargo eletivo. "De qualquer forma, tenho até março para decidir". Para concorrer nas eleições de outubro, é preciso se desincompatibilizar do cargo até seis meses antes

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