terça-feira, 12 de janeiro de 2010

E a Velha Midia leva um pito pelo PNDH...


E o Jornal da Band veio com mais esta (na figura de quem?): “é o mais grave atentado à democracia desde o fim do regime militar”. Muitos estao insatisfeitos pelos rumos que foram tomados pela cobertura da velha midia sobre o PNDH-3. A questao da honestidade volta a tona e cada vez mais vozes se juntam contra esta insanidade que e se colocar interesses proprios sempre acima da informacao. Entao que nao se faca jornalismo! Va-se para o campo da politica partidaria, que e o lugar certo para este tipo de embate. Mas no campo da informacao, ou voce se estabele com sua credibilidade, ou acaba sendo substituido por fontes mais confiaveis, que pelo menos estimulem o debate, o confronto de ideias. Este texto do Alberto Dines, do Observatorio da Imprensa, resume bem o sentimento sobre o fato:

DIREITOS HUMANOS
Os fanáticos ensandecidos


Por Alberto Dines em 11/1/2010

Comentário para o programa radiofônico do OI, 11/1/2010

Mais uma vez a mídia se afoba, se atrapalha e acaba passando para a sociedade informações enganosas.

Quando o governo apresentou o 3º Programa de Defesa dos Direitos Humanos, em 21 de dezembro, a grande imprensa comportou-se com naturalidade: não fechou a questão nem investiu contra a instalação de um grupo de trabalho que criará a Comissão da Verdade para investigar episódios de tortura, morte e desaparecimento ocorridos durante o regime militar.

Jornalões deram cobertura à posição do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que fecha com os militares, mas também acolheu protestos e manifestações individuais e coletivas contra a tentativa de sepultar o passado.

Tudo levava a crer que se tratava de um debate democrático e responsável.

A grande imprensa, apesar das atuações geralmente conservadoras, é sensível às denúncias a respeito das violências nos Anos de Chumbo. Talvez para aliviar consciências culpadas, de qualquer forma como prova de sua maturidade. Exemplo foi a publicação na página de opinião do Globo, na sexta-feira (8/1), do veemente protesto do cineasta Sílvio Tendler contra as atuais posições do ministro Jobim.

Ano novo

De repente, entra em cena a famigerada ANJ – Associação Nacional de Jornais, que foi pinçar no novo programa de direitos humanos uma antiga reivindicação que relaciona direitos humanos com qualidade de programação da mídia eletrônica. Sua parceira, a Opus Dei, aproveitou para fazer onda contra o item que reforça o Estado laico e proíbe símbolos religiosos dentro – repito dentro – de prédios públicos.

De repente, o que parecia um debate racional converteu-se em cruzada ensandecida e fanática. A mídia deixou de lado a sua função de mediar e partiu para uma escancarada pressão lobista. Nesta transmutação esqueceu que o 3º PNDH de Lula é uma continuação dos anteriores apresentados nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso, em 1996 e 2002. E ambos tinham a mesma abrangência do programa de Lula.

Quando José Gregori ocupava a Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, participou de diversas edições do Observatório da Imprensa na TV, quando se tratou pela primeira vez de estabelecer uma conexão entre a baixaria televisiva e os atentados aos direitos humanos (ver aqui).

O ano novo já começou, porém as corporações da mídia comportam-se como no ano passado. De triste memória.

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