E interessante observar os movimentos em torno deste assunto. Fontes, com a AIEA, confirmam que o enriquecimento do uranio no Ira e modesto. O Brasil defende o dialogo e um grupo de paises do primeiro mundo exigem um maior controle sobre o programa nuclear iraniano, pregando o endurecimento das relacoes com aquele pais. A questao e: ate que ponto esta politica independente do Brasil trara dividendos, principalmente para quem esta buscando um assento permanente no Conselho de Seguranca da ONU? Ainda que seja legitimo para um pais soberano dominar o cilco do uranio para fins pacificos, em termos de politica internacional, seria legitimo ao Ira, sabendo do esforco do Pres. Ahmadinejah em permanecer como um elemento de conflito numa regiao especialmente sensivel do planeta?
da Folha de S. Paulo, em Genebra
Luciana Coelho
A França minimizou ontem a posição brasileira sobre o programa nuclear do Irã disse que continuará a "trabalhar com seus parceiros" para fortalecer as medidas que visam dissuadir Teerã da ideia de enriquecer urânio por conta própria.
Não ficou claro se o Brasil estaria ou não entre eles, já que os dois países estreitaram a aliança nos últimos meses e se dizem parceiros estratégicos.
Indagado durante entrevista coletiva transmitida pela internet sobre o que Paris pensava da posição do chanceler Celso Amorim e o que faria para persuadir o parceiro a aceitar punir Teerã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bernard Valero, evitou mencionar diretamente o país.
Mas refutou a ideia de Amorim de que deve haver mais tempo para o diálogo, sem sanções. Nos últimos dias, a Rússia, que compartilhava da mesma posição do Brasil, recuou.
"Até este momento, o Irã não respondeu às múltiplas ofertas de diálogo e cooperação que lhe foram colocadas", respondeu Valero. "Nessas condições, e segundo a abordagem dupla promovida pelo P5 +1 [China, Rússia, EUA, Reino Unido, França e Alemanha], que se baseia no diálogo e na firmeza, não nos resta outra opção hoje que não seja trabalhar com nossos parceiros para reforçar essas medidas."
Em Paris, a Chancelaria evita declarações sobre a divergência de opiniões, evidente. Em Genebra, porém, diplomatas afirmam que ela não está entre as preocupações centrais do governo francês, e os dois lados negam contatos.
O Brasil tem debatido a questão iraniana com os EUA, que lideram a pressão para a imposição de novas sanções. Mas Brasília mantém a posição de que é preciso mais tempo para o diálogo. Da forma como as coisas se delineiam hoje, apurou a Folha, o Brasil deve optar pela abstenção na votação no Conselho de Segurança.
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