terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O PV e a Realpolitik

Muitos acusam o PT de ter se entregue muito facilmente ao jogo do poder, fazendo alianças espúrias com personagens que representam o que de mais atrasado existe na política brasileira. Decepcionaram-se pelo fato de, não com uma certa inocência, terem sempre encarado o Partido dos Trabalhadores como um "baluarte da decência e da ética", e assim, jamais poderiam admitir a possibilidade de tais alianças. Esqueceram que, sob este ponto de vista, o PT ou qualquer outro partido jamais chegariam ao poder ou, no mínimo, permaneceria nele, a não ser que o exercece por outros meios que não fosse o da nossa imperfeita democracia. A verdade é que no mundo da "realpolitik", em face do nosso sistema político e da nossa cultura política, essas alianças são necessárias e representam, ainda que a contragosto, o que temos de representações populares legítimas, mesmo que exercidas por oligarcas tacanhos ou marginais travestidos de políticos, que ali chegaram por força das urnas. Resta-nos torcer para que a maturidade política de nossas instituições e da população expurguem esses elementos e tornem o sistema político mais palatável, por ser mais identificado com o interesse público e de toda uma nação. Mas a decepção foi maior e levou muitos dos eleitores de opinião para alternativas como a Marina Silva, recém saída do PT e hoje no PV. Mas, ora vejam só, até o PV de Marina Silva tem projeto de poder e a sua realpolitik.

Do Portal UOL

Gabeira fecha acordo com DEM e PSDB para enfrentar Cabral
SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, no Rio

PV, PSDB, DEM e PPS formalizaram acordo ontem para ter o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) como o candidato da aliança ao governo do Rio. O ex-prefeito Cesar Maia, do DEM, deverá concorrer ao Senado.
A decisão sobre a chapa foi tomada à tarde em reunião de lideranças locais dos quatro partidos no apartamento do ex-governador Marcello Alencar (PSDB), no Rio.
Ficou acertado que Gabeira terá um tucano como candidato a vice-governador, possivelmente o ex-deputado federal Márcio Fortes. O DEM indicará um candidato ao Senado. O PPS, o outro.
Gabeira disse à Folha, por telefone, que desistiu de concorrer ao Senado porque a coalizão não tinha outra alternativa para disputar a sucessão do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
"Ficou difícil para mim sair de uma eleição [para prefeito do Rio, em 2008] com 1,5 milhão de votos e apoiar qualquer candidato. Disse aos partidos coligados que se sentissem confortáveis, pois eu sairia para disputar o governo", afirmou.
Cesar Maia representou o DEM no encontro. Prefeito do Rio por três mandatos, ele, desde o início das discussões repetia não ter interesse em concorrer ao governo estadual -queria o Senado.
O outro concorrente ao Senado pela aliança ainda não foi indicado pelo PPS. A ex-deputada Denise Frossard é o nome com maior visibilidade no partido.
Na eleição para o governo estadual, Gabeira, além de Cabral Filho, enfrentará o ex-governador Anthony Garotinho, já lançado candidato por seu partido, o PR. Assim como Cabral, Garotinho afirma que vai apoiar Dilma Rousseff (PT) ao Planalto.

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