sábado, 13 de fevereiro de 2010

Lula e Piñera analisam proposta conjunta de apoio ao Haiti

Renata Giraldi

Agência Brasil

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, deverão propor que os países próximos ao Haiti colaborem para instalar uma sede civil do poder em Porto Príncipe (capital haitiana) em apoio ao governo local. A proposta deverá ser apresentada por Lula e Piñera durante reunião com os chefes de Estado em Cancún, no México, nos próximos dias 22 e 23 – quando ocorre a série de encontros do Grupo do Rio.

A ideia surgiu ontem (12) durante conversa entre o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e Piñera, em Santiago (capital do Chile). A proposta de criar um centro de proteção civil como apoio para a sede de governo do presidente do Haiti, René Préval, é uma tentativa de colaborar na recomposição das instituições públicas haitianas - 13 prédios de ministérios foram destruídos em decorrência do terremoto do último dia 12.

Mesmo sem ter tomado posse, Piñera participará das reuniões do Grupo do Rio. O convite foi feito pela atual presidente do Chile, Michelle Bachelet, em uma indicação de que a transição política no país será sem traumas. A eleição de Piñera, de centro-direita, pôs fim a duas décadas da esquerda no poder.

A parceria entre Lula e Piñera, para colaborar com o governo Préval, será uma demonstração para a comunidade internacional de que as divergências ideológicas não podem se sobrepor às ações conjuntas, afirmam os diplomatas que acompanham as negociações. Lula enviou Amorim a Santiago para informar que o Brasil quer ampliar as relações comerciais e políticas com o Chile.

Na conversa com Amorim, Piñera elogiou os programas esportivos desenvolvidos no Brasil. Segundo o chileno, ele quer contar com acordos bilaterais nessa área para estimular o esporte e hábitos saudáveis em seu país.
O terremoto no Haiti ocorreu há um mês, completado ontem (12). O Senado brasileiro aprovou o envio imediato de mais 900 militares, dos quais 750 pertencem ao Batalhão de Infantaria e 150 ao da Polícia do Exército. Esses homens, no entanto, ainda não chegaram ao Haiti. O Brasil vai dispor ainda de uma reserva de 400 homens que serão enviados em situação de revezamento. Atualmente há 1.266 militares brasileiros atuando no país.

Pelos dados oficiais do governo do Haiti, aproximadamente 230 mil pessoas morreram em consequência do terremoto. Os números, segundo especialistas, são semelhantes aos registrados no tsunâmi que atingiu a região do Oceano Índico em 2004 , quando houve 250 mil mortos.

No Haiti, as dificuldades podem se agravar com a chegada do período de chuva. A União Europeia sugeriu o envio de uma missão militar para estabelecer abrigos temporários para as pessoas que perderam suas casas.

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