sexta-feira, 26 de março de 2010

Lula defende o diálogo, o desarmamento e a preservação do meio ambiente em encontro com reis da Suécia

Do Mídiacon News


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou hoje (24) sua defesa pelo diálogo e pela não proliferação de armas. A reação de Lula ocorre no momento em que há um movimento internacional para impor sanções ao Irã por suspeitas de que seu programa nuclear tem objetivos bélicos. O Irã, entretanto, não foi citado diretamente. O presidente fez seu discurso durante o brinde aos reis da Suécia Carl XVI Gustaf e Silvia.

"O mundo que queremos só será possível pela defesa intransigente da democracia e do multilateralismo, do diálogo sobre a força, do desarmamento e não proliferação, da preservação do meio ambiente e do respeito aos direitos humanos", disse Lula, no brinde durante almoço no Itamaraty.

No caso do Irã, o Brasil defende a busca pelo diálogo com o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad e não a definição de sanções, como querem os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Inglaterra e outros países. Para o governo brasileiro, os iranianos têm direito de desenvolver seu programa nuclear desde que os fins sejam pacíficos.

Ao citar o economista já morto Celso Furtado, o presidente lembrou que o "subdesenvolvimento não é uma fatalidade", mas resultado de uma junção de fatores. Como o rei sueco, Lula se disse um defensor da preservação do meio ambiente. Segundo Lula, é fundamental a parceria para reduzir a emissão de gases e vencer o desafio da mudança climática.

"Estou convencido de que a Suécia e o Brasil têm um papel decisivo a desempenhar na COP-16 <16ª Conferência das Partes das Nações Unidas para Mudanças Climáticas>, no México, ainda este ano. Com iniciativas inovadoras em energia renovável, limpa e eficiente, estamos apontando que direção seguir", disse ele.

Desde a última segunda-feira (21), os reis suecos visitam o Brasil acompanhados dos ministros da Saúde e Assuntos Sociais, Göran Hägglund, e da Defesa, Sten Tolgfors. A visita é a retribuição de viagem feita por Lula à Suécia, em 2007.

O comércio bilateral entre Brasil e Suécia passou de US$ 900 milhões, em 2003, para US$ 2,3 bilhões, em 2008. Cerca de 200 empresas suecas estão no país atualmente e geram aproximadamente 50 mil empregos.

Rei da Suécia defende parceria
O rei Carl XVI Gustaf ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ampliar as parcerias de cooperação dos setores de defesa militar, tecnologia, educação e meio ambiente. Atualmente o governo brasileiro analisa a proposta sueca para a venda de aviões-caça. Os suecos disputam com os franceses e norte-americanos a exportação de 36 aeronaves. Mas o assunto não foi diretamente mencionado.

"Eu estou confiante na parceria estratégia entre Suécia e Brasil", afirmou o rei retribuindo o brinde oferecido pelo presidente Lula no almoço no Itamaraty. "Estamos ansiosos pela visita à Embraer , em São José dos Campos , e a possibilidade de cooperação entre os dois países na área da Aeronáutica", disse.

Em abril, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deve concluir um relatório técnico sobre a compra dos 36 aviões caças. O Ministério da Defesa analisa as propostas apresentadas pelas três empresas finalistas: a sueca Saab, fabricante do modelo Gripen NG; a norte-americana Boeing, responsável pelo caça F-18 Super Hornet, e o consórcio Rafale International, liderado pela francesa Dassault.

A expectativa é que depois de analisar o relatório técnico encaminhado por Jobim, o presidente Lula convoque o Conselho de Defesa Nacional. No governo não há consenso sobre qual das três propostas seria a ideal. Para setores das Forças Armadas, a transferência tecnológica dos franceses supera a apresentada pelos demais concorrentes.

Amanhã (25), os reis Carl XVI Gustaf e Silvia estarão em São Paulo onde visitam a sede da Embraer. Também têm encontro com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Vale Soluções em Energia. O rei também participará de Seminário sobre Cooperação Tecnológica e Industrial bilateral.

Os reis encerram a visita ao Brasil no próximo fim de semana, quando irão a São Gabriel da Cachoeira, São Joaquim e Manaus - no Amazonas. O rei elogiou a iniciativa brasileira para combater a destruição da Amazônia e os esforços para o desenvolvimento de ações de defesa do meio ambiente e também dos direitos humanos.

Fonte: Renata Giraldi - Agência Brasil

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