Agência EFE
Washington
Via Opera Mundi
Deputados democratas que votaram a favor da reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos receberam ameaças de morte e foram alvo de ataques, de acordo com o o jornal norte-americano Politico.
"Você é um homem morto; sabemos onde você vive e vamos te encontrar", diz uma das mensagens recebidas por Bart Stupak, de Michigan, segundo o Politico. O deputado, um católico antiaborto, fez um acordo com a Casa Branca mediante o qual o presidente norte-americano, Barack Obama, ofereceu uma ordem executiva que proíbe o uso de fundos públicos para a prática do aborto, salvo em casos de incesto, estupro ou gravidez que coloque a saúde da mulher em risco.
Stupak afirmou ontem em comunicado que a medida "tem o peso da lei" e defende o princípio "sagrado da vida". Ele citou como exemplo a ordem executiva que autorizou a emancipação dos escravos negros em 1863. O legislador também assinalou que uma medida executiva assinada pelo ex-presidente americano George W. Bush em 2007 restringiu as pesquisas com células-tronco embrionárias.
Vários líderes republicanos e conservadores continuam atacando a ordem executiva, dizendo que ela tem não tem peso porque pode ser modificada a qualquer momento e só foi uma manobra para conseguir o voto dos indecisos ou dos que até pouco antes da votação se opunham à reforma.
O Político também disse que os escritórios de Louise Slaughter, de Nova York e o da legisladora Gabrielle Giffords, no Arizona, foram alvo de ataques. Slaughter, presidente do Comitê de Regras da câmara baixa, disse ao Politico que seu escritório recebeu uma ligação anônima advertindo que seriam enviados franco-atiradores "para matar os filhos dos legisladores que votaram a favor da reforma".
Na semana passada, os detratores da nova lei utilizaram fotos das duas filhas do democrata Steve Driehaus, de Ohio, em um artigo de opinião para pressioná-lo a votar contra a medida.
Oposição conservadora
Driehaus e outros democratas culpam os republicanos por "incentivar" os elementos mais extremistas do movimento conservador, que prometeu lutar até o fim para impedir a reforma do sistema de saúde nos tribunais.
Ontem, 14 promotores gerais, todos republicanos, entraram com processos em tribunais federais para revogar a reforma, argumentando que ela viola a Constituição e a autoridade dos governos estaduais. Entre os processos, 13 vieram da Flórida, enquanto o da Virgínia foi instaurado em Richmond, capital desse estado.
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