Do Terra Magazine
Por Bob Fernandes
Às 11h55, no primeiro ato inauguração da Cidade Administrativa Tancredo Neves, de Minas Gerais, presentes o governador José Serra e a cúpula do PSDB. Milhares de convidados atropelam o ritual tucano e gritam:
- Aécio presidente! Aécio presidente!.
Na sequência do coro, o badalar de sinos anuncia o início da cerimônia. A festa, numa manhã de chuva fina, se dá sob o vão livre projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Às 11h, ainda não havia começado. De três a seis mil presentes, segundo as estimativas variáveis de sempre. Em sucessivas camadas, os convidados, de acordo com a importância política e social. Nas primeiras filas, os poderes. Lá no fundo os operários da Cidade e o botons com a inscrição na camisa: "Eu construí".
No corredor, entre as duas fileiras de convidados com direito à proximidade do palco, manifestações. O prefeito de Duque de Caxias, Zito (PSDB-RJ), diz sobre Serra:
-Encontramos com ele, íamos almoçar e nada. O cara é gelado. Imagine quando era ministro.
Às 11h25, a profusão de telefonemas ligados embanana as linhas ligeira pane dos telefones.
Às 11h34, o cerimonial pede que se esvazie o corredor entre as duas filas de cadeiras, onde se sentam cerca de 500 convidados "vips". Vem a suplica: -Por favor, esvaziem o corredor, que o governador está vindo com o cortejo.
No palco, ao fundo, um telão eletrônico com a bandeira de Minas. Entre a platéia ecumênica, o vice-presidente José Alencar, o presidente do STF Gilmar Mendes, os senadores Eduardo Azeredo, Álvaro Dias, Tasso Jereissati, Pedro Simon, Wellington Salgado (vulgo Cabelo), os governadores Luiz Henrique, Teotônio Vilela Filho e Yeda Crusius, os deputados Michel Temer, José Anibal, Ronaldo Caiado, Rodrigo Maia, Henrique Alves e ACM Neto, grandes empresários, os ex-ministros Francelino Pereira (DEM) e Ibrahim Abi-Akel.
Os tucanos Aloysio Nunes Ferreira, vice-governador de São Paulo, e Geraldo Alckmin chegam juntos. Antonio Anastasia, o vice-governador mineiro e candidato de Aécio a sucede-lo, é recebido com uma explosão de palmas. O avanço desenfreado para abraços e apertos de mão dá mostras de seu prestígio na Cidade que ajudou a pensar e construir. De costas para Aloysio Nunes, o presidenciável Ciro Gomes troca figurinha com José Alencar.
O centro administrativo do governo mineiro foi projetado por Niemeyer. Até fim de outubro, mais de 16 mil servidores públicos atualmente distribuídos em 53 endereços de Belo Horizonte serão transferidos para a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves (veja aqui os detalhes).
A atriz Christiane Torloni, depois de rogar pela desocupação do corredor central, apresenta a cerimônia. Às 12h20, à capela, Fafá de Belém canta o Hino Nacional.
12h27. O governador Aécio Neves cumprimenta operários, põe um capacete e volta a ser saudado por novo coro de:
-Aécio presidente!. Aécio presidente!
Telão ao fundo mostra imagens do avô, Tancredo, nas campanhas pela eleição Diretas e na indireta, em 1984. No palco, Milton Nascimento entoa o hino daqueles tempos, "Coração de Estudante".
Extraordinários
Depois de saudar os "anônimos e anônimas como os verdadeiros donos da festa", senadores e deputados e governadores, Aécio Neves derrama-se em adjetivos para acarinhar José Alencar e Itamar Franco. De Serra, diz: -O governador de São Paulo José Serra, grande companheiro desta e de outras lutas.
Em seguida, saca adjetivos para "o amigo, companheiro extraordinário, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral". Do mesmo alforje de adjetivos tira um "extraodinário exemplo" para Ciro Gomes.
Aécio Neves usa "extraordinário" também para qualificar o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), com quem fez parceria em 2008 e, em sociedade com o Partido dos Trabalhadores, elegeu Márcio Lacerda (PSB). Pimentel é pré-candidato ao governo mineiro.
A festa chega ao fim. Sob aplausos, Aécio Neves conclui: - Minas é minha casa, minha causa, meu chão, minha pátria
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