Por Patrick Markey
BOGOTÁ (Reuters) - A Corte Constitucional da Colômbia declarou ilegal nesta sexta-feira um referendo que poderia autorizar o presidente Álvaro Uribe a disputar um terceiro mandato consecutivo.
Agora, o favorito para vencer as eleições de 30 de maio é o seu ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, associado à batalha contra os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
No entanto, a decisão jurídica, a mais importante dos últimos anos na política colombiana, marca o início de uma difícil campanha para os rivais que buscam substituir Uribe, que se tornou um dos presidentes mais populares do país por sua estratégia para combater as guerrilhas de esquerda.
A Corte decidiu vetar o referendo por 7 votos a 2 citando irregularidades que vão desde o financiamento da consulta popular à controversa aprovação do plebiscito no Congresso.
Uribe, eleito em 2002 e em 2006, disse a repórteres após a decisão: "Eu aceito e respeito a decisão da Corte Constitucional".
Ele não confirmava nem desmentia sua intenção de disputar um novo mandato, mas seus seguidores se entusiasmavam com a ideia. Caso o referendo fosse autorizado, haveria pouco tempo para organizar a votação e, em caso de vitória do "sim", registrar sua candidatura.
Em seu governo, a mais antiga insurgência da América Latina sofreu um revés e investimentos estrangeiros fluíram continuamente para a Colômbia, país outrora considerado sinônimo de um Estado falido.
Muitos colombianos elogiaram Uribe como o homem que conseguiu conduzir o país sul-americano para o caminho certo.
Seu eventual sucessor não deve abandonar suas políticas de segurança, embora a maioria dos virtuais candidatos prometa mais ênfase social no país que é um dos principais exportadores de café da América Latina.
"O afastamento de Uribe da corrida presidencial é positivo a nosso ver, abrindo as portas para um grupo de candidatos que são amplamente favoráveis à continuidade da política", disse o analista do Eurasia Group, Patrick Esteruelas.
A transição pode causar preocupação nos mercados cambial e de títulos da dívida, mas em longo prazo a maioria dos analistas prevê estabilidade na Colômbia.
"Embora uma rejeição da Corte Constitucional possa desencadear um reação por reflexo negativa (na cotação do peso), isso deve ser transitório, já que não se espera nenhuma grande mudança econômica, regulatória ou na política de segurança", declarou a empresa RBC Capital Markets.
Excluindo Uribe, Santos tem liderado as pesquisas de intenção de voto, mas Sergio Fajardo, um candidato independente elogiado por seu desempenho como prefeito de Medellín, está ganhando espaço.
Outro ex-ministro da Defesa e três vezes candidato, Noemi Sanin, também avançou recentemente nas pesquisas.
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