Da Reuters
Por Miguel Angel Gutiérrez e Luis Jaime Acosta
PLAYA DEL CARMEN, México (Reuters) - A Argentina obteve apoio de líderes da América Latina e do Caribe a suas reclamações contra a exploração petrolífera do Reino Unido nas Ilhas Malvinas durante a cúpula do Grupo do Rio na segunda-feira.
No encontro, também conhecido como Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe, no balneário mexicano de Playa del Carmen, a presidente argentina, Cristina Kirchner, conseguiu o apoio das nações da região ao seu país, que mantém uma histórica disputa com a Grã-Bretanha pela soberania do arquipélago.
O governo argentino reagiu nas últimas semanas após conhecer as intenções da empresa Desire Petroleum de iniciar a exploração de petróleo nas ilhas.
"O importante é ter conseguido um apoio muito, muito forte à legitimidade de nossas reclamações e fundamentalmente também ao que é a nova atividade petrolífera, a partir da nova plataforma que foi instalada", disse Cristina.
Fontes diplomáticas argentina garantiram que o presidente mexicano, Felipe Calderón, disse na reunião a portas fechadas que os países haviam aprovado o documento apoiando a Argentina na disputa territorial.
Outros líderes também tornaram público seu apoio à Argentina.
"É uma das mais grosseiras demonstrações do velho colonialismo unido ao novo, o neocolonialismo", disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez, numa referência aos trabalhos da empresa britânica que, apesar das reclamações, iniciou na segunda-feira os trabalhos de exploração.
Apesar disso, a presidente argentina disse que seu país não considera a tomada de medidas mais graves que não estejam contempladas no direito internacional.
Durante o encontro --ao qual os jornalistas não têm acesso por conta das rígidas medidas de segurança que os impedem de se aproximar do hotel onde os presidentes se reúnem-- as empresas latino-americanas e caribenhas buscam ainda a criação de um novo organismo diplomático regional que exclua os Estados Unidos.
Depois do que muitos classificaram como um fracasso da Organização dos Estados Americanos (OEA) em unir uma região dividida entre a esquerda e a direita, os países da região tentam estabelecer um bloco que os permita ter uma voz única em fóruns multilaterais sem o domínio de Washington.
A ideia é que o novo organismo reúna o Grupo do Rio e a Comunidade do Caribe (Caricom) e funcione em paralelo à OEA, órgão criticado em seu papel como guardião da democracia regional após seus esforços infrutíferos de reverter o golpe de Estado em Honduras.
(Reportagem adicional de Mica Rosenberg e de Guido Nejamkis em Buenos Aires)
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