A notícia é muito boa e, quem sabe, é sinal de novos tempos para o Brasil. Agora, soldadores brasileiros de estaleiros no Japão fazem o caminho de volta pra o Brasil, especificamente para trabalhar no estaleiro Atlântico Sul, em Suape. A necessidade de mão de obra qualificada e as condições de trabalho foram atrativos para que este movimento se consolidasse. Bom que este movimento se repetisse em outros setores da economia nacional.
Brava Gente Brasileira
por Élio Gáspari
o Globo
A repórter Angela Lacerda trouxe uma das melhores notícias da vida nacional dos últimos tempos: para a construção de seus navios, o Estaleiro Atlântico Sul, de Suape, foi buscar no Japão trabalhadores brasileiros qualificados. Já trouxe 82 e deverá trazer 200. Pela primeira vez, desde o final do século passado, quando a ruína nacional levou milhões de brasileiros a emigrar, registra-se um movimento inverso.
É notícia boa em estado puro. Em primeiro lugar, porque os navios da Petrobras estão sendo fabricados em Pindorama. Como faltam operários especializados no mercado brasileiro, uma indústria pode ir ao Japão buscar trabalhadores que deixaram o país em busca de oportunidades. Se a Petrobras continuasse comprando os seus barcos e plataformas no exterior, um estaleiro nacional jamais precisaria de soldadores. Aliás, nem de estaleiro se precisaria. (O EAS tem uma encomenda de 22 navios e do casco da plataforma P-55.)
Um soldador de estaleiro japonês ganha o equivalente até R$9 mil, não tem expectativa de carreira, nem direitos semelhantes aos dos nativos. O EAS paga na mesma faixa e lhes devolve a cidadania trabalhista. No Japão há 280 mil brasileiros, chamados de dekasseguis, descendentes dos imigrantes que chegaram a São Paulo a partir de 1908.
As décadas perdidas espalharam 3 milhões de brasileiros pelo mundo. Eles batalham nas mais diversas ocupações, quase sempre submetidos a regimes de exploração. Como diria Nosso Guia, nunca na história do nosso país acontecera coisa semelhante.
http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2010/03/17/brava-gente-brasileira-275278.asp
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