Em vista de tantos problemas porque há um a reação das teles em ir de encontro ao esforço do governo, através do PNBL, em estimular melhorias na oferta do serviço no país? Argumentam a existência de concorrência estatal e não terem participado na elaboração do plano o que feriria o espírito dos contratos que estava implícito quando do processo de privatizações ocorrido nos idos de 1998, e caracterizaria a quebra dos compromissos firmados naquele ano. Afirmam ainda que a Telebrás só poderia operar com autorização do Congresso Nacional através de lei.
Na verdade o que está em jogo é a inclusão da maioria dos cidadãos brasileiros na sociedade de informação e do conhecimento. Com a massificação do acesso à internet teremos redução do custo do país pela desburocratização de processos e diminuição do uso do papel no âmbito do governo e das empresas. É assim que o governo poderá oferecer serviço de aposentadoria em 30 minutos e massificar o uso da nota fiscal eletrônica. Além de tudo o acesso ao conhecimento dará ao cidadão a possibilidade do exercício da cidadania plena, pelo alcance de informações sobre sáude, educação entre outros.
Brasil está atrasado no acesso à banda larga
Comunicado do Ipea n° 46 traz situação atual e mostra que apenas redução dos impostos não é suficiente para a universalização do serviço
Da Agência IPEA
Quando se trata de acesso á banda larga, o Brasil está muito aquém dos países desenvolvidos e mesmo de países como México e Turquia. Apenas 12 milhões de domicílios (21% da população brasileira) têm banda larga. O acesso é praticamente inexistente no Amapá e Roraima. Se continuar assim, o País ficará ainda mais distante do grupo de economias avançadas. Essa é uma das conclusões do Comunicado do Ipea n° 46 Análise e recomendações para as políticas públicas de massificação de acesso à internet em banda larga, divulgado na segunda-feira, 26.
O estudo feito pela Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), alerta que a União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão da ONU para o setor, classificou o Brasil em 60° lugar em 2009, enquanto a Argentina situou-se em 49º, a Rússia em 48º e a Grécia em 30º lugar. O índice utilizado na classificação refere-se ao comportamento de 11 indicadores do setor internacionalmente comparados.
Um dos problemas alarmantes do Brasil é o gasto médio com banda larga, que, em 2009, equivalia, proporcionalmente, a 4,58% da renda mensal per capita, enquanto na Rússia esse índice era de menos da metade: 1,68%. Já nos países desenvolvidos, essa mesma relação situa-se em torno de 0,5%, ou seja, quase dez vezes menor que no Brasil.
Outro desafio é que, mesmo sujeita a livre concorrência, a oferta do acesso à banda larga é exageradamente concentrada no País. O baixo nível de competição explica, em parte, o elevado preço do serviço e a baixa densidade. A velocidade de acesso também preocupa, pois em 54% dos domicílios com banda larga a velocidade é predominantemente menor ou igual a 1 Mbps.
O técnico Luis Cláudio Kubota apresentou sugestões de políticas públicas para mudar esse quadro. Segundo ele, é preciso aumentar a competição e só a redução dos tributos não vai resolver. Seriam necessárias políticas regionais voltadas para municípios e principalmente para as áreas rurais, em que apenas 3,1% têm acesso à banda larga.
“As medidas regulatórias e sua efetiva implementação têm um papel importante na redução do gap de mercado. Mas em países onde existe uma distribuição de renda muito desigual, como é o caso brasileiro, só esses mecanismos regulatórios não serão suficientes. É necessária a ação do governo em termos de incentivos e subsídios para a inclusão dessas camadas mais desfavorecidas e mais distantes dos grandes centros”, defendeu o pesquisador.
Veja os gráficos de apresentação do Comunicado
Fonte: http://agencia.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1089&Itemid=8
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