terça-feira, 1 de junho de 2010

Uri Avnery: Um Governo de Piromaníacos põe Fogo no Oriente Médio

Do Gush Shalom - Israeli Peace Bloc
Via blog do Azenha

Israel: Um governo de piromaníacos põe fogo no Oriente Médio
31/6/2010, Uri Avnery, Gush Shalom [Bloco da Paz] Telavive (Press-release)

“Só um governo que já tenha perdido toda a capacidade de se autoconter e toda a conexão com a realidade comete tal crime. Atirar contra ativistas pacifistas, agentes de obra de auxílio humanitário, de várias nacionalidades, tomá-los como inimigos e enviar força militar massiva, em águas internacionais, atirar para matar e matar, é inconcebível!”

“Ninguém no mundo acreditará nas desculpas e mentiras do governo de Israel e dos porta-vozes do Exército” – disse o ex-deputado Uri Avnery, do movimento “Bloco da Paz”. Os ativistas do “Bloco da Paz”, com vários outros grupos, reuniram-se hoje em Ashdod, Tel-Aviv, Haifa e Jerusalem.

Hoje é dia de desgraça para o Estado de Israel. Dia de ansiedade, em que os israelenses descobrimos que nosso futuro está entregue a um bando de alucinados, todos de armas engatilhadas, atirando sem qualquer senso de responsabilidade. Hoje é dia de desgraça e loucura e estupidez sem limites. Dia em que o governo de Israel enlameou o nome do país ante todo o mundo, juntou mais provas, a comprovar que a imagem de uma Israel brutal, agressiva, não é invenção de propaganda. Hoje Israel dá um passo gigantesco afastando-se dos poucos amigos que nos restam no mundo.

Sim, houve ato de provocação no litoral de Gaza. Mas os provocadores não foram os ativistas pacifistas convidados a vir à Palestina e que tentavam chegar. Provocação houve, isso sim, praticada pelos comandos armados e encapuzados dos barcos de guerra, a mando do governo de Israel, que, para bloquear o avanço dos barcos dos pacifistas, não vacilou em atirar para matar, e matar!

É hora de levantar o sítio que sufoca a Faixa de Gaza e que tanto sofrimento causa aos palestinos. Hoje, o governo de Israel arrancou a máscara da face – com as próprias mãos – e mostrou a verdade: Israel jamais “desengajou-se” de Gaza. Nenhum desengajamento há, se Israel bloqueia o acesso à área ou manda soldados com ordem para matar e ferir quem tente chegar a Gaza.

Pelos Acordos de Oslo, há 17 anos, o Estado de Israel comprometeu-se a permitir e estimular a construção de um porto de águas profundas em Gaza, pelo qual os palestinos pudessem importar e exportar livremente seus produtos e o que necessitassem comprar, para desenvolver livremente sua economia. É hora de cumprir o acordado e abrir o Porto de Gaza. Só depois que o porto de Gaza estiver aberto, para livre movimentação, como acontece nos portos de Ashdod e Haifa, então sim, Israel ter-se-á “desengajado” da Faixa de Gaza. Até lá, o mundo continuará – com razão – a considerar a Faixa de Gaza como território ocupado por Israel; e Israel, responsável pelo destino dos seres humanos que vivem lá.

http://zope.gush-shalom.org/home/en/events/1275331484

2 comentários:

  1. Pois é, maguinho!!!! Interessante notar que todas as dificuldades encontradas em "campos" internacionais, diz respeito, em sua grande parte, à cultura de cada povo, de cada nação. Por exemplo, os EUA são arrogantes (acreditam estar acima do bem e do mal); Israel é repleta de fúria e desejo insaciável por vingança (não consegue vislumbrar um mundo sem armas); Inglaterra(Estado sem opinião própria no cenário internacional)é o braço direito dos EUA (concorda com tudo que este venha a promover); as Coréias vivem duelando forças e parcerais... o Brasil, por meio de Lula, vem pregando o diálogo como a melhor forma de solução dos conflitos internacionais...Mas, até que ponto as grandes potências mundiais estão interessadas em ceder um pouco do espaço que ocupam? até que ponto se interessam realmente pela busca de um ambiente pacífico e de um mundo mais igual? Parece que, nesse ambiente de instabilidade cada vez maior, muitos (ou todos) sabem como devem lidar com os problemas existentes...mas, a questão é: será que haverá tempo para que o interesse político seja deixado de lado, em prol de uma paz verdadeira? Quem viver verá...

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  2. Não há espaço para a paz onde apenas interesses político-econômicos prevalecem.

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